Capítulo 100 :

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Ronan viu Arthur olhando para o monte de mulheres que cercavam Pocah e levantou da mesa, indo até ele.

Ronan: Ela foi embora? — colocou a mão no ombro dele. Arthur olhou para ele e deu um sorriso fraco.

Arthur: Não. Está dormindo.

Ronan: Resolveram tudo?

Arthur: Sim. A Carla é uma pessoa bem compreensível, sabe separar as coisas. Ficou assustada e chateada, já que a Sophia e ela estavam próximas, saiam por ai para fazer compras e essas coisas de mulheres. Não esperava que ela fosse tão falsa. Ela surtou na hora que contei da traição com o Luan. Ele namora a melhor amiga dela.

Ronan: Ai... — fez cara de dor. Realmente aquela era uma situação bem desagradável. — Mas acho que eles não têm mais nada não. A não ser essa alma demoníaca. — deu uma gargalhada, acompanhado por Arthur.

Arthur: Não sei. Eles são um cubo de gelo, não demonstram emoções. Não dá para saber nada! Fico muito chateado pela Sarah, ela é uma pessoa incrível e merece ser feliz. E o Viana pode estar brincando com ela.

Ronan: Acho que nessas coisas de casais não devemos nos meter. Você e a Carla estão bem. E acho que se existir alguma coisa entre os dois ainda, é males que vem para bem, quem sabe não é até bom, essa Sarah pode saber se o sentimento é mesmo verdadeiro. Ah sei lá.

Arthur: Acho que ser pai está mexendo com seus sentimentos! — começou a rir enquanto levou um tapa na cabeça do amigo. — Ela foi embora? — olhou para Ronan.

Ronan: Foi quase cuspindo fogo. — gargalhou, todo bem humorado como sempre! 

Ficaram observando Pocah sorridente, estava feliz por ter todas aquelas pessoas ali prestigiando aquele bebê que já era tão amado mesmo antes de nascer. Ronan, Arthur e Gui cansaram de ver Pocah em meio de chupetas e mamadeiras e foram ver televisão, enquanto bebiam cerveja e colocavam a conversa em dia.

Já estava escurecendo quando Carla desceu as escadas coçando o olho e bocejando. Ótimo, tinha dormido quase a tarde inteira na casa de Pocah, onde o que deveria estar fazendo era estar do lado dela, já que é madrinha de Victor. Quase caiu da escada quando ouviu um uníssono gol Olhou para a sala e estava Arthur, Ronan e Gui vendo um jogo de futebol na televisão.

Carla: Quem vê pensa que joga futebol muito bem! — começou a rir enquanto via Ronan e Gui gargalhando de Arthur que emburrou. Ela sorriu e sentou no colo dele, apertando as bochechas coradas de Arthur.

Guilherme: Ele era sempre o último a ser chamado para o time. — começou a rir de novo. Arthur era o único que não ria, apenas observando os três que quase choravam.

Arthur: Não sei da onde vem tanta graça. — revirou os olhos.

Ronan: Em alguma coisa ele tinha que se dar mal. — bateu nas costas de Arthur que deu um riso irônico.

Carla deu um beijo rápido em Arthur, já ouvindo Pocah gritando feliz por ela ter acordado. Foi para o jardim, onde agora só restavam algumas mulheres e as crianças que ainda estava com pique de correr pelo vasto gramado. Carla ajudou Pocah até o final da festa, ignorando os olhares curiosos das outras pessoas.

Por volta das oito e meia, só restavam Carla, Arthur, Gui e sua namorada, Gabriela. Tinha vinte anos e era aquela típica menina com o rosto de boneca assim como o jeito, o cabelo, o corpo, as roupas. Parecia uma boneca de porcelana! Completamente o oposto de Guilherme que fazia o jeito de machão heterotop. Bom, se ela e Arthur eram a prova de que os opostos se atraem, porque Gui e Gabi não poderiam também?

