Capítulo 39 :

889 80 12
                                    


Na terça feira Carla e Sarah passaram um verdadeiro dias de amigas. Foram à manicure, passearam pelo shopping e fizeram compras, logo depois voltaram para casa e assistiram filmes, programas de moda e comeram besteiras. Era o dia de amigas, que faziam todos os meses. O celular de Carla começou a tocar quando ela estava na cozinha preparando um brigadeiro. Sarah rolou na cama e atendeu, vendo que o número era de Arthur.

Sarah: Pois não. — fez uma voz diferente e ouviu o silêncio do outro lado da linha.

Arthur: É do celular da Carla?

Sarah: Não tem ninguém com esse nome.

Arthur: Sério? — franziu a testa, pois havia jurado que discou o número certo.

Sarah: Brincadeira é a Sarah. Ela já está subindo. — começou a rir e ele também.

Carla: O brigadeiro está pronto! — entrou no quarto segurando o prato. — O que está fazendo com meu celular?

Sarah: Falando com seu amor. — falou como se fosse a coisa mais simples do mundo. Carla arregalou os olhos e quase deixou o prato de brigadeiro cair. — Atende logo. — esticou o celular para ela e tirou o prato.

Carla tremia tanto que não se reconhecia por fazer aquilo. Ele ligou! Ele não tinha a esquecido! Seu coração começou a bater forte e aquela sensação boa a inundou novamente.

Carla: Oi. — a voz dela saiu baixinha e completamente tímida.

Arthur: Achei que pela demora tivesse desmaiado. — a voz dele apareceu rouca e linda como sempre e ela sabia que ele estava com aquele sorriso descontraído enquanto falava com ela. — Tudo bem com você?

Carla: Tudo bem e você, como está a viagem?

Arthur: Tudo ótimo. — sorriu ao perceber que ela estava nervosa. — Você esqueceu uma coisa comigo.

Carla: O que?

Arthur: Seu relógio.

Carla: Meu relo... — olhou para o pulso direito onde seu relógio sempre estava e viu que realmente ele não estava ali. — É mesmo. Você pode mandar pela Carol ou pela Daniela, por favor?

Arthur: Não sei... — fez uma pausa que deixou Carla ainda mais nervosa. — Talvez quem sabe.

Carla: Arthur é sério, ele é importante para mim.

Arthur: E quem disse que não é sério? — provocou ela, que bufou e revirou os olhos. E lá começava a implicância típica de pilotos — Como foi o comercial com o Viana?

Carla: Não foi... — ao lembrar daquele fato infeliz, ela sentiu o coração pesar de novo. Arraial e Arthur...

Arthur: Como assim?

Carla: Ele cancelou o comercial comigo porque queria fazer com a Sarah, como deixei meu celular parcialmente desligado durante a viagem, não vi as mensagens da minha chefe.

Arthur: Mas é um maldito mesmo. — a raiva dele era estampada para todos verem. Carla só não sabia se era por ela, ou por odiar Luan realmente. — O que esse pateta tem na cabeça? Se não fosse por ele, você nem teria ido embora.

Carla: É, mais a culpa foi minha de não ver as mensagens. Mas já passou, deixa para lá. — suspirou sentida e ele também. — Quando vai para a Hungria?

Arthur: Como você sabe?

Carla: Com uma avó como a minha, não há quem não saiba do calendário de Fórmula 1. — ao dizer aquilo, ela ouviu a gargalhada gostosa dele e realmente percebeu que estava com saudades. Que raios aquele homem tinha que a encantava tanto?

Arthur: Amanhã.

Carla: Hum... Boa sorte então! — tentou parecer normal, mas era difícil sabendo que ele estaria acelerando com tudo. Aquela imagem a preocupava tanto. Nunca tinha pensado nos perigos que ele corria quando não o conhecia, mas agora, alguma parte dela zelava por sua segurança.

Arthur: Vai me ver correndo?

Carla: Talvez... — Ela? Vendo corrida? Que piada Picoli!

Arthur: Poxa... — suspirou dramaticamente. — Só porque eu iria dedicar minha vitória para você, mas como você nem vai ver... — Porra! Já podia apertar ele até ficar vermelho?

Carla: Ah Arthú, até parece. — revirou os olhos. Ela, a modelo suburbana tendo uma corrida dedicada por Arthur Picoli.

Arthur: Que eu vou ganhar?

Carla: Que você vai dedicar a vitória.

Arthur: Não duvide de mim, mocinha. — que voz era aquela? Como ele conseguia fazer isso com ela? — E você, vai fazer o que esse final de semana?

Carla: Não tenho nada em mente, talvez sair com a Sarah, se ela não sair com o eca do Luan. — ergueu o olhar para Sarah que se lambuzava com o brigadeiro.

Sarah: Eu ouvi Carla Diaz! E não fale Eca para o Lú! Ele não é uma coisa nojenta.

Carla: Está bem Sarah... — revirando os olhos — Deixa um pouco para mim! — pediu e a amiga num gesto extremamente infantil mostrou a língua e enfiou uma colher enorme na boca.

Arthur: Também quero brigadeiro.

Carla: Não me diga que isso pode na sua dieta?

Arthur: Não! Mas eu gosto. — ao ouvir aquilo, ela não conseguiu deixar de sorrir.

Uma buzina na frente da casa atrapalhou seus pensamentos, mas mesmo assim prosseguiu com a conversa. Por mais três vezes continuaram buzinando e ela pediu para Sarah ir ver quem era, quando a loira saiu na varanda, voltou ao quarto mais branca que nunca.

Sarah: O Luan! O Luan! — chegou berrando dentro do quarto e Carla arregalou os olhos. Merda! Ele tinha que aparecer bem na hora que estava no telefone com Arthur? E como ele sabia onde ela morava? — Preciso de uma roupa maravilhosa! — entrou correndo para o quarto e abriu os armários de Carla atrás de roupa.

Arthur: Carla Diaz! — berrou e Carla ouviu de longe. Ui, ele estava bravo. — Que historia é essa de Luan na sua casa?

Carla: Não sei... Deixo ver. — levantou da cama e saiu na varanda, vendo Luan parado para fora da Mercedes prata dele. Caramba, ele era mesmo bonito.

Arthur: O que esse palhaço está fazendo ai, Carla? — o tom de voz dele deixava bem claro que ele estava bem bravo e aquilo era inédito para Carla.

Carla: Não sei. Ele deve ter vindo atrás da Sarah.

Arthur: Eles estão saindo?

Carla: Acho que sim.

Arthur: Eu vou para sua casa. — falou após alguns trinta segundos e Carla engasgou com a saliva. Oi?

Carla: Ficou louco?

Comentem

Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora