CARLA
Na Residência Diaz, a família que se define em, Carla, Helena e Mara, mãe de Carla, jantava em meio de conversas e gargalhadas. Há muito tempo não jantavam tão felizes, desde que seu pai, Carlos, morreu há dois anos, a família vivia em uma profunda depressão. Carla chegou a fazer terapia, pois o choque de ver seu pai morrendo de insuficiência respiratória, em sua frente, foi tão grande que hoje, não gosta nem de lembrar. Sua avó, Helena, é a grande felicidade daquela casa, anima a todos com suas piadas e sua alegria contagiante.
Mara: Não mamãe! A senhora não pode ir sozinha nessa corrida. — disse após a senhora dizer que tinha comprado o ingresso para o Grande Prêmio do Brasil. Mara não concordou nem um pouco com aquela ideia, sua mãe já era uma senhora e poderia ser perigoso.
Helena: Mara, sou velha, mas não gagá. Posso muito bem ir sozinha, assim como já fiz em tantos anos. — disse e Mara respirou fundo, sabendo que não haveria nada para fazer com que a mãe tirasse aquela ideia da cabeça.
Mara: Carla, porque não vai com sua avó? — olhou para a filha que estava avessa à discussão, mexendo em seu celular com a cabeça baixa. Ela olhou para a mãe com os olhos arregalados.
Carla: Ah não, gente, por favor! Eu odeio corridas! Vó me desculpa, mas eu não posso ir. — respondeu prontamente, desesperada com aquela possibilidade.
Helena: Tudo bem querida! Então eu vou sozinha. — respondeu com um sorriso.
Mara: Meu Deus! Mamãe, então eu vou com a senhora. — falou, com os olhos em Carla que a olhava sem entender o porquê da cara feia.
Helena: Está bem! — suspirou e voltou a comer.
Mara: Arrancaria seu braço acompanhar sua avó? — perguntou baixo para Carla, que suspirou.
Carla: Mãe, eu não posso! Esqueceu que a Elite pode me chamar a qualquer momento para algum trabalho, de final de semana sempre rola alguma coisa.
Helena: Vocês não vão brigar, não é? Mara você vai comigo e a Carlinha vai trabalhar. Pronto, morreu o assunto. — se meteu no meio da discussão, em que Mara viu que tinha perdido. Já que Helena protegia Carla com unhas e dentes.
Na segunda-feira Carla chegou à agência atrasada. No Domingo logo depois do jantar recebeu uma ligação da Agência pedindo para ela comparecer no dia seguinte, para uma reunião com sua chefe. Carla entrou na sala e todos a olharam, por interromper a reunião que já tinha começado. Vestia uma calça jeans, uma blusa básica preta e um sapato de salto alto preto. Os cabelos incrivelmente loiros estavam soltos e ondulados e ela ficou corada ao ver as outras modelos olhando para ela com uma cara feia.
Xxx: Que bom que chegou Carla. — sorriu para ela e apontou uma cadeira vaga.
Carla: Adriana desculpa o atraso! Sabe como é o trânsito dessa cidade. — sentou- se e logo ao seu lado viu Sarah Andrade, sua melhor amiga e também modelo. A loira acenou para ela com aquele cabelo reluzente e os olhos incrivelmente claros. Carla sorriu e então olhou para Adriana.
Adriana: Bom meninas, quis reunir vocês cinco aqui para fazer uma proposta tentadora! Como sabem essa semana vai ocorrer aquela corrida de Fórmula 1, aqui no Rio de Janeiro. — sorriu para as garotas que assentiram. Carla revirou os olhos, será que até em seu trabalho aquela maldita corrida a perseguia? — Eles querem contratar cinco mulheres, para trabalhar como paddock girl, que é um tipo de recepcionista durante essa estadia aqui no Brasil. Querem as mulheres mais lindas de toda a agência e eu decidi que serão vocês. Olha, são quatro dias. De quinta feira até domingo, dia da corrida. O salário é de cinco mil. E então? — perguntou olhando para as meninas.
Os olhos das quatro meninas presentes na sala brilharam. Somente Carla que bufava feito um boi pronto a atacar! Estava pronta para recusar quando ouviu o preço do salário. Cinco mil ! Era muito dinheiro para quatro dias de trabalho fácil! O que tinham que fazer? Ficar olhando para a cara daqueles pilotos metidos? Iria tirar de letra.
Sarah: A meu Deus! Eu vou ver o Arthur Picoli! Dri, é claro que eu aceito! Conte comigo! — disse toda empolgada e aceitou prontamente, assim como as outras três meninas.
Adriana: E você Carla?
