Capítulo 48 :

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Arthur entrou no box após a coletiva dos pilotos transtornado, não se conformando por nada desse mundo ter perdido a corrida por tão pouco, por uma idiotice e o pior era saber que tinha perdido para Viana. Passou reto pela barreira de fãs e fotógrafos em frente do box e ignorou os mecânicos e Piero que o chamavam, indo diretamente para sua sala buscar suas coisas. No caminho para o estacionamento cruzou com Boninho, que apenas se colocou ao seu lado em silêncio, sabendo muito bem como Arthur era quando perdia.

Arthur: Eu dirijo. — tirou as chaves das mãos de Boninho e destravou o alarme, ele apenas fechou os olhos, fazendo uma careta de dor e imaginando o que viria a seguir.

Como previa o caminho que os levaria para o hotel era uma rodovia quase deserta e Arthur pisou no acelerador e num certo ponto virou totalmente o volante fazendo o carro dar um cavalo de pau no meio da pista. Boninho continuou de olhos fechados e se segurou no banco, sentindo um certo desconforto no estômago ao ver o carro girando no meio da pista. Esperou até ele se acalmar e então o carro morreu e ele abriu os olhos, olhando para o amigo que estava debruçado sob o volante.

Boninho: Melhor? — arqueou a sobrancelha e Arthur assentiu, ligou o carro e começou a dirigir em linha reta, ultrapassando totalmente a velocidade de 100 km por hora que estava nas placas. — Me lembre de avisar a Carla de nunca andar com você depois de perder. A coitada teria um ataque cardíaco.

Abriu um sorriso ao falar de Carla, pois sabia que aquela garota tinha um poder milagroso em cima de Arthur, ela a deixava mais calmo e muito mais relaxado. Como previa, seu truque funcionou e Arthur sorriu de canto ao ouvir o nome dela, lembrando que dali a algumas horas a veria novamente.

Arthur: Desculpa por isso. — bateu os dedos no volante e Boninho revirou os olhos, não era a primeira nem a última vez que aquilo aconteceria.

Boninho: Já me acostumei! Só preciso me lembrar de não pegar caronas com você.

Arthur: Você sabe... É o único jeito de me acalmar. — olhou para ele que começou a rir.

Boninho: Ô se sei, mas não faça isso quando estiver com uma pessoa que nunca presenciou isso, ela é bem capaz de ter um infarto.

Arthur: Vou tentar. — piscou um dos olhos e voltou a prestar atenção na estrada.

Boninho: Onde pensa ir agora?

Arthur: Do hotel diretamente para o aeroporto, não fico nem um dia a mais nessa cidade. — torceu o nariz e Boninho sorriu ao ver os traços dos mimos de Beatriz presentes naquele momento.

Boninho: Diretamente para os braços de Carla Diaz... — falou em um tom de voz feminino e meloso, que fez Arthur rir.

Arthur: Isso mesmo!

Boninho: Isso ainda vai dar em casamento.

Arthur: Não é para tanto. — revirou os olhos e sua mente vagou para uma imagem que ele não imaginou que seria tão agradável. Uma porta sendo aberta e Carla passando por ela vestida de noiva... Realmente não devia pensar nessas coisas.

Boninho: Você está de quatro por ela, não está? O comentário da festa do Rodolfo foi que você dispensou três gatas e foi embora pro hotel.

Arthur: Ela é diferente de tudo que já conheci, é uma novidade...

Boninho: Só tome cuidado para não agir como faz com as outras com ela. A garota está apaixonadinha e ela realmente não parece ser igual as que você conhece. É a primeira mulher que você fica que não está interessada em quem você é, porque ela nem te conhecia... Uma dessas não dá sopa por aí sempre.

Arthur: Eu sei disso, mas você sabe como eu sou também... Não consigo estar em um relacionamento sério. — deu de ombros e Boninho balançou a cabeça negativamente.

Boninho: Não acha que está na hora de deixar isso no passado e aproveitar as oportunidades que você está tendo? Não é porque a vadia da Sophia fez aquilo contigo que...

Arthur: Não me lembra dessa vadia, Boninho. — cortou o amigo no meio e ele respirou fundo. Arthur era muito cabeça dura.

Boninho: Me desculpe. — falou baixo e ele assentiu. — O que vai fazer nessa pausa das corridas?

Arthur: Talvez ir para Arraial do Cabo. — sorriu ao imaginar repetir o final de semana passado em Arraial, mas no fundo sabia que o que queria era ficar perto da Carla, seja onde for.

Boninho: Faz bem, essa corrida estressou todos e você precisa estar relaxado na Austrália. — apertou o ombro dele e Arthur assentiu.

Chegaram ao hotel e logo foram fazer as malas para ir ao aeroporto, em questão de três horas já estavam dentro do avião particular de Arthur voltando para o Brasil. Chegaram no Rio de Janeiro quando estava amanhecendo o dia e após toda aquela viagem cansativa e o final de semana estressante, Arthur não resistiu a se jogar em sua casa assim que chegou no apartamento e finalmente dormir seu sono merecido.

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Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora