Capítulo 23

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||Ana Luísa Sanches Almeida||

Amarrei meu cabelo em um coque alto, e olhei sem paciência pra Kamila que se despedia do Ryan a mais de meia hora.

Olhei pro lado, vendo o Thomas mexendo no celular, nem ai pra nada, como sempre.

-Ou vocês dois, chega né? Tô enjoada desse grude de vocês. - falei olhando pra Kamila no colo do Ryan, abraçada com o mesmo, que falou pela vigésima vez que iria embora

-Fecha o bico, recalcada. Isso tudo é inveja por que não tá de casal. - Ryan falou me olhando debochado - Meu mano Thomas tá livre ai, dá uns pega nele ai, "morena" - debochou

-Vai pra porra, insuportável. - taquei uma almofada nele - Tá bom de cada um ir pras suas devidas casas, não aguento mais a cara de vocês.

-Quero não pô, aqui tá massa pra carai. - Thomas falou me olhando, com um sorrisinho debochado no rosto

-Você é a última pessoa do mundo, que eu quero na minha casa, da licença, geral. - levantei batendo palma

-Se irritou. - Kamila deu risada - Vou indo nessa real, tenho algumas coisas do curso pra resolver. - me olhou - Tu já fez tua matrícula?

-Já, tem uns dias. - falei coçando a cabeça - Tu vai pra onde, agora?

-Bota fogo. - suspirou, levantando do colo do Ryan - Vou dar uma passada na lapa também, pegar umas coisas pra minha vó.

-Vem aqui amanhã? - perguntei e ela assentiu - Me manda mensagem quando chegar em casa, viu!?

-Pode deixar, delícia. - beijou minha bochecha e se afastou, indo pro lado do Ryan - Vamo gatinho, vou te sequestrar, te levar pra conhecer bota fogo.

-Tenho serviço, preta. - Ryan fez bico

-Sábado a tarde, a loja é aberta desde quando Ryan? Minta menos, por gentileza. - revirei os olhos, indo pra cozinha, ouvindo ele me xingar

Tirei uma garrafa de água da geladeira e coloquei em um copo, bebendo aos poucos.

-Me evitando, diaba? - ouvi a voz do Thomas e virei pra trás, encarando ele

-Tenho motivos pra te evitar? - falei colocando as mãos na cintura

-Não sei, pode ser que sim. - deu de ombros, colocando as mãos no bolso

-Incrível seu dom de cozinheiro, vive vindo atrás de mim quando venho pra cozinha. - falei me virando, guardando o copo na pia

-Como tu mermo falou pra mim um dia, se tu não fosse tão irritante, cê seria viciante. - falou com a voz rouca no meu ouvido, apertando minha cintura

Respirei fundo, fechando os olhos, tentando manter a sanidade que eu não tenho.

Tá, é um pouco difícil de ficar perto desse abutre.

-Oque tu quer, Thomas? - perguntei olhando por cima do ombro

-Eu, pô? Quero nada não. - beijou meu ombro - Tu quer alguma coisa?

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