Carla: Eu aceito também. — disse revirando os olhos.
Adriana: Que ótimo! Bom, quero que estejam aqui às seis da manhã na quinta feira.
Depois de acertarem os últimos detalhes todas saíram da sala de Adriana, comemorando porque com certeza vão conhecer Arthur Picoli! O campeão, o queridinho do Brasil! O Deus grego! Exceto Carla que bufava por ter que aguentar quatro dias aquele ronco de motor insuportável. Sua vida girava em torno de ensaios fotográficos, festas e glamour, não a graxa e os parafusos!
A semana voou. Tanto para Carla, que ficou bastante entretida com um ensaio para a campanha da Calvin Klein. E também para Arthur, que passou os dias treinando no autódromo ou passeando junto com sua mãe e sua irmã, que ainda queria porque queria começar a treinar no Kart. Coisa que proporcionou mais algumas brigas na família.
Na quinta feira Carla acordou às cinco da manhã, se arrumou bem básica, um short branco e uma bata floral. Mesmo sendo muito cedo estava já um calor horrível, sinal que mais tarde iria piorar e muito! Pegou seu carro, um fusca vermelho, já um tanto velhinho e foi direto para a Elite.
Chegou na agência às seis e quinze da manhã, atrasada como sempre ao olhar para as modelos que já estavam lá, estavam todas produzidas, como se fossem a uma festa. E ela ali, tão básica... Adriana logo que a viu a jogou dentro da van como as outras modelos e seguiram para o autódromo. Em menos de quinze minutos estava lá, com Adriana entregando para elas o 'uniforme' que elas teriam que usar nesses dias de trabalho. Um short minúsculo, minúsculo mesmo! Um top preto mostrando toda a barriga e com um decote para lá de extravagante e uma bota preta de salto agulha altíssima.
Carla: O que é isso, Dri? — olhou para o uniforme com os olhos arregalados. Se não fosse pelo dinheiro já teria ido embora daquele lugar a muito tempo. Os roncos infernais dos motores já ecoavam pelo ouvido de todos para a surpresa de Carla que pensou que os pilotos fossem um bando de vagabundos e que acordassem depois do meio-dia. Engano dela!
Adriana: Carlinha é seu uniforme! Agora vá se vestir, pois vocês cinco tem que sair lá fora.
Carla: Eu não vou usar isso!
Adriana: Você vai é uma modelo! Modelo não tem vergonha de mostrar o corpo. E se você tiver não se preocupe, tem mil meninas lá fora querendo o seu lugar. Me entendeu? — deu uma dura em Carla. Para ela, uma modelo profissional era a que aceitava o trabalho, seja ele qual for.
Carla: Sim! — concordou com Adriana com os olhos cheio de lágrimas. Nunca, desde que entrou na Elite, ela tinha falado assim com ela e nem com nenhuma outra modelo. Sempre foi tão calma e meiga.
Adriana: Então vá se trocar.
Carla foi sem dar um pio e logo depois de trocada com aquele pedaço de pano que não cobria quase nada se juntou as meninas e ficou andando de Box em Box, conhecendo e também guiando alguns turistas e outras pessoas que pagaram para conhecer aquela parte do autódromo. Passaram em frente do Box da Ferrari e ai todos surtaram!
Para a felicidade de todos, Arthur estava conversando com Boninho, sentados em frente ao computador bem em frente ao box, dando visão para todos os visitantes do grande campeão. Ele estava de calça jeans e uma camiseta branca, acompanhado de óculos de aviador, provavelmente para esconder a cara de sono.
A gritaria dominou o local e Carla viu que Sarah era a que mais surtava. Gritava o nome do piloto e pulava feito uma criança. Carla que estava ao lado dela a olhava como se ela fosse uma alienígena! Para que todo aquele surto, por aquele piloto? Tinha que admitir que sua avó tinha razão, ele era lindo pela televisão e ainda mais pessoalmente. Mas nem que ele fosse o Brad Pitt iria surtar como suas colegas de trabalho, nunca foi daquelas pessoas que viviam e respiravam por um ídolo. Ainda mais por um ídolo das corridas.
Arthur acenava para todas aquelas pessoas, dando graças a Deus por ter seguranças na frente do Box, ou ele estaria muito encrencado com toda aquela gente.
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Arthur: O Piloto 🏎
FanficSinopse : Fórmula 1. Um mundo tão exclusivo, seletivo, luxuoso e nobre para poucos abastados e suas escuderias. Um mundo onde mulheres eram meras coadjuvantes. Para Arthur Picoli, o atual tri campeão mundial e queridinho do mundo, as corridas eram...