No dia seguinte ao casamento, já de noite Carla e Arthur já estavam em Milão. Era semana de corrida e ele estaria indo na segunda feira para a Alemanha.Carla resolveu ficar por seu trabalho, na quarta teria uma sessão de fotos para Jimmy Choo, nem precisamos tocar no assunto de como ela estava feliz e também não quis ir com Arthur por medo, mesmo ainda não sabendo nada se estava grávida ou não, tinha medo de uma viagem poder atrapalhar tudo.
Arthur resolveu preparar um jantar para ele e Carla já que ela não comia nenhuma comida saudável desde o café da manhã, ainda no Brasil em que Mara a obrigou a comer pães, frutas, leite e mais um batalhão de coisas.
Ninguém se surpreendeu que dez minutos depois Carla já estava no banheiro colocando tudo para fora. E ficando ainda mais desesperada com o olhar de Mara e lembrando de tudo o que ela tinha lhe falado, realmente aquilo fazia sentido.
Arthur: Carlinha vem comer. — sentou ao lado dela no sofá que via uma série na televisão ao lado de Junior e Mário Sérgio.
Carla: Não quero Thur. — fez uma carinha de bebê pidão e ele uma cara feia.
Arthur: Nem vem Carla, você vai comer sim. Vai dispensar meu macarrão quatro queijos que você adora, hein? — beijou a bochecha dela que fez uma carinha tentando aguentar a tentação e então Arthur pegou ela no colo, a levando sobre gritos para a mesa. — Pronto senhorita. — sentou ela na cadeira e Carla já foi direto para a coca cola. — Aqui. — colocou o prato com o macarrão preferido na frente dela.
Carla desviou a atenção da coca cola e sorriu para Arthur, evitando olhar para o prato.
Arthur: Come amor. — passou a mão no cabelo dela que deu mais um sorriso e resolveu por fim comer.
Tentou ser o mais normal possível no jantar, conversando com Arthur e dando risada, quanto a comida a cada garfada que comia era meio copo de coca cola junto, um modo de quem sabe fazer seu estômago aceitar aquilo.
Carla: Desculpa Thur. — empurrou o prato para longe dela.
Arthur: Tudo bem, até que você comeu bem. — passou a mão pelo rosto dela e lhe deu um beijo. — Está bem?
Carla: Sim. Acho que acabamos de descobrir um prato saudável para mim.
Arthur: Carlinha, vamos no médico. — segurou a mão dela e Carla deu um pulo da cadeira.
Carla: Não! Não! Já te falei que é minha gastrite nervosa, está tudo bem, estou tomando remédio e logo ela passa.
Arthur: Vamos comigo então Carla, tenho medo de te deixar aqui sozinha. Vai que você passe mal.
Carla: Não quero ir, é capaz de eu passar mais mal lá do que aqui.
Arthur: Então eu vou ligar para a Sarah para ela vir pra cá.
Carla: Não. Não quero incomodar a Sarah. Ela já vem pra cá quase toda semana por minha causa, deixa ela viver a vida dela.
Arthur: Então a Raquel...
Carla: Não Arthú! — olhou para ele brava. — Não quero ninguém, vou ficar bem, que droga. — levantou da cadeira e subiu a escada correndo, deixando Arthur completamente atordoado na mesa.
Carla nunca tinha sido tão estúpida com ele desde que a conheceu, definitivamente tinha alguma coisa de errado com ela. Retirou a mesa e colocou tudo na máquina de lavar louça e pegou o telefone, ligando para Sarah e falando baixo na lavanderia, como se Carla fosse capaz de ouvir alguma coisa lá do quarto. Enrolou mais um pouco na sala e decidiu subir para o quarto. Abriu a porta e viu Carla deitada na cama soluçando alto.
Arthur: Carlinha, amor! O que foi? — correu até ela, preocupado com o choro angustiante dela.