Continuaram conversando, contando histórias dos tempos de adolescentes dos três amigos. Das brigas com Pocah na escola. Pocah tinha a idade de Arthur e Guilherme, por isso estudava com eles na mesma escola. Já Ronan era três anos mais velho, ou seja, três series a mais. Assim mesmo eram amigos, desde aquele tempo e Pocah e Ronan, agora são muito mais que simples amigos brigões.

O celular de Carla começou a tocar e quando viu no visor Sarah, sentiu o estomago revirar e os olhos simultaneamente se encherem de lágrimas. Pediu licença e foi para o jardim atender a amiga.

Sarah: Oi Carlinha! — disse gritando animada.

Carla sorriu, a animação de Sarah chegava a ser contagiante. Por que aquela pessoa tão boa, tinha que passar por tudo isso? Justo quando está amando uma pessoa de verdade, sem pudores, sem restrições. Se entregando de corpo e alma.

Carla: Oi Barbie. — respirou fundo, tentando não demonstrar sua alegria também tão contagiante.

Sarah: E então, tudo bem? Está tudo bem com você e o Arthur? Onde você está? Como foi as pazes?

Carla: Calma Sarah! — começou a rir da agitação dela. Ouviu a gargalhada estrondosa de Sarah e voltou a rir, acompanhando. — Está tudo bem, fizemos as pazes e tudo voltou ao normal. Bom... Nem tanto! Mas depois eu te explico. E por último eu estou no chá de bebe do meu afilhado.

Sarah: Afilhado? Que afilhado?

Carla: De um casal de amigos do Arthur. Eles me convidaram para ser madrinha do bebê e eu aceitei.

Sarah: Ah, legal. — Disse ciumenta. — Como ele se chama?

Carla: Victor sua ciumenta! — começou a rir.

Sarah: Hum. Agora vai me trocar pela mãe do seu afilhado, vai me deixar sozinha para o resto da vida e eu vou morrer de desgosto.

Carla: Sarah pelo amor de Deus né. — revirou os olhos enquanto ria junto com a loira. — Mas o que foi? Por que me ligou?

Sarah: Queria saber se você vai viajar com o Arthur essa semana.

Carla: Eu acho que sim. Amanhã bem cedo vou buscar meu passaporte e estava combinado antes da briga de ir de noite. E você, vai?

Sarah: Não. O Lú me disse que não conseguiu fazer reserva no hotel, porque lá está tudo cheio. Ai vou na próxima. — ao ouvir aquilo, Carla sentiu o gosto amargo do ódio subir pela garganta. Era óbvio que era mentira.

Carla: Se você quiser, eu peço para o Arthur tentar conseguir uma vaga.

Sarah: Acho melhor não, o Lú está nervoso, talvez seja melhor eu ficar. E além do mais vou aproveitar para fazer um desfile.

A inocência dela tirou Carla do sério. Ela não sabia se devia falar ou não do que Viana andava aprontando para a amiga. Antes que abrisse a boca, Sarah a interrompeu.

Sarah: Te liguei para pedir uma coisa.

Carla: Fale.

Sarah: Você poderia ficar de olho no Luan? Sabe, essas Marias Gasolina estão a solta e eu tenho medo. Você sabe bem como é isso. — bufou.

Carla engoliu em seco e sentiu os olhos se encherem de lágrimas mais uma vez. Não era justo uma pessoa fazer isso com um anjo como a Sarah, a loira podia ter seus defeitos, mas ela estava apaixonada por Viana.

Sarah: Eu sei que você me entende, não entende?

Carla: Claro.

Sarah: É só isso. Você pode fazer isso por mim? — pediu com aquela voz que fez o coração de Carla partir em dois.

Ela não tinha coragem de falar para a amiga o que estava acontecendo.

Carla: Claro Sarah, sem problemas.

Sarah: Era só isso Carlinha! Amanhã vou à sua casa desejar boa viagem e escolher suas roupas, afinal, você tem que arrasar em Mônaco! Depois te ligo Carlinha, beijos. —e rapidamente desligou, deixando Carla sem saber o que fazer.

Queria matar aqueles dois demônios com suas próprias mãos.

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Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora