Capítulo 21 :

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Carla chegou à agência na manhã seguinte completamente sorridente. Não tinha aquele bom humor de manhã há anos. Parecia que tinha visto passarinho verde, e tinha. Um lindo passarinho alto! Trombou com a pessoa que menos queria ver aquele dia, Daniela.

Daniela: Oi Carlinha —sorriu abertamente, mesmo sabendo que Carla não gostava nem um pouco dela.

Carla: Oi. — revirou os olhos e agradeceu por estar de óculos escuros.

Daniela: Tudo bem?

Carla: Tudo ótimo e com você? — sorriu falsamente e a Daniela fez o mesmo.

Daniela: Está tudo bem, fiquei sabendo que vai para Arraial do Cabo com o Arthur.

Carla: Pois é, ele me convidou. — disse, agindo como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Daniela: Hum, então vamos juntas.

Carla: Ele também vai te buscar em casa? — não se conteve em provocar um pouco. Alguém tinha que tirar ela do alto do pedestal que ela achava que vivia.

Daniela: Não vamos nos encontrar no heliporto e... Ele vai te buscar na sua casa? — perguntou olhando chocada para Carla.

Carla: Sim. Ele insistiu tanto que eu acabei cedendo.

Daniela: O que você fez com ele, Carla? A noite deve ter sido muito boa para ele estar todo fofo com você. — cruzou os braços e fuzilou a rival. Carla apenas riu e jogou o cabelo para trás.

Carla: Ao contrário Daniela, não houve noite nenhuma, apenas conversamos. Ao contrário de você, não uso o peito nem a bunda para conquistar um homem, uso a cabeça. — debochou. — Agora se me dá licença, tenho mais o que fazer. Até sexta feira.

Disse saindo de perto de Daniela que ainda estava chocada com o que Carla tinha lhe falado. Ela e Arthur não tinham dormido juntos? Por que ele então estava assim com ela?

Carla entrou na sala das modelos e encontrou Sarah pendurada no telefone a loira assim que viu a amiga deu um grito e desligou o celular. Pulou em cima dela a abraçando e fazendo mil e uma perguntas da noite de ontem, que foram respondidas uma a uma por Carla que pela primeira vez em toda a sua vida não estava estressada com a amiga, pelo contrário, estava ansiosa em desabafar com alguém toda aquela loucura que estava vivendo.

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A sexta feira para Carla começou cedíssimo, às seis da manhã estava de pé para arrumar sua mala. E naquele momento, consultou seu relógio e viu que eram nove horas em ponto. Estava toda produzida com um shortinho jeans, uma camiseta com uma estampa divertida e nos pés uma sandália rasteira. Terminava de arrumar sua mala, ainda um pouco preocupada pois daqui a pouco Arthur chegaria e nem ao menos tinha avisado sua mãe e sua avó com quem iria viajar. Assim que se certificou que não esqueceu nada e que estava tudo dentro da mala desceu com sua mala de rodinhas e sua D&G preta na mão. Mara e Helena tomavam café e se assustaram ao ver Carla acordada tão cedo e ainda com uma mala.

Mara: Vai viajar Carla? — franziu a testa, demonstrando toda sua frustração com aquela situação. Carla e sua inconstância a deixavam de cabelos brancos.

Carla: Sim, estou indo para Arraial do Cabo. — largou a mala perto do sofá e sentou-se para comer com a família.

Helena: Arraial? Agora? Por que não nos avisou nada?

Carla: Desculpa, mas quando eu chegava aqui em casa ou não tinha ninguém ou todos já estavam dormindo, acabei esquecendo.

Mara: Tudo bem, você já tem idade para viajar sozinha. Mas com quem vai?

Carla: Er... Er... Vou com amigos. — deu de ombros e Mara e Helena olharam para ela. Carla estava gaguejando e ela só fazia aquilo quando mentia.

Helena: Isso está me cheirando mentira.