Carla: Eu sou uma idiota, desculpe. — disse em meio de soluços. Arthur sentou ao lado dela e ficou fazendo carinho em sua mão, enquanto o choro não cessava.
Arthur: Está tudo bem, fica calma amor. — puxou ela para seu colo e a abraçou e Carla continuou chorando.
Carla: Me desculpa por ter sido estúpida com você, eu não sei o que está acontecendo comigo. Ok, eu até sei, mas...
Arthur: Tudo bem Carlinha, fica tranquila. Eu sei que você não está na sua melhor fase da vida, mas eu quero que saiba que independente de tudo eu vou estar com você ok? — disse enquanto afagava os cabelos dela que diminuía os soluços.
Carla: Obrigada.
Pela manhã um pouco antes de Arthur sair para o aeroporto rumo à Alemanha, Carla passou mal de novo, deixando Arthur ainda mais desesperado por deixar ela sozinha. Não sozinha literalmente, pois Sarah estaria chegando há qualquer momento, mas preocupado de deixar ela somente com Sarah que não teria nenhum preparo se Carla passasse ainda mais mal do que já estava.
Carla após tomar um dos milhares chás horríveis que Arthur preparava para ela sem açúcar nenhuma e tomar banho desceu a procura de Arthur, que já devia estar muitos minutos atrasado por conta dela.
Arthur: Melhor? — abraçou Carla ainda pálida e cheia de olheiras, beijou a testa dela e segurou o rosto dela.
Carla: Estou, eu acho. — respirou fundo e o celular de Arthur começou a tocar, ele atendeu e falou rápido com Boninho que parecia já estar dando filhotes na Alemanha.
Arthur: Carlinha eu tenho que ir mesmo. Olha qualquer coisa me liga ok? Já sabe o telefone do médico está na bancada, qualquer coisa é ligar para ele. Por favor, por favor, coma e beba água. Eu te amo. — deu um beijo rápido nela e quase saiu correndo com sua mala.
Carla arregalou os olhos, não era justo ficar escondendo dele e o preocupando com uma coisa que ela sabia bem o que era, apesar de não aceitar.
Carla: Arthur! — saiu correndo atrás dele, que já estava fechando a porta, voou até a maçaneta e a abriu com força. — Thur, eu acho que eu estou grávida. — olhou para ele esperando a reação dele, encostou-se na parede exausta pela corrida que deu da sala ao corredor. — Arthur você me ouviu? — estralou os dedos na frente dele.
Arthur: Ouvi, ouvi amor. Depois conversamos sobre esse assunto, ok? — deu um selinho em Carla e saiu correndo para o elevador.
Carla: O quê? — gritou sem ação alguma.
Tinha acabado de falar que podia estar grávida e ele saiu correndo? Mais interessado em chegar na droga do aeroporto do que dar atenção à ela?
Sabia que Arthur não tinha a mínima vontade de ser pai agora, mas se estivesse mesmo grávida a culpa não seria inteiramente dela. E ele tinha que prestar atenção no que estava falando! Bateu a porta com tanta força que achou que teria quebrado alguma coisa, deu um passo para frente e a campainha tocou. Ah bom, depois de ter feito a burrada vem de novo para pedir desculpas.
Abriu a porta novamente de cara fechada e não havia resquício de Arthur, somente uma loira parada em frente a sua porta com um sorriso enorme no rosto.
Carla: O que você está fazendo aqui? — perguntou entre dentes para a amiga que diminuiu o sorriso, confusa.
Sarah: Isso é jeito de me receber Carla? O que aconteceu hein? — jogou suas malas para dentro do apartamento e fechou a porta, virando novamente para Carla que a olhava sem acreditar.
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Arthur: O Piloto 🏎
FanfictionSinopse : Fórmula 1. Um mundo tão exclusivo, seletivo, luxuoso e nobre para poucos abastados e suas escuderias. Um mundo onde mulheres eram meras coadjuvantes. Para Arthur Picoli, o atual tri campeão mundial e queridinho do mundo, as corridas eram...