Capítulo 111

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||Felipe Castro Alves||

Entrei mais uma vez naquela delegacia sem ver praticamente nada. Tava cego pela raiva, só de saber de tudo oque aquele desgraçado causou na vida da minha filha e do meu neto.

Era a terceira vez no dia em que eu saia daqui, em busca de alguma pista ou rastro.

Algo me dizia que essa não tinha sido a única merda que esse desgraçado tenha feito. Pra chegar e esse ponto, teve muito mais por trás.

Não faz o menor sentindo, alguém que teve uma criação como ele, ter um pai exemplar como o Breno, uma mãe dedicada como a Hortênsia era com ele, e ser um pau torto na vida como o Brayan vem sendo.

Depois da merda toda ter chegado aos ouvido da nossa família, soubemos até que ele já quis bater na Ana Luísa, em uma festa que teve na casa do Ph. Ninguém tinha nem sonhado que ele tinha tentado encostar na Analu. Oque deixou o Pietro muito puto com o Ph e o Thomas, quando soube que os dois tinham apartado a briga.

Papo reto, o pior ele fez com a Mia. Sei que a minha filha errou pra caralho. Em muitos momentos, eu tive que me fazer de forte, pela Sophia.

Fui o melhor pai possível pra ela, e pros outros três. Me senti culpado pra caralho com tudo oque ela fez, me martilizei muito, mas compreendi que os nossos filhos tem as próprias escolhas. As próprias vontades. Os próprios pensamentos.

Não adianta tu querer interferir na parada, se for pra seguir o caminho errado, eles vão seguir, independente de você ser contra ou afavor.

Mas nada, absolutamente nada justifica um abuso. Nada justifica uma agressão contra mulher.

A mesma mulher, que é a minha filha. A mesma menina que eu vi crescer, cuidei com todo amor do mundo. A minha segunda princesa.

Caralho, puta que pariu...

-Delegado! - ouvi alguém falando atrás de mim, mais não dei a mínima atenção, minha cabeça tava longe, apenas segui com tudo pra minha sala - Delegado!

-Fala. - falei puxando minha cadeira, me sentando, fechando a cara pra tudo e pra todos

Nunca fui aberto no meu trabalho, sempre demonstrei seriedade e pulso firme. Já fui sim, de brincar com os meus parceiros na delegacia, mais eram outros tempos.

Hoje sou o delegado, trabalho com uma equipe foda, mas mesmo assim, só basta um pouco de espaço, geral já quer fazer bagunça.

-O delegado Sanches da 28° delegacia tá esperando o senhor. - um dos meus policiais falou parado na minha frente

-Tá esperando oque pra mandar ele entrar? Um abaixo assinado? - perguntei encarando ele

-Desculpe senhor. Vou mandar agora. - falou abaixando a cabeça e eu respirei fundo, ligando o meu computador - Inclusive... - fechei os olhos, buscando paciência, e respirei fundo - Delegado Campos também tá chegando. Mandou que avissasem ao senhor.

-Tá, pode mete o pé.- falei sem paciência e ele concordou, saindo e fechando a porta

Respirei fundo, apoiando meus cotovelos sobre a mesa seguidamente apoiei o meu rosto nas minhas mãos.

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