Arthur: Tudo bem? — perguntou a ela que sentou no banco e então lá foi ele sentar novamente ao lado dela.Carla: Tudo, fora os ataques de minhas irmãs, ataques da Sarah, ataques em geral. — suspirou e Arthur sorriu.
Nem se quisesse realmente, conseguiria ficar tratando ela mal. Sua raiva estava em um nível controlado e vê-la tão linda ali, depois de tantos dias sem nenhum sinal de vida dela, anulava o sentimento amargo que ela tinha deixado em sua vida desde o desfile.
Arthur: Er... — bagunçou um pouco os cabelos e suspirou. — Você está bonita. — sorriu um tanto envergonhado. Carla também sorriu, achando uma graça as bochechas vermelhas dele.
Carla: Obrigada. Você também.
Thaís: Carla! — chegou correndo e se jogou em cima de Carla e Arthur. Carla respirou fundo, sabendo que o clima já era. — Tudo bem?
Carla: Tudo ótimo Thaís. — revirou os olhos e balançou a cabeça. Thaís olhou para ela e logo depois para Arthur.
Thaís: Er... Atrapalhei alguma coisa? — deu um sorriso tímido e Arthur a fuzilou com o olhar. — Bom, deixa eu ir indo e...
Carla: Não pode ficar, eu tenho que entrar. — levantou do banco, arrumando um pouco o vestido. — Você está linda Thaís. — deu um sorriso e logo depois entrou para dentro do restaurante.
Arthur: Deseja enforcamento ou um tiro? — olhou para a menina maldosamente.
Thaís: Ai meu Deus. — saiu correndo do irmão que começou a rir e foi atrás dela.
Carla sentou na mesa junto de suas irmãs, os maridos de sua irmã, seus sobrinhos, Helena, Fernando e mais duas tias, entre elas Kelly. Ainda que Sarah ficava balançando os braços toda hora da mesa dos pilotos. Mas não foi, não pertencia mais a aquela parte e ainda que teria de aguentar Beatriz.
Carla não poderia estar mais feliz por ver sua mãe tão feliz, como há muito tempo não a vida. Era bom saber que pelo menos ela e Arthur serviram para alguma coisa, juntar Mara e Boninho.
O jantar foi servido logo após um pequeno discurso dos noivos. Boninho pediu a mão de Mara para Carla, Bianca e Lara, o que provocou gargalhadas de todos presentes. Após Carla ameaçar Boninho um pouquinho caso não fizesse feliz sua mãe, enfim ficaram noivos literalmente.
Carla comeu rapidamente e voltou para o jardim onde estava no começo da festa, sentou no banco e ficou olhando para o céu, lembrando-se de seu pai, sabia que o que ele mais queria era ver sua mãe feliz e sabia que ele estava feliz por ela nessa nova fase da vida dela.
Arthur: Um doce por seus pensamentos. — sentou-se ao lado dela, fazendo Carla dar quase um pulo pelo modo silencioso como ele chegou. Olhou para Arthur e ele segurava dois pratos com um petit gateau bastante tentador.
Carla: Estava pensando em meu pai. — deu um sorriso tristonho e pegou o prato das mãos dele. — Hum, isso aqui está bom mesmo!
Arthur: Um tanto difícil qualquer coisa doce não estar bom para você. — os dois riram e ele começou a comer. — Tem razão, está uma delicia.
Carla: Isso pode na sua dieta?
Arthur: Não, mais é gostoso. Além do mais, até coca cola já entrou na minha dieta. — piscou para ela que fez uma cara surpresa.
Carla: Isso sim eu não esperava. — gargalhou e balançou a cabeça positivamente.
Arthur: Por que está pensando em seu pai? — olhou para ela ficando sério novamente. Carla olhou para cima e novamente sorriu.
Carla: Meu pai sempre pediu para que minha mãe fosse feliz e hoje ela está feliz. E eu sei, eu sinto que seja lá aonde ele estiver, ele está feliz por ela. — olhou para Arthur sorrindo, ainda que seus olhos estivessem rasos de água.
Arthur: Ele está feliz por sua mãe e muito orgulhoso de você, pode ter certeza.
Carla: Orgulhoso de mim? — deu um sorriso pesaroso e olhou para baixo. — Muito difícil.
Arthur: Lógico que está. Você é uma pessoa maravilhosa, direita e lutou por tudo o que você sempre sonhou. Você é uma filha que todos os pais sempre quiseram ter Carla, sério.
Carla: Nunca consegui tudo que eu sempre quis... — deixou o prato de lado e abaixou um pouco a cabeça. Arthur ficou calado por alguns segundos e tomou de uma vez coragem para pegar Carla pelo braço.
Arthur: Posso? — perguntou a ela contornando os braços em torno do corpo dela. Carla deu um sorriso fraco e encostou a cabeça no peitoral dele. Ambos sorriram. — Por que está chorando? — perguntou a ela enquanto mexia em algumas mechas do cabelo dela.
Ambos não podiam descrever o que estavam sentindo naquele momento, era como se tudo voltasse ao seu devido lugar, ao seu próprio alinhamento.
Carla: Porque eu sou uma idiota. — olhou para ele, sorrindo debilmente. — Me desculpa Arthur... — virou o rosto para a frente dele e segurou o rosto dele, o obrigando a olhá-lá. — Me desculpa por fazer toda essa palhaçada, por te fazer sofrer, por ser tão egoísta, por desistir tão fácil. Eu errei demais com você, mas eu peço por favor que me perdoe... Eu não sei viver sem você Arthur. Durante esse mês eu passei os piores dias da minha vida e eu tentei, tentei muito... Mas eu não consigo, eu sou fraca, sou uma idiota, sou burra.
Arthur: Eu amo você e você sabe que eu vou te esperar por quantos dias mais você quiser. Porque eu quero você pra mim, mas totalmente sã do que você quer. Porque quando tudo voltar ao normal, não vai mais ser aquele namoro, noivado maluco que vivíamos. Vai ser casamento Carla, vai ser para construir família. Vai ser sério e para sempre. — segurou o rosto dela, afastando a franja dos olhos dela.
Carla sorriu e não contendo as lágrimas que escapavam de seus olhos. Abraçou Arthur do melhor jeito que pode, da maneira como quis há vários dias. De um modo que poderia senti-lo, podia estar ainda mais junto dele. Dele, somente seu.
Beatriz: Posso falar com vocês dois? Ou melhor, com você Carla? — aproximou-se dos dois que continuavam abraçados quase em passos de gato.
Carla deu um pulo de perto de Arthur, reconhecendo muito bem aquela voz. Os dois levantaram ao mesmo tempo e encararam Beatriz.
Beatriz: Sabia que vocês iriam estar aqui... Preciso muito falar com os dois.
Carla: Não tenho nada para falar com você Beatriz. — desvencilhou-se dos braços de Arthur e ia saindo quando ele a puxou novamente.
Arthur: Ouça ela Carla. — olhou seriamente para ela e logo após para a mãe. — Tenho certeza que ela repensou muito da vida dela.
Beatriz: Exatamente, não seria tão suicida a ponto de discutir com você novamente Carla. Pelo amor que nós duas sentimos por ele... — olhou profundamente para Carla, está que respirou fundo.
Carla: Tudo bem...
Arthur: Estou lá dentro. — quase saiu correndo de perto das duas.
Sabia que sua mãe iria pensar trezentas vezes antes de falar alguma ofensa à Carla.
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Arthur: O Piloto 🏎
FanfictionSinopse : Fórmula 1. Um mundo tão exclusivo, seletivo, luxuoso e nobre para poucos abastados e suas escuderias. Um mundo onde mulheres eram meras coadjuvantes. Para Arthur Picoli, o atual tri campeão mundial e queridinho do mundo, as corridas eram...