Don't call me angel - Harelly Pt. 1

26 - Carona (Pode me dar seu número?)

POV Hannah Alter

Observo quase incrédula enquanto ela perde seu tempo recortando a folha e me seguro para não fazer piada. Era fofa a forma que ela era perfeccionista aos mínimos detalhes, apesar de irritante. Não soube dizer se realmente me achava inteligente ou se era apenas deboche de sua parte, mas resolvi tomar como um elogio.

Ontem eu estava mais aborrecida com ela do que hoje. Fico contente quando ela aceitou a carona, pelo menos eu poderia fazer algo por ela em troca do seu esforço gratuito em me ajudar com as matérias. Também não era como se eu tivesse a opção de desistir e não voltar, eram aulas obrigatórias e caso eu não comparecesse seria expulsa e o juíz me mandaria de volta para o reformatório. Apenas prefiro não mencionar essa parte para ela.

Eu já estava sob grande expectativa enquanto ela terminava de ler minhas respostas e fico satisfeita comigo mesma quando ela me parabeniza.

- Acho que você até que serve para alguma coisa, senhorita Miller - Pisco para ela.

Agora essas brincadeiras tinham uma vibe diferente. Não era mais com o intuito de deixá-la brava, era apenas para ser divertido. Isso era bom.

Confirmo com a cabeça antes de me levantar e recolher minhas coisas e acompanhá-la para fora da sala.

- Eu vou te esperar no estacionamento, não precisa ter pressa pra falar bem de mim pra bruxa - Falo rindo antes de deixá-la sozinha e ir para fora da escola, aguardar sentada no capô do carro.

Alguns minutos se passaram até que vejo a loira saindo da escola e aceno em sua direção para que me visse e viesse até mim.

- Pode colocar seu endereço no gps? - Falo enquanto destranco as portas, entrando em seguida.

Não falamos muito durante o trajeto, mas não era nada constrangedor, pelo menos não para mim. Coloquei uma música para tocar no rádio e me peguei cantando, distraída, algumas vezes, me obrigando a parar quando percebia.

Ela não morava muito longe da escola então não demoramos a chegar. Estaciono em frente a porta da sua casa e ela confirmar que era ali mesmo. Nesse momento, o silêncio ficou um pouco constrangedor, mas eu o quebrei.

- Você pode... Me dar seu número? - Não sei porque fiz isso, só percebi como foi aleatório depois que as palavras saíram da minha boca.

Ela, que já estava abrindo a porta para sair, parou e olhou pra mim um pouco confusa.

- Se não quiser, não tem problema...

Droga! - Nesse momento era como se eu tivesse saído do meu próprio corpo apenas para acertar minha testa com a palma da mão.