Capítulo 76 :

816 80 40
                                    

Arthur: Voltando ao assunto da Sarah... Tenta fazer ela entender que não é porque vocês duas estão saindo com dois homens que não se dão nada bem e que não podem conviver juntos, que têm que tomar a dor deles. Antes de conhecer eu e o Luan vocês já eram amigas há anos.

Carla: Duro é fazer aquela cabeça dura entender isso! — revirou os olhos com um meio sorriso no rosto.

Arthur: Você vai conseguir. — deu um sorriso animador para Carla. — E tem certeza que é só isso que te aflige?

Carla: Tenho. — disse sorrindo tentando parecer convincente. — Agora termina de comer. — sorriu novamente agora bem mais relaxada.

Arthur terminou de comer alguns minutos depois e ambos seguiram para o jardim novamente onde o resto das pessoas conversava, ou melhor, berravam já que o som estava quase no último e bebiam. Sentaram ao lado de Helena que não perdeu tempo para começar a falar de Fórmula 1. Arthur como nem gostava desse assunto, nem se animou. Deixaram Carla em um vácuo total, mas a única coisa que a animava, era ver Arthur tomando cerveja, a tal famosa cerveja ruim e para sua surpresa ele estava adorando. Aliás, se ele não estivesse gostando, estava fingindo muito bem.

Conversava com todos e distribuía seus sorrisos simpáticos a quem lhe dirigia a palavra. Já tinha acompanhado Bella no primeiro degrau da piscina e molhado os pés, sob os olhos de todas as pessoas que estavam encantados com a simpatia e simplicidade dele. Estavam todos Arthurizados. Quando ela não estava com as crianças, retornava para o lado de Carla e Helena, bebericando a cerveja e comendo queijo em quadradinhos com o palito de dente.

Carla estava quieta, olhando para aquele homem que virou sua vida de cabeça para baixo e naquele momento, sentiu algo mais forte que tudo que já tinha sentido antes, era uma sensação nova, avassaladora, por aquele cara que era o ídolo de muita gente naquele lugar, mas também era seu Thur, de pés descalços e bochechas rosadas pelo sol.

Eis que a desgraçada boca de uma maldita pessoa se abre. Kelly. A única tia de toda a família que não gostava nem de olhar para o rosto.

Kelly: Carla nem falou direito comigo hoje! — olhou para Carla que deu um sorriso bem falso para ela.

Carla: Não tenho o que falar titia. — respondeu ironicamente e sentiu Mara chutando sua perna por debaixo da mesa e lhe mandando uma careta estranha.

Arthur olhou para ela meio assustado, mas como Carla não olhou de volta voltou a conversar com Helena sobre os novos pneus dessa temporada.

Kelly: Como não querida? Você sabe... Águas passadas não voltam meu amor. — deu um sorriso diabólico para Carla.

Carla: Agradeço aos céus que assim seja. — retribuiu o sorriso da tia.

Mara: Vocês duas podem parar, por favor? — olhou para a irmã e a filha que se fulminavam pelo olhar.

Kelly: Estou apenas conversando com minha sobrinha Mara. — olhou para Mara com um ar de cinismo na voz.

Carla: Claro... — falou em um tom monótono. — Todos nós sabemos aonde ela quer chegar. — revirou os olhos. Sentia o olhar confuso de Arthur cravado em suas costas, mas pelo menos agora tinha que ignorá-lo.

Kelly: Eu? Estou apenas falando com você Carla Carlinha. — fez uma cara de coitada que Carla foi capaz de jurar que se não conhecesse a tia tão bem iria cair nesse truque dela.

Carla: Ah sim claro. O exemplo de tia!

Kelly: Você nunca foi mesmo um exemplo de sobrinha. — alfinetou.

Helena: Já chega, que tal? Kelly pare de provocar a Carla. E você Carla, pare de dar corda. O que passou já passou, não vale a pena lembrar. E dê atenção para o Arthur. — olhou feio para Carla que mirou Arthur que estava completamente confuso.

Carla: Desculpa. — murmurou para ele enquanto enlaçava sua mão à dele.

Kelly: Ah claro! Agora todos passam a mão na cabeça dela. — revirou os olhos.

Bianca: Tia para por aí né? Você veio aqui só para arrumar confusão com a Carla? — olhou para a mulher com os olhos faiscando de raiva. Não aceitava toda essa perseguição com a Carla, bastava Kelly começar a falar essas coisas que Carla praticamente se lamentava por ter nascido. Não queria que a irmã sofresse quando estava tão feliz ao lado de Arthur.

Kelly: Não sou sua tia, querida. — deu um sorriso zombeteiro para Bianca que teve que praticamente contar até cem para se acalmar.

Helena: Kelly... — olhou para ela seriamente.

Arthur: Carlinha... — sussurrou para ela que suspirou pesadamente e passou a mão por sua testa.

Carla: Não se preocupe. — deu um sorriso nervoso para ele.

Kelly: Por que não conta para seu incrível namorado que há alguns anos atrás você quase afundou nossa família? — sorriu debochadamente para Carla que olhou para cima tentando se acalmar.

Lara: Por que não fecha essa boca e vira o disco Kelly? — olhou para ela que fingiu que nem ouviu o que Lara disse.

Kelly: Não me preocupo com o que vocês pensam... Somente não quero mais essa destruidora de famílias perto do meu filho. — apontou para Carla que sentia que estava prestes a chorar.

Carla não acreditava que estava acontecendo aquilo num dia tão especial. Tudo estava dando certo com Arthur e sua família até agora, porque aquela maldita tinha que acabar com tudo?

Bianca: Seu filho está a muitos quilômetros de distância. — deu de ombros.

Kelly: Fernando chegará na semana que vem aqui. — cruzou os braços e mirou a expressão de cada um naquela reunião familiar. Silêncio. Era o que podia definir tudo. Somente os risos das crianças que nadavam na piscina eram escutados.

Todos estavam perplexos, até mesmo Arthur que não estava entendendo absolutamente nada. Carla era a mais assustada de todos. Parecia uma praga! Quando estava feliz alguém tinha que fazer alguma coisa para acabar com tudo.

Mara: O... O que? — foi a primeira a falar alguma coisa, estava chocada assim como os outros.

Kelly: Não entendeu, irmã? Seu sobrinho, Fernando, chega sábado que vem ao Rio de Janeiro. Quer que eu repita novamente? — deu mais um daqueles sorrisos diabólicos e passou a olhar para Carla. — Não vai dizer nada Carla?

Carla: Para mim você, seu filho e tudo que cerca vocês podem ir para o raio que o parta! Com licença. — levantou da mesa e saiu correndo para dentro da casa. Arthur olhou para trás e agora sim ficou ainda mais confuso.

Arthur: Er... Licença. Vou atrás da Carla. — deu um sorrisinho envergonhado e seguiu os mesmo passos de Carla.

Não se importou nem em ouvir a discussão que se formava no jardim. Mirou a sala e nenhum sinal de Carla, subiu a escada e caminhou até o quarto dela. A porta estava fechada, girou a maçaneta e viu que estava trancada.

Arthur: Carlinha? Carlinha sou eu. Abre a porta. — bateu duas vezes na porta e não ouviu resposta nenhuma. –- Carlinha? Abre a porta, por favor. — suspirou. E nada dela. –- Carla! Carla Carlinha abra essa porta, por favor. Quer que eu vá embora? — ameaçou e um sorriso se formou em seus lábios quando ouviu barulho na maçaneta da porta e logo viu Carla com os olhos vermelhos e a maquiagem um pouco borrada, ela prendia a respiração e tratava de tentar salvar sua maquiagem. — O que foi? — entrou no quarto e a abraçou.

Carla ficou parada, falar a verdade ou omitir um pouco os fatos? E se ele não a quisesse mais depois de lhe falar tudo? Fechou novamente a porta do quarto e continuou abraçada a ele.

Comentem

Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora