Capítulo 57

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||Ana Luísa Sanches Almeida||

Fui entrando em casa, ouvindo um barulho de som alto vindo da área externa, provavelmente meus pais tinham planejado um churrasco com o resto do pessoal.

-Boa tarde, né? Eu moro aqui e ninguém me avisa quando vai fazer um furdunço na minha própria residência? - murmurei colocando as mãos na cintura, parando na porta

-Sai da frente carai, tu não é invisível não. - Thomas murmurou atrás de mim, querendo passar e eu sai do meio, revirando os olhos

-Eu acho que quem merece uma explicação, sou eu, que sou teu pai, né? - meu pai me encarou sério e eu engoli seco - Tô te olhando de longe, Ana Luísa. Vai pensando que eu tô calado na minha, que eu sou cego não.

-Aonde você estava, Ana Luísa? - minha mãe cruzou os braços me olhando sentada do lado das minhas tias, que prendiam o riso

-Posso conversar com os dois? Em particular, por favor. - falei sugestiva e meu pai passou por mim, entrando em casa calado

Minha mãe levantou rindo enquanto negava com a cabeça e eu respirei fundo, seguindo pra sala, aonde meu pai estava sentado, de braços cruzados.

-Errei em uma parte, apenas, que foi não ter avisado aonde eu estava e com quem. - fui falando já

-Errada você tá em tudo, fica ciente. - meu pai apontou

-Não pai, eu não tô! A única coisa que eu devo a vocês dois, é saber se eu tô bem e segura. Por que dois são meus pais, e sei que se preocupam comigo. - olhei pros dois - Não sou mais uma criança, nem muito menos indefesa pai! Lembra não, que o senhor mesmo me ensinou a como me cuidar sozinha? Todo o treinamento foi em vão, pra mim e pra Pérola?

-Vai bancar de adulta agora? Se achar certa por ser maior de idade, começar um namoro e não conversar com a gente, ter nossa aprovação? - meu pai falou levantando, colocando as mãos no bolso

-Em partes sim. Eu morro com vocês, por opção de vocês! Sempre quis ter o meu canto, ter a minha independência. Trabalho e estudo pra isso, pai! - falei com calma - E não tava escondendo nada de você nem de ninguém. Fui a primeira a chegar em você, quando eu dei meu primeiro beijei, eu te contei, sempre contei tudo, sem medo de nada. Só agora me deu medo?

-Ela tá certa. - minha mãe apontou olhando pro meu pai e eu sorri debochada

-Tua filha né, tua cópia. - meu pai falou puto e minha mãe deu risada, mostrando a língua pra ele - Tira essa ideia de sair de casa, vai pra canto nenhum não, tá doida?!

-Uma hora ou outra, ela vai sair Pietro! Ninguém cria filho pra si, para de ser possessivo, eu hein. - minha mãe revirou os olhos - Tá namorando, Ana Luísa?

-Tô enrolada, namorando e uma palavra muito forte. - murmurei coçando a cabeça

-Para de graça, tu não é palhaça porra. - ouvi a voz do Thomas atrás de mim, e virei, vendo o mesmo caminhando na maior calma, na nossa direção

-Não fui pedida em namoro não querido, engole com farinha! - mandei a língua pro mesmo, que fechou ainda mais a cara, parando do meu lado

-Fica quieta, Ana Luísa. - minha mãe falou puta e eu olhei pra ela incrédula - Tá pensando que minha filha é bagunça, Thomas? - cruzou os braços encarando ele e eu revirei os olhos, assim como o meu pai, que me olhou depois, prendendo o riso - Quais as suas intenções com a minha filha?

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