23 - Não tiro sua razão

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POV Mirelly Miller



Me seguro para não rir e zoa-la sobre o bico que estava fazendo, e por muito pouco não o soltei e consegui distrair quando ela percebeu e resmungou daquele jeito que só me deixou ainda mais encantada e logo mudo minha expressão quando fala que um desses boatos que havia mencionado era verdade, confesso que fiquei um tanto espantada, mas curiosa para saber qual deles era o de verdade. Me sentei ainda mais confortável demonstrando que estava interessada na história e então comecei a prestar atenção aos detalhes.



A cada palavra que ela falava, eu ficava ainda mais indignada e agoniada com aquilo. Saber que sua irmã de 13 anos quase foi estuprada por um garoto do ensino médio me fazia ter enjoos, mas fiz de tudo para não demonstrar. Apertei meus dedos uns aos outros e fiquei prestando atenção na história, no decorrer da carruagem, eu estava esperando que não fosse o pior dos boatos, e então ela falou que deixou o garoto em coma, aquilo me deixou em choque por alguns segundos, mas me recompus e mordi meus lábios fortemente.



── Eu... Nossa, pra falar a verdade, eu não tiro sua razão, tipo, eu sou contra violência e nunca faria mal para ninguém, mas eu não sei como eu reagiria se eu visse um cara nojento em cima de uma criança ou de qualquer outra mulher, isso me repulsa, e acho que me descontrolaria.... Então, não julgo você, e fico indignada ao saber que depois de tudo, você que foi presa, depois de defender sua irmã.... Isso é algo bem pesado, e entendo seus motivos...



Suspiro baixo e solto meus dedos, olho para meu celular e ligo a tela do aparelho, vejo que havia passado do horário que prometi liberá-la e olho para o caderno erguendo uma sobrancelha ao ver que ela realmente não havia feito a atividade, então neguei com a cabeça e acabei dando uma risada baixa.



── Já passou do horário que eu prometi liberá-la, então se quiser, ja pode arrumar suas coisas e ir, mas vou querer essas questões respondidas amanhã, sem desculpas!



Falo abrindo meu caderno em outra página e pego uma caneta tirando sua tampa com a boca, pego a mesma a colocando sobre a mesa e começo a escrever o relatório sobre Hannah.



Don't call me angel - Harelly Pt. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora