Capítulo 110

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||Mia Pinheiro Castro||

Arrasada.

Essa era a forma que eu tava me sentindo. Completamente sem chão. Sem rumo. Sem nada! Eu tinha perdido simplesmente tudo.

Fiz muito mal pras pessoas, tô muito ciente disso. Fiz mal pra quem eu realmente ama, pra poder me sentir superior. E concerteza, eu tô pagando pelos meus erros da pior forma possível.

A quem eu me aliei, me usou da forma mais suja e imunda possível.

Não foi só uma vez, foram várias. E em todas, eu aguentei em silêncio.

Não, o meu filho não foi exatamente vítima de um estupro. Pois naquele dia, ele não chegou a me bater ou agir da forma com que ele começou a agir das outras vezes.

Mais foi um abuso. Pois eu não queria. Eu nunca quis ele. Eu nunca senti nada por ele. E tudo oque eu sinto hoje e nojo, repúdio, enjoo.

Me lembro perfeitamente o dia em que ele me tocou pela primeira vez, contra o meu gosto. Foi quando ele descobriu que a Ana Luísa tinha ido embora do Rio de Janeiro.

" Entrei em casa e logo ele entrou atrás, gritando comigo. Fechei meus olhos assim que senti suas mãos segurando com força os meus braços.

-Tu ligada que tudo deu errado por culpa tua? - gritou na minha cara - Se tu não fosse uma filha da puta imprestável, nada disso tava acontecendo. - me jogou com força no sofá, gemi baixo ao senti o impacto do meu corpo se chocando no sofá

-Eu tentei! Não é você que irritado com essa situação. Queria os dois separados. Não tenho culpa se ela quis ir embora. - falei olhando pra baixo, sem encarar os olhos dele

-Foda-se, caralho! - gritou ainda mais alto e eu me encolhi, vendo ele caminhar apressadamente na minha direção, segurando o meu rosto com força - Tu vai me pagar por isso. Desgraçada. - senti o tapa forte no meu rosto, virando o mesmo pro lado com tudo

Senti uma lágrima queimando o meu rosto e fechei os olhos, sentindo uma sensação horrível de medo.

Senti a mão dele no decote da minha blusa, rasgando a mesma, e eu neguei nervosa, voltando a olhar pra ele.

-Não Brayan, por favor! - falei sentindo o pavor me dominar e ele sorriu, um sorriso indescritível, de prazer por me ver nessa situação

-Fica quietinha, é melhor relaxar e abaixar tua bola. Se não for por vontade, vai ser aforça! - falou sério, rasgando o meu sutiã

Me encolhi ainda mais ao sentir ele avançando no meu pescoço enquanto tocava o meu corpo. Eu sentia nojo, uma vontade de vomitar absurda. Eu tava com nojo de mim mesma.

-Saí! - empurrei o corpo dele, que nem se moveu

serviu pra ele ficar ainda mais furioso. O olhar dele entregava a total raiva que ele sentia. Meus punhos foram segurados com toda força que ele tinha. Um tapa foi arremeçado no meu rosto, seguido de vários outros.

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