||Ana Luísa Sanches Almeida||
Segui pro quarto aonde a recepcionista havia dito que seria o da Mia, tava um pouco nervosa, mas naquela altura do campeonato, apenas segui o meu coração.
Respirei fundo e bati na porta.
-Oi. - falei abrindo a porta devagar
-Ah, oi querida. - vi a tia Sophia sentada no sofá, rolei meus olhos pelo quarto, vendo o mesmo sem mas ninguém além dela ali - Entra.
Fiz oque ela disse e entrei, fechando a porta.
-Queria mesmo te ver. - tia Sophia falou me cumprimentando com um abraço - Tava em reunião agorinha com a Paola.
-Eu preciso conversar com ela. - cocei a sobrancelha, me sentando ao lado dela no sofá - Ainda tem muita coisa pra resolver. Não consegui fazer praticamente nada essa semana.
-Dei uma resumida da tua situação pra ela. Não entrei em detalhes, isso é assunto teu. - ela disse e eu concordei - Mas devido ela ter me perguntado sobre a tua volta pra Gramado, que tinha ficado pra essa semana, precisei falar.
-Não, tá tudo bem. - soltei o ar - Confesso que eu adiei um pouco essa conversa com a Paola. Tive tempo pra isso, mas não fiz. Fiquei completamente maluca quando soube que eu tava com o deslocamento. Tô fora do meu raciocínio lógico ainda.
-Qualquer pessoa sensata entenderia os seus motivos, Analu. - ela sorriu fraco - E além do mais, você tá lá por vontade própria. Sabe que a qualquer momento, qualquer hora que você quiser, pode me falar que eu resolvo a tua volta pra agência daqui. A quebra de contrato a gente desenrola rápidinho.
-Obrigada tia. - sorri - Só preciso por a cabeça no lugar mesmo. Tô pensando tanto nesses últimos dias, que tô até duvidando doque eu realmente quero. - ri frustrada
-Tá pesando em largar a agência? - tia Sophia perguntou erguendo as sobrancelhas
-Eu não sei. - cocei a cabeça - Muita coisa anda se passando pela minha mente, tia. Muitas mesmo! Eu sempre gostei de tirar fotos, desde bem novinha, curtia fazer fotos pra algumas marcas com a senhora. - ela concordou rindo - Sempre me encontrei muito com a moda, mas não me vejo trabalhando diretamente com ela, uma opção de vida, entende?
-Compreendo.
-Lembra que antes de entrar pra agência, definitivamente, eu tinha dado início ao curso de enfermagem? - perguntei encarando ela
-Lembro, tu trancou quando teve que se mudar pra Gramado. - eu concordei
-Minha área é a enfermagem, tia. Eu amo tirar foto, mas profissionalmente não é a minha praia. Eu não curto reuniões, eu não me vejo a vida inteira nessa área. - acabei desabafando em voz alta, aquilo que eu só falava em silêncio, pra mim mesma - Cresci admirando a minha mãe como médica. Sempre me vi de jaleco, cuidando das pessoas.
-Lembro bem! Você falava sempre "Eu quero ser enfermeira, caso eu erre as ml da injeção, a culpa do médico, não minha. Não corro o risco de ser presa." - ela falou lembrando e nós duas demos risada
-A ingenuidade de uma criança de doze anos. - neguei com a cabeça
-Ingenuidade não, a maturidade que uma criança como você, tinha! Sempre foi determinada. Mostrava oque queria, sabia oque pretendia fazer. Nunca temeu a nada, nem aos gritos do pobre do Pietro. - falou rindo
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Do Nosso Jeito
Romance"...Quer saber? Que se dane esse povo todo, nosso amor não precisa de plateia. Do nosso jeito torto, fica tudo certo, ô povo curioso, deixa a gente quieto, uôô... Fazer o quê, se até as nossas brigas são perfeitas?..." Dois corações, Duas pessoas qu...