||Kamila Fernandes||
-Aí gente, vocês já vão? - Ayla falou olhando pra mim e pro Ryan
Estávamos indo embora, Ryan trabalhava amanhã, e eu morava na Lapa, oque é longe pra cassete daqui. Já era cerca de 2hrs da manhã, já passou até do nosso horário combinado.
-Vamo sim tia, tu sabe que minha vida de empresário não é fácil. - Ryan passou a mão no peito, se gabando, e eu revirei os olhos - Tenho que acordar cedo amanhã. Mais ae, foi bom demais o churras, a senhora sempre arrasa. - beijou a bochecha da Ayla abraçando a mesma em seguida
-Nem preciso pra voltar denovo né Kami? Tu já é de casa. - Ayla falou olhando pra mim, vindo me abraçar, após se soltar do Ryan
-Obrigada por todo carinho de sempre. A senhora é uma mãe pra mim. - me soltei dela, sorrindo
-Paro com o senhora, viu? Já falei, não tô velha desse jeito. - jogou o cabelo pra trás e eu ri concordando
-Vambora preta? - Ryan me olhou entrelaçando nossas mãos e eu concordei - E isso então, valeu ai tia.
-Se cuidem! - falou assim que a gente saiu de sua casa
Ryan abriu a porta pra mim como sempre, e eu entrei esperando ele fazer o mesmo. Ele colocou o cinto e ligou o carro, pisando no acelerador, tocando pra Lapa.
Liguei o rádio do carro, vendo o meu gatinho concentrado no volante, coisa mais linda da minha vida. Peguei meu celular e conectei no Spotify.
🎶"A mãe dela me odeia, o pai quer eu na cadeia e eu quero o coração dela"🎶
-O pai dela é chato, advogado, engravatado e não quer me ver com ela. - cantei baixinho, olhando a rua deserta por conta do horário - Desculpa aí doutor, eu não tenho culpa se ela gosta dos favela.
Encostei minha cabeça no banco, relaxando com a música. Tinha bebido pouco, não tava muito na vibe hoje, preferi curtir com as meninas. Ryan também não tinha bebido tanto, parou por volta das onze, pedi pra dar uma amenizada pra gente poder voltar tranquilo, por que eu não sei dirigir.
-Cheia de intenção, pegou na minha mão, me levou pro corredor da casa. - ouvi o Ryan cantando e sorri de lado, abrindo os olhos que nem sabia que tinha fechado - Tomou no meu copo, fumou do meu baseado, ela gamou no quebrada.
-Não sabia que tu conhecia essa. - olhei pra ele, vendo ele me olhar de relance e sorrir
Sorriso lindo demais, de fato ele é todo gostoso, ainda bem que é meu.
-Curto pra caralho, essa me lembra tu. - falou manobrando o carro apenas com uma das mãos
Minha sanidade alerta, vontade de sentar nele agora.
-Não sabia que tu era da favela, muito menos que meu pai era advogado e chato. - brinquei, vendo ele rir
-Nosso caso é o contrário, tu que mora na favela, nada contra, inclusive adorei o conteúdo de lá. - me olhou umidencendo os lábios e eu neguei rindo
🎶"Roubou meu coração, Oooo Amor de cadeia ou prisão, Oooo"🎶
-Sua família me odeia, o que eu posso fazer se eu sou cria? - cantei piscando pra ele, que riu negando
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Do Nosso Jeito
Romansa"...Quer saber? Que se dane esse povo todo, nosso amor não precisa de plateia. Do nosso jeito torto, fica tudo certo, ô povo curioso, deixa a gente quieto, uôô... Fazer o quê, se até as nossas brigas são perfeitas?..." Dois corações, Duas pessoas qu...