Arthur: Oi Carla, fiquei impressionado com o amor por seu relógio, não esperava que você viesse, ou veio por algum outro motivo? — arqueou as sobrancelhas e Carla colocou as mãos na cintura e sorriu, um tanto envergonhada. Era óbvio o porquê dela estar ali.Carla: Bobo! — deu dois passos para frente e limpou o canto da boca dele, suja de batom vermelho.
Arthur: Vem. — segurou a mão dela e a puxou para dentro do apartamento.
Estava limpo e organizado como sempre e ele logo pegou sua bolsa e deixou em cima de uma cadeira com um design moderno. Ela olhou para todo aquele ambiente que ela claramente não se ajustava, era tudo muito caro e grandioso demais para ela, ainda mais com aquele homem fazendo parte dele. Nada daquilo fazia sentido, mas por algum motivo ela estava ali novamente, agora em uma condição bem melhor.
Carla: Arthur, eu acho que está queimando alguma coisa. — ao inspirar profundamente sentiu um cheiro ruim vindo da cozinha e Arthur fez a mesma coisa, antes de sair correndo para a cozinha que ficava ao lado da sala, dividida por uma bancada de mármore.
Arthur: Meu molho, merda! — praguejou, enquanto apagava o fogo e abria a tampa da panela, verificando que o cheiro ruim vinha mesmo de lá.
Carla: O que você está fazendo? — aproximou-se curiosa ao ver Arthur mexendo em panelas. Era uma combinação que ela não esperava ver.
Arthur: Macarrão ao molho vermelho, mas acho que está mais para molho marrom. — olhou para a panela desanimado e Carla arregalou os olhos.
Carla: Não sabia que cozinhava.
Arthur: Às vezes, raramente. — olhou para ela que já estava ao seu lado, debruçada sob o molho. Não sabia cozinhar, mas sabia que ele tinha estragado o molho — Senta aí enquanto eu tento pelo menos salvar nosso jantar.
Carla: Você fez um jantar para mim? — abriu a boca, chocada.
Que ele estava cozinhando já era estranho, mas que ele estava cozinhando para os dois, por ela estar ali, era demais para sua cabeça. Como aquele ídolo das corridas estava descalço fazendo macarrão para a garota que tinha acabado de conhecer e jurava, que nunca mais ia querer voltar a ver?
Arthur: Essa era a intenção... — mexeu o molho e concluiu que nem tudo estava perdido.
Carla: Quer ajuda?
Arthur: Senta aqui Carla. — puxou um banco da bancada e a fez sentar, ficando ao seu lado.
Carla: Ui, está bem senhor. — revirou os olhos e o viu sorrir de lado, ficou quietinha, olhando para aquele homem que a fazia tremer apenas por estar ao seu lado mesmo estando concentrado em tirar a água do macarrão sem queimar seu dedo ou fazer maiores estragos. — Você fica lindo cozinhando. — abriu um sorriso patético e ele olhou para trás, abrindo um sorriso pelo elogio repentino.
Arthur: Eu sou lindo de qualquer jeito. — piscou para ela que riu mais uma vez.
Carla: Convencido!
Arthur: Eu ainda não esqueci o brigadeiro. — fez uma carinha fofinha e Carla abriu um sorriso. — Que tal fazer agora?
Carla: Explorador. — levantou do banquinho e foi até o balcão da pia ao lado dele.
Arthur mostrou para ela onde estavam os ingredientes para fazer o doce que logo ficou pronto juntamente com o jantar. Os dois sentaram arrumaram a bancada e logo estavam provando o macarrão.
Carla: Está muito bom. — elogiou após engolir a primeira garfada. Era verdade, não estava ruim, já tinha comido coisa muito pior em sua vida. Mas nem se importava com o macarrão, a atitude dele de preparar o jantar para ela, era melhor do que qualquer coisa que já tinha comido em sua vida.
Arthur: Diga a verdade.
Carla: Mas é a verdade, eu gostei. Apesar de que amanhã vou ter que procurar uma academia urgentemente. — respirou fundo, sentindo-se uma pequena bola. Talvez estivesse exagerando muito na comida.
Arthur: Para quem toma coca cola todo dia, o que vai ser uma macarronada? — revirou os olhos.
Carla: Como você ama implicar com a minha coca cola.
Arthur: Mas é verdade! Você sabe que é...
Carla: Tem razão... Eu preciso parar com esse meu distúrbio de tomar coca cola o dia inteiro.
Arthur: Até que enfim! — ergueu as mãos para o alto e ela o fuzilou, ele sabia como a deixar irritada.
Carla: Coca cola vai acabar com a minha carreira. — torceu o macarrão no garfo e mandou ver outra garfada.
Arthur olhou para ela e não conseguiu não sorrir, era a primeira mulher que passava em sua vida que tinha aquela atitude simples de sentar em uma bancada e se deliciar com uma macarronada queimada tomando coca cola e não se sentir nem um pouco culpada por fazer aquilo. Ela era diferente de tudo que conheceu, ao mesmo tempo que era uma das mulheres mais lindas que já tinha visto, era autêntica e engraçada. Não havia como não se encantar por Carla.
Arthur: Também não é para tanto.
Carla: É sim! — revirou os olhos e enfiou mais um pouco de macarrão na boca. Arthur sorriu mais uma vez e voltou a comer seu macarrão.
Arthur: O Viana apareceu de novo na sua casa? — perguntou olhando para Carla todo ciumento.
Carla: Não. Eu já disse, ele só foi lá por causa da Sarah. — deu de ombros e Arthur inspirou fundo, sentindo a breve pontada de ciúmes tocar seu peito.
Arthur: Sei...
Carla: Arthur! — disse o nome dele um tanto irritada pelo rumo que a conversa tomaria.
Arthur: Ok, eu parei, mas eu não gosto do Luan ficar indo lá na sua casa. Vai saber mesmo se é por causa da sua amiga. — balançou os ombros e Carla respirou fundo, aquilo era ciúmes?
Carla: É sim por causa da Sarah. Eles estão saindo e ele apenas foi buscar ela lá na minha casa, isso não significa que vai dar a louca e ele vai me sequestrar um dia desses.
Arthur: Vai saber o que passa naquela cabeça diabólica dele e...
Carla: Para Arthur! — pediu controlando as risadas com aquela ceninha de namorado ciumento dele. Namorado? Droga, não devia pensar nessas coisas.
Terminaram de jantar conversando sobre a corrida da Hungria e ao invés de Carla se acalmar, acabou se sentindo mais nervosa, uma vez que ele disse que não gostava daquele circuito por ser perigoso. Ela pensou em um futuro com ele, em como seria vê-lo partindo semanalmente para as corridas, sem saber direito se voltaria bem, se voltaria vivo... Devia ser angustiante, para ambos.
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Arthur: O Piloto 🏎
FanficSinopse : Fórmula 1. Um mundo tão exclusivo, seletivo, luxuoso e nobre para poucos abastados e suas escuderias. Um mundo onde mulheres eram meras coadjuvantes. Para Arthur Picoli, o atual tri campeão mundial e queridinho do mundo, as corridas eram...