109 - Minhas roupas, suas roupas

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POV Hannah Alter



Reforço ainda mais o biquinho quando ela reafirma o óbvio, claro que teríamos que ir à aula amanhã. Mas já que passaríamos a noite toda juntas, eu não insistiria nisso. Também não queria ser a responsável por atrapalhar sua frequência na escola, estaríamos juntas toda a manhã lá também, não é mesmo?



Acho graça em sua vergonha quando esconde o rosto no travesseiro. Como era uma menininha boba... Mordo o lábio satisfeita por saber que era minha antes que ela se levante me fazendo suspirar ao ver como ela ficava linda assim, eu poderia me acostumar a vê-la sem roupa, não precisaria usar uma nunca mais se não quisesse.



- Ah, então você escolheu por livre e espontânea vontade? - Implico com ela.



E lá estava. Sua bochecha vermelha em sinal de vergonha. Meus olhos até brilham quando a vejo assim. É óbvio que ela teria uma coleção de pelúcias, eu não estava nada surpresa com aquilo.



Me sento na cama e estendo a mão para pegar minha blusa que ela recolheu do chão, mas ao invés de me entregar, ela apenas a vestiu. Dou um sorriso mordendo o lábio quando a vejo como eu. Nossos manequins não eram muito diferentes, exceto pela altura, mas eu gosto de usar roupas mais largas e compridas, oversized, que em mim não ficavam tão grandes quanto ficou nela, minha blusa serviu quase como um casaco enorme em seu corpo. Ela ficava estonteante de vestido, mas usando aquilo... Era outro nível.



- Fique a vontade, minhas roupas, suas roupas. - Dou de ombros satisfeita enquanto ela se vira e vai até o closet e volta carregando uma quantia considerável de pelúcias. Preciso alisar o queixo e cobrir minha boca com a mão na tentativa de não rir com aquela cena. Ela nomeia cada um deles em uma apresentação bem íntima, mas se atenta a um em específico.



Por dentro, eu estava morrendo de rir. Como eu a levaria a sério em qualquer outro momento da vida depois disso? Ainda era apenas uma menininha boba até que revela seu segredo, me fazendo abrir a boca, em choque, com essa revelação. De boba ela não tinha nada, afinal.



Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela muda de assunto rapidamente, achando graça do meu espanto repentino. Eu estava atordoada demais para comentar sobre aquilo, apenas mantive o queixo caído por alguns segundos e pisco algumas vezes até concordar com ela sobre ir comer.



- C-claro - Minha voz sai com dificuldade enquanto eu ria, ainda chocada.



Pego minhas roupas de sua mão enquanto ela prendia o cabelo e me visto rapidamente, já que havia perdido a posse da minha blusa, ficando apenas de sutiã. Tiro a cinta e a jogo no canto da cama, lidaria com isso depois, e visto o short. Ela me aguarda com a mão estendida e dou a minha para que segurasse e me guiasse até a cozinha, descendo as escadas atrás dela.



Me sentei em frente a bancada quando ela me solta e vai até a geladeira, tendo toda a atenção dos meus olhos. Movia-se com uma graciosidade que me deixava boba, poderia facilmente ser uma bailarina. Não consigo deixar de olhar para sua bunda quando seus braços se levantam para pegar algo na geladeira, fazendo com que minha blusa levantasse em seu corpo, deixando evidente que não usava mais nada por baixo. Era de uma sensualidade que nem o vestido mais curto que tivesse seria capaz de se igualar. Mordo o lábio com força e disfarço o olhar tarado quando ela se volta para mim.



- Veremos, Heaven Delhaye. - Dou uma risadinha enquanto ela coloca uma lasanha no microondas.



Pego o celular que estava no meu bolso e coloco uma música para tocar, deixando o mesmo em cima do balcão em seguida enquanto estendo a mão para que ela viesse até mim, o que fez prontamente. Sorrio junto com ela assim que percebe do que se tratava a música enquanto se colocava em pé entre minhas pernas e os braços em meus ombros, abraçando meu pescoço enquanto contorno sua cintura com os meus.



A encaro, contente, por alguns segundos enquanto ela se movia em uma dancinha discreta envolvida em meus braços e a beijo intensamente sem que ela parasse, colocando minhas mãos por baixo da blusa, segurando em sua cintura, puxando seu corpo para o meu. Estar com ela assim de um jeito tão íntimo e sem nenhuma relação com as atividades da escola tornava tudo ainda mais real e eu não posso negar que estava gostando mesmo daquilo.



Outras músicas tocaram enquanto nos beijávamos e conversávamos coisas aleatórias até que o timer do microondas apitou, indicando que a lasanha estava pronta e ela vai até lá para retirá-la, não antes que eu a puxasse pela mão de volta para minha frente para dar um último selinho antes de deixá-la ir.



(...)



Após comermos, retiro os pratos e os lavo em seguida, tentando não deixar nenhum indício para que seu pai não desconfiasse que ela teve companhia, o que ela certamente observou e achou graça.



- Não posso arriscar né, senão eu teria que brigar com meu sogrinho por você e sabemos quem ganharia, ele não tem nem chance. - Falo convencida terminando de secar a louça.



Ela me diz que precisava tomar um banho, dadas as condições em que ficou após nosso sexo, mesmo não dizendo isso com todas as palavras. Prontamente, me ofereço para ir com ela, antes que perdesse a oportunidade, prevendo sua timidez para me convidar. Ela aceita, tímida, antes de subirmos a escada direto para o banheiro.



Me encosto na pia, observando, enquanto ela se vira de costas, um tanto envergonhada, para tirar a blusa. Fiz questão de assistir cada detalhe da cena, que não durou tanto quanto eu estava disposta a olhar, mas era um show e tanto. O jeito que ela ficava tímida ao fazer essas coisas fora de um momento sexual me encantava, principalmente por saber que, enquanto me dava, não tinha um pingo de vergonha de ficar nua pra mim. Ela se vira, cobrindo os seios, e passo a língua entre os lábios antes de ir até ela, para soltar seus braços.



- Eu gosto de você assim - Seguro suas mãos e as abaixo, deixando sua bochecha vermelha de novo. Viro de costas para ela, em seguida - Abre pra mim?



Ela abre meu sutiã e eu termino de tirá-lo, colocando sobre a pia e viro para ela novamente, desabotoando o short. Por mais que eu quisesse olhar para o seu corpo, não queria que ficasse desconfortável então me contento a olhar seus olhos enquanto terminava de me despir.



Ela segura minha mão após me olhar um pouco e me leva até o chuveiro, abrindo na água quente. Eu preferia banhos gelados, mas ela certamente discordaria. A água caindo nela já deixava sua pele rosada quando eu pego o sabonete e passo em todo o seu corpo, começando pelo pescoço até seu colo, escorregando até os peitos, onde me demoro um pouco mais, seguindo por sua barriga e braços. Ela pega o sabonete e faz o mesmo comigo e eu não tiro os olhos dela enquanto o faz. Quando termina, eu a viro e esfrego o sabonete em suas costas, com as unhas, que, dessa vez, não deixaram marcas como as que já estavam ali. Sorrio satisfeita e imagino que eu deveria estar ainda pior, pela ardência que sentia quando a água encostava onde ela havia arranhado com demasiada força pouco tempo atrás. Desço as mãos até sua bunda, onde até tento agarrar, mas não consigo, apenas deslizo gentilmente, quase como um carinho.



Quando se vira para mim de novo, eu a beijo, devagar, apreciando cada detalhe, enquanto minha mão escorregava em suas costas. A solto depois, para terminar o banho, e deixo que faça o mesmo em seguida.



Após fechar o chuveiro, ela sai e pega uma toalha para ela e me entrega outra. Me seco e a enrolo no corpo enquanto ela faz o mesmo e voltamos para seu quarto, onde abro a mochila e coloco o pijama que eu trouxe, fazendo com que ela surtasse e eu revirasse aos olhos quando viu a estampa de unicórnio e arco íris.



- Foi a Eva que me deu... - Dou de ombros, franzindo o cenho, ignorando o fato de que ela estava me desmoralizando ao me chamar de fofa.



Enquanto ela se veste, eu me sento na beirada da cama e pego o Pitoco, o encarando com uma sobrancelha erguida antes de enforcá-lo com os dedos, numa cena constrangedora.



- Ela não precisa mais de você, seu otário - Falo com a pelúcia, como se isso não fosse nada esquisito - E meu pau é maior que o seu.



Eu o escondo atrás do travesseiro e aguardo que ela viesse até mim.


Don't call me angel - Harelly Pt. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora