Capítulo 129 :

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Sarah: Sua idiota! — foi a única coisa que Sarah disse após Carla contar tudo o que tinha acontecido na noite anterior no apartamento de Arthur. Carla revirou os olhos e Sarah continuou em silêncio.

Carla: Sarah, eu já te falei o que me prende aqui. Eu tenho medo que não dê certo. Eu vou ficar sem trabalho lá e morro de medo que as pessoas achem que estou com ele por interesse.

Sarah: Carla, pelo amor de Deus, que se foda as pessoas! Ele sabe quem você é, sabe o quanto você rala para ter seu dinheiro e o quanto se esforça pelo relacionamento de vocês. Você pode muito bem encontrar outro emprego lá, ir para estudar, fazer qualquer coisa lá. Não é por isso que você tem que virar uma perua idiota... E nem se precisasse você viraria.

Carla: Carla, eu não sei...

Sarah: Daqui há duas semanas espero te ver em Monza, ou melhor ainda, espero não te ver lá e saber que está de mudança. Porque se não, eu atravesso o atlântico te puxando pelos cabelos.

Carla: Sarah... — deu um sorriso.

Sarah: E agora mocinha, vá falar com sua mãe e sua avó comunicando que você está de mudança. Amanhã ou quarta estou ai para te ajudar com as malas, então até alguns dias.

Carla: Sarah eu não... — não conseguiu nem terminar de falar quando caiu a linha.

Desligou o celular e ficou com cara de monga por alguns minutos e olhou para o celular novamente, vendo uma foto dela e Arthur de papel de parede no aparelho. Suspirou e ficou observando a foto por alguns momentos. Como iria viver sem Arthur se nem ao menos aguentava ficar um dia 'brigada' com ele?

Pulou da cama e desceu a escada correndo, vendo sua mãe e vó e para variar Fernando que não saia mais de sua casa vendo televisão na sala. Sua mãe olhou para ela e sorriu, ficando feliz de ver a filha que desde ontem não saia do quarto.

Mara: Tudo bem filha?

Carla: Aham. Preciso falar com vocês. — olhou para os três receosa. Fernando olhou para ela intrigado.

Fernando: Comigo também?

Carla: Já que você praticamente mora aqui, você também Fernando. — revirou os olhos e ignorou a cara de espanto que o primo fez.

Helena: O que aconteceu? — perguntou preocupada.

Carla: O problema é o que não aconteceu, é o que vai acontecer. — começou a estralar os dedos e teve que não olhar para a careta que os três fizeram para elas.

Mara: Carla Carolina, você está me deixando preocupada.

Carla: Calma mãe. Olha, eu quero que vocês fiquem calmos, não me matem, não me encham de perguntas, é uma coisa normal e que.

Helena: Você está grávida?

Carla: Por que todo mundo acha que eu estou grávida? — resmungou.

Fernando: Fala logo Carla!

Carla: Ontem eu tive uma conversa com o Arthur e... — não terminou de falar pois a voz de sua avó cortou a dela.

Helena: Vocês vão casar? — quase gritou.

Carla: Não vovó!

Mara: Fala de uma vez Carla!

Carla: Vocês sabem que eu e ele estamos separados pelas corridas longas e em tempos curtos e ele não pode vir para cá e então ontem ele me disse que se ele se mudar para a Itália será muito mais fácil para ele com as corridas.

Mara: Entendi tudo. — suspirou e passou a mão por seus cabelos, começando a ficar com os olhos úmidos.

Fernando: Você vai morar na Itália com ele? — disse chocado.

Carla: Eu não ia. Eu tenho vocês duas aqui, minhas irmãs, meus sobrinhos... — ignorou a cara que Fernando fez. — E meu emprego. Não queria mesmo ir, deixar tudo para trás o que eu tenho. Mas... Me desculpe. — sentou na poltrona e abaixou a cabeça deixando-a suspensa por suas mãos.

Mara: Filha. — foi até Carla e abaixou na altura dela. — Não precisa ficar assim meu amor. Você é adulta, está noiva dele, era óbvio que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Você é minha filha e me dói muito ver você ter que sair de casa e principalmente ter que morar tão longe de mim, mas estou feliz por você e pelo Arthur.

Fernando: Eu acho loucura.

Mara: Quieto Fernando. — olhou séria para ele que ficou calado e se encolheu no sofá.

Carla: O que foi vó? Por que não fala nada? — levantou a cabeça e olhou para sua avó, que continuava calada.

Helena: Ainda estou processando a informação, Carla. — respirou fundo e Carla sorriu e foi até a vó. — Eu estou feliz por você meu amor. — deu um beijo na testa dela. — Mas... — olhou séria para Carla que diminuiu o sorriso, esses mas nunca era bons. — Eu acho errado irem morar juntos estando no pecado.

Carla: Como assim, vó? — arregalou os olhos e olhou para sua mãe que ria.

Helena: Para ir morar junto com uma pessoa vocês tem que ter alguma coisa.

Carla: Eu estou noiva, ué.

Helena: Não casada! — falou indignada.

Carla começou a tossir e ouviu Fernando ter um ataque de risos enquanto Mara olhava para Carla, achando graça da reação dela.

Carla: Vó, mas... Eu não quero casar. Não agora. Eu sou nova ainda, ele quer se dedicar às corridas e é isso, quando tudo estiver mais calmo nós vamos nos casar. Não agora.

Helena: Isto é viver no pecado. — emburrou.

Mara: Mãe, seja um pouco moderna. Isto já é mais que normal em casais como eles e eu não me surpreendi muito, estava óbvio que isso iria acontecer. — abraçou Carla que sorriu, ficando emocionada com a mãe.

Sua mãe nunca foi lá uma das maiores fãs de seu namoro com Arthur e conhecia muito bem a mãe para saber que ela estava feliz com aquele passo gigante que estava dando.

Helena: Eu estou feliz por você meu amor. Enfim está feliz, encontrou alguém que te faça feliz e você tem todo meu apoio nisso, pode ter certeza. — abraçou Carla que já não aguentava mais segurar o choro e começou a chorar com a avó.

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