85 - Caos onde quer que eu vá

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POV Hannah Alter

Permito, com pesar, que ela saia de cima de mim, dos meus braços, e se deite ao meu lado. Mas ela rapidamente pega minha mão e eu sinto que ela não iria a lugar nenhum, o que me deixa mais tranquila. Meu polegar acaricia o seu enquanto meu coração se derrete quando ela diz ter gostado e, menciona o ocorrido de antes, o que me fez voltar a realidade. Nem mesmo meu pai conseguia me deixar do jeito que fiquei hoje. A última vez que me senti daquela forma, acabei sendo presa.

Ela me olha e meu coração derrete novamente antes dela se sentar e eu fazer o mesmo em seguida. Ainda segurava sua mão quando ela começou a falar e apenas encaro nossos dedos que se enrolavam uns nos outros e não resisto à vontade de fechar os olhos sentindo seu carinho em meu rosto.

Eu odiava que ela se preocupasse assim comigo. Odiava ser explosiva e fazer com que as pessoas tenham sempre que estar de olho em mim. Odiava não ser uma menina normal, mais parecida com ela e que simplificasse tudo, mas eu era exatamente o contrário. Eu levava o caos para onde quer que eu fosse. Talvez aquele escroto não estivesse errado. Talvez eu tivesse mesmo uma predisposição a estragá-la, se continuasse assim. Esse pensamento me faz apertar sua mão como se temesse que aquilo fosse realmente verdade. Não queria perdê-la.

— Eu não sei reagir muito bem às coisas. Como a Sra White disse, não tem motivo pra que eu faça escolhas erradas, mas eu... Sempre acabo fazendo isso. Não é de propósito, eu só não consigo controlar. — Falo encarando seus dedos enquanto os agarrava com força, tentando não perdê-la — Eu não posso te prometer que não vou fazer besteiras ou fazer as escolhas erradas porque eu não quero decepcionar você, mas posso prometer tentar te contar meus motivos...

Ela me escuta com atenção enquanto crio coragem para olhá-la nos olhos.

— Não quis te envolver nisso antes e ainda não quero que se envolva, mas não é justo esperar que você adivinhe...  Na hora em que saí daqui pra procurar a sirene, aquele seu namoradinho — Falo revirando os olhos — junto com mais dois garotos vieram atrás de mim e, bem, acho que eles conheciam o garoto que eu mandei pro hospital ano passado. Ele praticamente me ameaçou, mas não disse nada demais, só queria infernizar minha vida. Eu até consegui me controlar e não brigar com ele, mas...

Ela me olha atentamente, esperando a continuação, mas eu preciso pensar duas vezes em como falar essa parte.

— Quando eu tentei voltar pra cá, ele falou umas coisas... — Encaro nossa mão novamente — Sobre você. E eu fiquei brava.

Ela pergunta o que ele disse e eu ofereço certa resistência pra falar, mas ela insiste.

— Ele me disse pra parar de andar com você. Que eu... Te estragaria. — Nesse momento, fico um pouco triste, com a possibilidade disso se tornar realidade — E também falou outra coisa.

Minha expressão muda rapidamente de tristeza para raiva e eu a encaro novamente quando ela insiste novamente para que eu terminasse de falar.

— Ele disse que você estava gostosa e que eu poderia te estragar depois que ele te comesse. — Falo de uma vez — Eu tentei bater nele e teria batido muito, muito mesmo, se ele não fosse um covarde e os outros dois não tivessem me segurado. Por isso eu acertei a bola nele daquele jeito e não te deixei falar com ele. Desculpa por não te contar antes...

Don't call me angel - Harelly Pt. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora