159 - Melhor você ir

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POV Hannah Alter


— Eu não acharia tão ruim assim as pessoas assistirem você gozar, contanto que seja pra mim — Dou de ombros, achando graça e mordo o lábio satisfeita quando ela geme ao se ajeitar sentada — Ah, baby, pode ter certeza que eu vou.

Tiro a cinta para guardar de volta no porta luvas e procuro minha roupa, me vestindo enquanto ela fazia o mesmo. Termino de amarrar o cinto enquanto ela tentava ajeitar o decote.

— É a Kardashian mais gata, por sinal — Dou um beijinho rápido em seu pescoço por cima das marcas e outro entre seu decote — E toda minha.

Aguardo enquanto termina de arrumar o cabelo e — tenta — esconder os roxos, mas meu trabalho estava muito bem feito. Abro a porta e saímos, sem que ninguém nos visse por ali. Tranco o carro e seguro sua mão para voltarmos para a festa. Sinto o aperto forte entre meus dedos quando ela dá o primeiro passo e sorrio para mim mesma, ignorando sua reclamação, sabendo que ela sentiria isso a noite todinha.

Quando entramos na casa de novo, todos olhavam curiosos e confusos por voltarmos juntas depois de toda a confusão e parecia estar bem evidente o que estávamos fazendo. O que Tina fez questão de mencionar quando a alcançamos. Eu já até esperava isso de sua parte, certamente Eva também me deixaria constrangida numa situação como essa, então apenas desvio o olhar e ignoro o comentário. Ergo uma sobrancelha quando Mirelly me chama para beber. Ela parecia realmente ficar bem interessante em festas.

Seguro sua mão, andando na frente abrindo caminho e dou outro sorriso satisfeito sem que ela visse quando volta a apertar minha mão. Aquela era uma sensação muito boa, saber o que ela sentia a cada passo que dava. Mas meu sorriso se desfaz quando vejo Lídia um pouco mais a frente. Esbarro nela com o ombro, de propósito, quase a derrubando, mas sigo em frente com Mirelly até onde estavam as bebidas. Ela se serve com um líquido colorido de menininha que me obriga a fazer uma careta e eu faço uma mistura de vodka com energético, que quase não fazia diferença. Faço algumas piadas com sua bebida e, entre risadas e goles, vejo Ashley me encarando do outro lado do cômodo, por trás de Mirelly. Ergo as sobrancelhas escondendo a cara no copo enquanto virava o resto da bebida, preparando mais uma em seguida, fingindo demência para não ter que lidar com ela. Depois do que Mirelly fez com ela, não seria nada seguro, nem para Ashley e nem para mim, que ela a visse ou que eu fosse dar a ela qualquer tipo de explicação. Que fique por isso mesmo. Beijou, beijou, agora não beija mais, simples.

Pego mais um copo antes de irmos até a sala, onde as pessoas dançavam e a música estava bem alta. Nesse momento, eu já estava bêbada, vendo tudo ainda mais movimentado do que realmente estava. Mas meus olhos se fixam em Mirelly quando ela me puxa para dançar, o que me deixou definitivamente animadinha. Seguro o copo com uma mão e sua cintura com a outra enquanto dançamos, mas ela para e me leva até uma poltrona e apenas me sento, sem entender muito, mas não ofereço nenhuma resistência.

Eu a olho tentando descobrir o que faria quando começou a tocar funk e ela se vira de costas para mim. Sinto meus pulmões encherem de ar antes de esquecer como se respira quando ela começa a rebolar em meu colo. Eu poderia facilmente ser comparada a uma criança que ganha o presente que tanto queria no natal, pois meu rosto não escondia o quanto aquilo me deixou contente. Eu nem piscava ao olhar para sua bunda enquanto ela sarrava em mim no ritmo da música. E o melhor era saber que ela fazia isso com meu pau dentro dela. Seguro em seu quadril, a puxando até que sentasse em meu colo, o que a fez parar por uns segundos e cravar as unhas nas laterais das minhas coxas, porque sentar certamente fez meu pau entrar mais fundo nela. Preciso me concentrar para não esquecer que não estávamos sozinhas ali e resistir a vontade de fodê-la de novo quando ela ela mexe a bunda, colada em mim, rebolando devagar. Minhas mãos acompanham sua cintura, descendo até sua bunda, apertando discretamente enquanto seus movimentos faziam meu vestido levantar um pouco, mas ninguém veria nada enquanto estivesse em cima de mim. O que ela fazia agora não era muito diferente do que estava fazendo uns minutos atrás comigo e aquilo me enlouquecia.

— Meu Deus, Mirelly... Assim eu vou ter que te levar pro carro de novo — Recupero o fôlego quando ela se senta de lado no meu colo, envolvendo meu pescoço com os braços — Você é muito gostosa.

Abraço sua cintura e me forço contra ela na intenção de pressionar ainda mais meu pau dentro dela, o que a fez dar um gemido baixo em minha boca e eu a beijo. Sua língua na minha apenas me deixava ainda mais molhada do que já estava. Me viro, a colocando sentada no meu lugar, sem nenhuma delicadeza e ela fecha os olhos com força quando me sente novamente dentro dela, me fazendo morder meu lábio enquanto sorrio, inclinada na sua frente com as mãos nos braços da poltrona e a beijo mais uma vez, rapidamente.

— Eu já volto. — Falo separando nossos lábios e sigo em direção a escada que ficava perto da entrada da casa, para ir até o andar de cima, procurar o banheiro.

Subo com dificuldade entre pessoas que estavam se agarrando, quase se comendo — o que ameniza o fato de que Mirelly e eu estávamos fazendo quase o mesmo — e abro umas 3 portas no andar de cima, vendo coisas ainda piores, antes de finalmente achar o banheiro.

Meus olhos estavam brilhando e um pouco vermelhos quando me encaro no espelho, antes de descer o olhar para meu pescoço, que estava com marcas tão escuras quanto as que deixei nela. Eu não me importava nem um pouco de ficar daquele jeito, pelo contrário, eu adorava. Além de lembrar de como elas foram feitas, também iria gostar de como Mirelly ficaria constrangida cada vez que alguém visse, sabendo que ela faz esse tipo de coisa. Dou um sorriso, satisfeita com meu próprio reflexo antes de voltar ao que vim fazer.

Tiro minha calcinha e a enrolo na mão discretamente e, poucos segundos depois, abro a porta e saio do banheiro. Estava completamente distraída quando esbarro em alguém, que logo percebo ser Ashley.

— Ai que susto! — Ela me encara de braços cruzados — O que foi?

*Ashley*: Ainda pergunta o que foi?

— Você tá me seguindo?

*Ashley*: Primeiro você dá em cima de mim e me beija, deixa aquela maluca me agredir e não faz nada, depois me larga como se nada tivesse acontecido e volta se agarrando com ela...

— Primeiro, — Eu a interrompo — Eu não dei em cima de você, você que veio se oferecendo, eu só te beijei. Segundo, ela não é maluca, é minha namorada, mas sinto muito por ter te envolvido nisso.

*Ashley*: Ah, agora ela é sua namorada? Porque antes você disse que não era.

— Bem, isso não é da sua conta. Eu já disse que sinto muito, dá licença — Eu tento sair para voltar lá pra baixo, mas ela segura meu pulso, bem no que eu estava segurando a calcinha e eu a aperto com força, escondendo mais, para que ela não perceba quando puxo minha mão.

*Ashley*: Então você não vai mais ficar comigo?

— Não. — Curta e grossa.

*Ashley*: Tem certeza? Ela não precisa saber e eu não tenho ciúme.

Eu a olho, indignada com sua falta de senso, quando Mirelly aparece atrás de mim. Me arrepio na hora.

Fodeu.

Eu me coloco entre as duas, só pra prevenir, e encaro Ashley.

— Melhor você ir. Agora. — Aviso e ela segue meu conselho, passando encolhida por nós duas, descendo a escada e me viro para encarar uma Mirelly brava — Olha, eu sei o que tá parecendo, mas eu não vim aqui falar com ela. Eu só tava no banheiro e quando saí...

Ela levanta um dedo, me silenciando, e eu me calo imediatamente, já esperando que ela fosse brigar comigo. Mas ela apenas diz que escutou o suficiente e eu não sei ainda se isso era bom ou ruim, mas ao menos ela sabia que eu dispensei Ashley e que não rolou nada. Entretanto, sua expressão não demonstrava nenhuma satisfação. Aguardo, na expectativa, que diga algo sobre isso, mas ela apenas me disse que queria ir embora. Não entendi bem se quis dizer que queria ir pra sua casa, se queria que eu a levasse, se queria ficar comigo, então apenas digo que eu não estava sóbria o suficiente para dirigir. Ela apenas abre a bolsinha que estava pendurada em meu ombro e pega a chave do meu carro dizendo que faria isso. Encaro como um bom sinal, ela não queria ir sozinha então. Mas lembro que ela não tem habilitação ainda.

— Mas amor, você não sabe... — Ela levanta o dedo novamente, sem dizer nada, e eu me calo mais uma vez, mordendo o lábio, apenas desistindo.

Ela estava mesmo brava. De novo. Mas dessa vez, eu não fiz nada de propósito. Ela estende a mão, sinalizando para que eu descesse na sua frente e eu obedeço. Paro no final da escada e espero enquanto ela vai até Tina, que me deu um tchauzinho depois de Mirelly falar alguma coisa com ela, e eu retribuo o sinal com a mão enquanto ela volta e saímos juntas em direção ao carro. Ela entra no lugar do motorista e eu no banco do carona, não muito segura sobre isso, mas bêbada — com medo de irritá-la — demais para discutir. Depois de fecharmos as portas, ela coloca o cinto de segurança em mim, atentando rapidamente ao fato de eu nunca usá-lo. Prendo a respiração com a proximidade dela, sem falar nada, e solto o ar quando ela se afasta e liga o carro. Não sei se era o momento apropriado, nem para onde estávamos indo, mas estendo a mão e entrego minha calcinha para ela, com receio.

— Era um presente pra você...

Don't call me angel - Harelly Pt. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora