Capítulo 128 : 🤯

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Após deixar Rafael e Thaís em suas devidas casas, após aquela tarde que apesar de muito divertida, muito cansativa, foram para o apartamento. Carla percebeu o clima pesado que se formava entre ela e Arthur e realmente não desejava saber o que ele tinha para falar. O nervosismo que ele estava passava para ela somente de estar ao lado dele, sabia que ele não estava nada bem e enquanto não falasse o que queria falar para ela não ficaria bem.

Arthur: Carla? — chamou ela, que estava jogando o casaco e a bolsa no sofá enquanto se equilibrava para tirar as sandálias de salto alto sem cair no chão.

Carla olhou para ele que saia da cozinha. Sentou no sofá e ficou olhando para ele que em pouco estava sentado ao lado dela.

Arthur: Podemos conversar? — olhou para ela que se sentia uma criancinha com os olhos mareados. Ele sorriu e pegou na mão dela, deixando Carla cada vez mais nervosa.

Carla: Fala Arthur, eu estou ficando nervosa. — respirou fundo e ele passou a mão em seu cabelo.

Arthur: Carlinha, em primeiro eu quero dizer que eu te amo, você é a minha vida. — mediu a expressão dela que ficou do mesmo jeito, pálida. — Nesses meses que nossa vida está uma verdadeira loucura, eu pensei muito em nós dois e...

Carla: Você quer terminar? É isso não é? — ficou ainda mais pálida que antes e Arthur sentiu a mão dela ficar quase como um cubo de gelo.

Arthur: Ficou louca é Carla? — arregalou os olhos ao ver ela desembestando a falar. — Carla! — falou mais alto com ela e segurou os braços dela, fazendo ela por fim se calar. — Eu não quero terminar com você.

Carla: Então o que é mais sério do que isso? — respirou fundo e se calou, se não era isso que julgava ser o mais sério entre os dois, o que seria então?

Arthur: Carlinha, em primeiro eu não queria te falar nada assim. Eu sei que é uma coisa séria demais e...

Carla: Não enrola Arthur, você está dando voltas e não fala nada. Fala de uma vez, independente do que seja. — olhou séria para ele que abaixou a cabeça e piscou algumas vezes.

Arthur: Vou ter que me mudar para a Itália. — falou baixo e olhou rápido para Carla, medindo novamente a reação dela.

Carla estava parada, era como se seu cérebro tivesse virado um grande buraco, deixando impossível pensar ou falar alguma coisa.

Arthur: Por causa dessa confusão que está o campeonato. Na Europa é tudo muito perto, então me sugeriam isso. Carla? — chamou ela que ainda olhava para ele sem ação nenhuma.

Carla: Então... É o nosso fim? É isso? — descongelou, agora olhando-o descrente que ele tinha feito aquilo com ela. Tinha chegado até o ponto de pedi-la em casamento, para depois falar que simplesmente teria que se mudar porque sua equipe queria.

Arthur: Não Carlinha! Nunca! — segurou o rosto dela e com o polegar limpou uma lágrima que escorria solitária pela bochecha dela.

Carla: Se antes nos víamos duas vezes por mês e agora? Somente quando terminar as corridas? Vou ter que esperar até novembro para te ver? Você acha que vamos aguentar ficar separados e...

Arthur: Carla me escuta! — falou um pouco mais alto que ela, Carla se calou e olhou para ele. — Eu vou me mudar, tenho que ir... Mas eu não vou sozinho e espero que não tenha que ir. — olhou para ela que abriu a boca, chocada. Olhou nos olhos dele e ele estava sorrindo. — Vamos morar juntos na Itália? — perguntou de uma vez por todas e ela arfou.

Carla: Arthú...

Arthur: É a única solução Carla.

Carla: Você acha que eu não tenho vontade de fazer isso? Por que acha que eu ainda não fui? — olhou para ele que ficou quieto e respirou fundo. — Como eu vou largar tudo aqui e ir para um país que nem ao menos eu sei falar a língua? Largar minha família, meu emprego...

Arthur: Você sabe que dinheiro...

Carla: Eu não quero ser sustentada por você! Eu tenho pânico disso, se nem minha mãe me sustenta.

Arthur: Nós vamos nos casar! — segurou o braço dela, já começando a ficar desesperado com ela. Pelo o que conhecia de Carla sabia que isso não seria nem um pouco fácil.

Carla: Daqui há alguns anos!

Arthur: Nós praticamente já moramos juntos, Carlinha.

Carla: Mas é diferente de morar de uma vez por todas e ainda em outro país e você sabe disso!

Arthur: Você está sendo pessimista.

Carla: Estou sendo realista. — passou a mão no rosto dele e limpou uma lágrima que caiu do olho dele. — É muito diferente Thur.

Arthur: Então é a sua última palavra? Vai acabar com tudo que nós construímos nesses meses? — olhou para ela que se calou e abaixou a cabeça.

Carla: Acho que sim. Não posso simplesmente largar tudo Thur, não dá. Não vou jogar para o alto tudo o que eu construí em tantos anos.

Arthur: Seu problema não é esse! Seu único problema sou eu ser piloto. É isso. — levantou do sofá e foi até a varanda, sendo seguido por Carla.

Carla: Eu não sei...

Arthur: Você não confia em mim. Acha que porque vamos estar na Itália, vou aprontar e você não terá para onde correr, não terá o colinho da mamãe nem onde se esconder do mundo.

Carla: Arthú... — arregalou os olhos com o que ele acabou de falar.

Mesmo que doesse e fosse covarde de negar, era aquilo mesmo. Tinha medo de não estar mais protegida, de ter que enfrentar o mundo.

Arthur: É isso, eu sei Carla. Eu te conheço, mas é uma pena que você não me conheça como eu te conheço.

Carla: Você está sendo mimado!

Arthur: Querer que a mulher que eu amo vá morar comigo é ser mimado? Tentar salvar o relacionamento mais importante da minha vida é ser mimado? Eu estaria sendo mimado se te deixasse aqui e quando você virasse as costas no aeroporto eu sair pegando todas as mulheres. Mas se isso não vale nada para você...

Carla: Isso vale sim! O problema é comigo, Arthur. É um passo muito grande para mim, nunca fui assim, sempre estive debaixo da saia da mamãe e quando você chegou me fez fazer loucuras que eu nunca tinha feito e eu sem querer acabei crescendo e é um choque agora ver que tudo está muito maduro, entende? — segurou as mãos dele, chorando desesperada por ele estar entendendo tudo errado seus sentimentos.

Arthur: Você tem um tempo para pensar, me dá a resposta depois. Espero que reflita tudo o que disse e veja se vale mesmo a pena abandonar o barco na primeira tempestade.

Carla: Ok. — deu um sorriso fraco e o beijou.

Sentiu que Arthur tinha ficado mesmo muito chateado com ela e a noite não fazia mais sentindo, pegou sua bolsa e suas outras coisas e saiu do apartamento, caindo no choro assim que a porta do elevador se fechou.

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Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora