Capítulo 15

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||Pérola Sanches Almeida||

Eu nem entendia ainda oque eu tava sentindo. Pra ser sincera, neguei tudo desde o início.

Não queria aceitar o fato de estar gostando verdadeiramente de alguém. Era uma coisa que pra mim, não era possível!

Coração é terra que ninguém manda, apenas acontece e pronto. Quando você percebe, tá fudidamente apaixonado pela pessoa.

E porra, eu não queria.

Eu não queria gostar dele, não queria me importar, não queria sentir falta, não queria ter a vontade de querer tá perto.

Guilherme chegou feito um filho da puta na minha vida, sem intenção nenhuma, pelo menos eu não via isso nele.

Cai no papinho do melhor amigo, que virou o caralho de uma amizade colorida.

Queria testar as cores primarias, mais daí provei as secundárias.

Ui, adoro!

A forma que ele foi me tratando com o passar do tempo, a troca de olhares, as investidas sem sessar, o respeito que ele teve pelo meu tempo, me fez querer tentar.

Deveria ter dito não na primeira vez que ele pediu pra ficar comigo.

Mais eu como uma puta desgraçada, fui lá e beijei aquela boca filha da puta de gostosa!

Não é de hoje que a gente fica, já vem acontecendo esse rolo a um tempo. Até por que, não iria me apaixonar do dia pra noite, ninguém tá na porra da Disney.

E cá estou eu, caidinha por aquele filho da puta dos olhos lindos!

Desgraçado!

Puxei a cadeira da mesa do quiosque e me sentei, olhando o mar.

-Quer alguma coisa, moça? - o garçom perguntou parando do meu lado

-Agora não, tô esperando uma pessoa, obrigada. - sorri fraco e ele assentiu se retirando

Apoiei meu rosto nas mãos e voltei a olhar as pessoas passando pela areia da praia. O vento batendo contra meu rosto, as ondas calmas se quebrando.

-Fala gatinha. - Guilherme apareceu sorrindo, beijando minha bochecha - Faz tempo que tu chegou aqui?

-Cheguei quase agora. - sorri sem mostrar os dentes - Senta aí.

Ele se sentou na minha frente e pegou minha mão, beijando a mesma, enquanto me olhava.

-Tu tá ciente do papo que eu tenho pra te falar, né? - falou entrelaçando nossas mãos

-Deixa pelo menos eu pedir uma água de coco garoto, deixa de ser abusado. - bati na mão dele e ele riu de lado

Todo vagabundo gostoso.

Chamei o garçom com e logo o mesmo veio me atender.

-Duas águas de coco, por favor. - falei vendo ele anotar e em seguida se retirar - Pode falar. - olhei pro Guilherme

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