Carla: Não é, são meus amigos da agência. Agora deixo tomar café porque a viagem é longa. — Começou a tomar café junto com a mãe e a avó que perguntavam coisas sobre a viagem, ela respondia, mas sempre ocultando a parte de Arthur.

Subiu ao seu quarto e escovou os dentes, retocou a maquiagem e viu no relógio que já eram dez horas. No mesmo segundo que fechou a porta de seu quarto ouviu uma buzina forte em frente a sua casa, não conseguiu deixar de sorrir, era ele. Mara gritou seu nome e Carla desceu correndo as escadas, queria ser rápida para que a mãe e avó não descobrissem com quem ela iria viajar, mas ao chegar na sala constatou que era tarde demais, ouviu as vozes de Mara e Helena conversando com alguém na porta.

Quase pulou de felicidade ao ver que esse alguém era Boninho que já estava com sua mala nas mãos e conversava com Mara e Helena sobre os "amigos" de Carla. Pela conversa que ele inventou e Carla tentou entender, Boninho falou que era pai de uma amiga da Carla da agência, Mara e Helena acreditaram.

Helena: Mas eu ainda acho que te conheço de algum lugar. — continuou olhando fixamente para Boninho que arregalou os olhos para Carla. — Acho que já te vi na televisão.

Carla: Lógico que não vovó! — revirou os olhos e passou a mão pela testa, completamente nervosa.

Helena: O senhor tem algo com a Fórmula 1 ? — sorriu para ele e Carla e Boninho engasgaram ao mesmo tempo fazendo com que Mara e Helena olhassem assustadas para os dois que não paravam de tossir.

Mara: Está tudo bem com vocês? — cruzou os braços, olhando para os dois completamente desconfiada.

Carla: Claro que sim. Mas então Boninho, vamos né?

Helena: Boninho! Isso! Boninho! — gritou e bateu com as mãos. A reação de Carla foi apenas voltar a engasgar.

Boninho: É Bernardinho, Carla. — tentou corrigir e ela olhou torto para ele, sorrindo falsamente para sua família.

Carla: Isso errei, desculpa. O nome dele é Bernardinho vovó, não Boninho. Você não conhece ninguém chamado Boninho.

Helena: Você não é engenheiro da Ferrari, não? — cruzou os braços e mirou o senhor, que apenas olhou para Carla.

Boninho: Quem me dera senhora, quem me dera. — segurou o riso.

Carla: Bom, vamos logo né Bernardinho?

Boninho: Claro menininha, — provocou Carla que ficou vermelha de raiva e logo depois se despediu da mãe e da avó.

Logo depois Boninho levou a mala dela até a Ferrari vermelha de Arthur que para a surpresa dela estava dentro do carro, esperando ela. Revirou os olhos. Será que ele não sabia não chamar a atenção?

Boninho: Entra. – empurrando a Carla delicadamente para dentro do carro.

Carla: E você?

Boninho: Vai logo menininha! — abriu a porta do carro para ela que deu um sorriso para Arthur que estava vermelho de tanto que ria, a situação que eles passaram a pouco foi algo cômico, nunca tinha imaginado ver Boninho em uma situação daquela por sua culpa.

Carla sentou no banco do passageiro e Boninho foi no banco de trás. O que deixou Mara e Helena, que ainda estavam na porta esperando a partida de Carla, completamente confusa.

No carro, os risos de Arthur e Boninho ainda eram pela situação com a família de Carla. Está, que não conseguia prestar atenção em outra coisa que não fosse Arthur. Ele estava lindo, como sempre! Vestia uma calça jeans, uma camiseta branca com gola em V e para completar, um boné da Ferrari que o deixava completamente adorável.

Mara: Ai tem coisa!

Helena: Ô se tem! — viram o carro ligar e o motor roncar daquele modo tão atípico, em dois segundos, já estava dobrando a esquina.

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Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora