Capítulo 31 :

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Na cidade do Rio de Janeiro, Luan Viana se encontrava sentado em um restaurante tomando um vinho delicioso, esperando a chegada de Sarah. Estava ansioso para falar com ela que já estava com mais de trinta minutos de atraso. Ela tinha desistido? Não era possível que ela tivesse desistido dele. Ninguém nunca tinha o dispensado na vida.

Mas estava falando de Sarah Andrade, a louca que gritou com ele, recusou seu convite e o tratou mal. É óbvio que ela poderia desistir. E sabia que ela disse que estava vindo, apenas por educação e por ter enchido o saco dela. Respirou fundo e pediu mais uma taça de vinho ao garçom.

Fechou os olhos e lembrou-se da primeira vez que viu a loira, no autódromo vestida com aquele micro uniforme sorrindo para os quatro ventos, tudo que encantava seus olhos. Não sabia porque, mas havia algo nela que o despertava. Sentiu que ela era uma mulher especial, que deveria fazer parte de sua vida.

Abriu os olhos e teve a visão perfeita daquele monumento loiro vindo em sua direção, com um vestido vermelho na altura do meio da coxa tomara que caia. Os cabelos caiam por suas costas ondulados na altura da cintura e a maquiagem estava perfeita, realçando os lindos olhos verded dela.

Luan: Você está linda! — levantou da cadeira e puxou a cadeira para ela, tratando de cortejar a loira que o olhou como se fosse de outro planeta. Estava ali porque não tinha com quem sair no final de semana e não porque queria sair com Luan, pelo contrario, achava ele um completo idiota!

Sarah: Obrigada, é o que todos dizem. — sentou-se sem ao menos deixar Luan fazer o cavalheirismo de lhe ajustar a cadeira, o rapaz desolado sentou na cadeira em frente da loira.

Luan: Você está bem? — abriu um sorrisinho e ela deu de ombros.

Sarah: Se estou aqui é porque estou bem. — revirando os olhos. O garçom chegou interrompendo os dois, perguntando das bebidas. Sarah e Luan optaram por mais vinho e o jantar para depois.

Luan: Você é sempre assim, estressada? — olhou para Sarah com uma sobrancelha levantada. A loira riu baixinho e olhou pela primeira vez para ele. Era um homem literalmente de tirar o fôlego.

Sarah: Somente com quem eu quero. Perdão mais você me irritou no telefone ontem. — mentiu, pois no fundo tinha adorado a insistência de Luan em querer sair com ela, nunca ninguém tinha feito aquilo. — Acho que é mal de todos os pilotos. — revirou os olhos e bebeu um pouco de vinho.

Luan: Por que diz isso? — perguntou com a testa franzida.

Sarah: Vocês são insistentes e não sossegam enquanto nós mulheres, não saímos com vocês. Bom, minha amiga se deu bem, já eu... Não tenho tanta certeza disso. — revirou os olhos mais uma vez. Luan riu ainda confuso com o que a loira dizia, ela parecia falar com ela mesma de um jeito que quem estivesse ao seu lado não entendia coisa nenhuma!

Luan: A loirinha?

Sarah: Sim.

Luan: Fiquei sabendo que você virou amiguinha do Picoli. Como aguenta? — bufou e se arrependeu ao ver a cara de brava de Sarah.

Sarah: Não acredito que me chamou aqui para falar do Arthur. — ela o olhou seriamente, com as mãos cruzadas e ele abriu a boca para se desculpar, mas foi interrompido. — Se está pensando que eu vou falar alguma coisa para você está muito enganado porque eu...

Luan: Desde a primeira vez naquele autódromo te achei linda e estou pouco me lixando para quem você é ou o que é do Arthur, só quero te conhecer melhor. — foi sincero logo depois do sermão dela. Sarah olhou para ele e logo depois abriu um sorrisão que fez com que Luan quase ter um ataque cardíaco ali mesmo.

Sarah: Desculpa. Estou muito na defensiva com você. Bom, conte-me o que você gosta de fazer? — ainda sorrindo, coisa que também fez ele sorrir.

Luan começou a contar o que gostava de fazer que se resumia a correr, pilotar e correr! Será que na vida dos pilotos tudo se resumia a correr? Pensou a loira que ouvia atentamente tudo o que ele falava. Pela primeira vez em sua vida sentiu algo que não sabia explicar, não era somente sexo como foi com todos seus "companheiros" sentia que sua historia com Luan estava somente começando. 

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Em Arraial do Cabo o dia nasceu ensolarado como sempre, anunciando mais um dos belíssimos dias. E Carla acordou com a claridade batendo em seu rosto e nunca em toda sua vida, tinha sentido tanto calor. Arthur estava jogado em cima dela, lhe sufocando com o peso dele e os braços protetores ao redor de seu corpo. Com cuidado, virou-se para frente, se livrando dos braços dele e ficou quieta, o observando em silêncio, pensando que aquele homem que dormia agora com as mãos debaixo da bochecha, num gesto tipicamente infantil, tinha provocado dela uma das melhores sensações de sua vida e lhe dado uma noite inesquecível. E pensar que tudo aquilo acabaria hoje...

Conhecia o tipo de Arthur, ele era jovem demais, rico em excesso, não se prenderia a mulher nenhuma por motivo algum nessa altura do campeonato. Ele tinha conseguido o que queria com ela, assim como todas as outras. Era claro que ela mesmo tentando fugir daquilo, por nunca ter gostado de ir para cama com qualquer um, teria o mesmo fim que Daniela e todas as outras que passaram na cama dele. Ela era infelizmente apenas mais um corpinho bonito.

Levantou da cama e foi tomar um banho, para colocar suas ideias no lugar e assim que saiu, vestindo um short jeans e uma blusa de alça foi diretamente para a varanda, vendo que Arthur dormia. O mar bem à sua frente era magnífico e a vista do quarto de Arthur era ainda mais linda. Dava visão para as pequenas rochas espalhadas pelo mar que eram constantemente atingidas pelas ondas. Era uma sensação de paz maravilhosa.

Era hora de encarar os fatos: Tinha dormido com Arthur Picoli e simplesmente adorado aquilo. Agora finalmente entendia o porque de tanto alarde em cima dele, ela deveria ter desconfiado desde o princípio que não era apenas por ser bom nas pistas.

A segunda coisa era que o final de semana tinha acabado e ela iria embora hoje e voltaria a sua vida. Agora a questão era... Conseguiria agir normalmente depois de tudo aquilo? O susto de ter duas mãos circulando sua cintura a fez pular e logo sentiu o corpo quente e enorme dele ficando atrás dela.

Arthur: Bom dia. — destinou a ela um sorriso maravilhoso, que deixou Carla ainda mais mole. Como alguém conseguia ser perfeito ao acordar?

Carla: Bom dia. — também deu um sorriso, mas logo voltou a se concentrar no mar.

Arthur: Acordou agora? — perguntou simpaticamente, enquanto virava na mesma posição que ela. A vista era bela. E admirar aquilo com uma beldade daquela ao seu lado era melhor ainda.

Carla: Faz um tempinho... — balançou os ombros sem tirar os olhos da água.

Arthur: Você está se sentindo bem? Parece triste. — ela desviou por dois segundos os olhos do mar, para lhe destinar um sorriso chocho e então se virou.

Carla: Tem como ficar triste estando nesse lugar? — com o queixo, apontou o mar e ele assentiu.

Arthur: Não, nem um pouco. Por isso que amo tanto esse lugar, me sinto ótimo aqui.

Carla: É lindo mesmo...

Arthur: Eu? Obrigado. — fez graça e atingiu seu objetivo que era fazer ela rir.

Carla: Bobo. — olhou para ele de um modo doce e no segundo seguinte ele a agarrava pela cintura tomando pose de seus lábios.

Carla abriu a boca dando espaço para a língua quente dele, se sentia no céu com um simples beijo daquele homem que não conhecia literalmente, não sabia nada da vida dele e nem ele da sua, mas bastava olhar para ele para toda essa paranoia passava, ver aquele homem com alma de criança na sua frente era algo inexplicável, sentia se nas nuvens com ele. E por um breve momento desejou ter aquela sensação para o resto de sua vida. Ela sabia que não era saudável querer algo do tipo, mas não conseguia controlar. Ele era perfeito.

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Arthur: O Piloto 🏎Onde histórias criam vida. Descubra agora