Don't call me angel - Harelly Pt. 1

71 - Se uma anaconda comer minha perna, eu te mato

POV Hannah Alter

Ela atende meu pedido e nada em minha direção. Quando ela sai, só consigo pensar que se sereias existem realmente, devem se parecer exatamente com isso. Ela para pra se secar com a toalha e eu agradeço mentalmente pelo tempo extra pra olhar para ela. Mordo o lábio, sorrindo, e giro nos calcanhares quando ela ordena.

Seus dedos foram direto abrir meu sutiã e precisei segurá-lo às pressas em meus peitos. Suas mãos estavam geladas quando começou a passar o protetor, calmamente, em minhas costas. Na mesma hora, senti meu corpo se arrepiando, não só pela frieza de suas mãos, mas também por aquilo ser incrivelmente mais sensual do que eu tinha em mente. Minha respiração fica ofegante quando ela desce as mãos pelo meu pescoço e quase alcança meus peitos, deixo o ar escapar devagar quando escuto sua voz.

- Você pode fazer isso de novo quando suas mãos esquentarem pra comprovar a resposta dessa pergunta. - Dou um sorriso malicioso enquanto ela fecha o sutiã e me viro novamente para ela - Obrigada.

Pego o protetor dela e coloco uma quantidade considerável na palma da minha mão antes de entregá-la de novo. Eu precisava passar bem mais se não quisesse ficar toda ardida depois. Começo a espalhar um pouco no rosto, na barriga e, quando percebo que estava servindo de entretenimento para ela, aproveito a oportunidade para provocá-la. Espalho bem devagar pela cintura, indo até a barra da calcinha, puxando nas laterais e passando lentamente até chegar abaixo do umbigo. Esfrego uma mão na outra para passar nas pernas o restante que sobrou, deslizando as duas mãos ao mesmo tempo em cada coxa, até os tornozelos. Mordo o lábio vendo como ela estava prestando atenção em mim. Eu poderia fazer isso mais vezes. No meu quarto, só ela e eu, fazendo com que ela olhasse para mim sem desviar o olhar por um segundo sequer. Preciso respirar fundo com esse pensamento quando acabo de passar o protetor e ela me chama para a água.

Não nego que a água parecia estar mesmo boa, era cristalina, de uma cor quase tão bonita quanto os olhos de Mirelly, que acabara de segurar minha mão. Sinto um calor subindo pela minha barriga ao fazer aquilo. Ela fazia eu me sentir como se tivesse 10 anos. Caminhamos juntas assim até a beirada e eu estava adorando, até sentir a água tocando meus pés. Comecei a diminuir os passos enquanto ela seguia adiante. Apenas ela me dizendo que não havia bichos ali não era o suficiente para me sentir segura, mas a vontade de ficar ali com ela era maior e eu precisava encarar.

A água estava gelada, o que me fez cruzar os braços e me encolher o quanto pude, em pé, conforme minhas pernas iam sumindo embaixo d'água. Quando a alcancei, ela nadou ainda mais para o fundo.

- Não podemos ficar só aqui?

Ela nega, rindo de mim, e eu conto até 10 antes antes de segurar o nariz e mergulhar de uma só vez, nadando até onde ela estava. Quando coloco o rosto para fora da água, preciso me segurar para não soltar um gritinho pelo frio que sentia.

- Como você aguenta isso? É muito gelado - Falo, batendo o queixo de frio, abraçando meu próprio corpo, na tentativa inútil de me esquentar - Se uma anaconda comer minha perna, eu te mato.

Ela ri e acabo fazendo o mesmo enquanto me tremia, até que sinto algo tocar meus pés, fazendo com que eu me debatesse enquanto nadava para mais perto dela, como se ela pudesse me proteger de algo.

- Você disse que não tinha nada aqui! - Falo amedrontada enquanto ela dá risada, pedindo para eu me acalmar.

Jogo um pouco de água nela, que não parava de achar graça da minha desgraça. Ela nada até a pedra onde estava a queda d'água, me deixando ali sozinha, para o meu desespero, mas não espero muito até ir atrás dela. Subimos na pedra e ficamos sentadas ali, com a água caindo em nossas costas. Ali eu me sentia mais segura.

Nossas mãos, que estavam nos apoiando sentadas na pedra, acabaram se encostando mais uma vez. Algo simples que fez meu coração acelerar enquanto criava coragem para segurá-la de novo. Encaixo timidamente os dedos entre os seus, sem nem mesmo olhá-la. Ela não cedeu de imediato, mas logo em seguida segurou minha mão também. Meu polegar acariciava gentilmente a parte de cima da sua mão, fazendo o que poderiam ser desenhos invisíveis.

- Quanto tempo temos aqui até darem nossa falta?