||Maya Pinheiro Castro||
-Organiza toda essa papelada e manda a Andreia levar na minha sala, agora! - dei a ordem pra Fabia - Essa obra precisa ser feita pra ontem! Se fosse pra ser entregue ano que vem, tinha deixado arquivado, não em andamento.
-Mais isso não é comigo dona Maya. - ela respondeu assustada - Eu pedi pra ela, ontem mesmo, antes de fechar o escritório, mais ela me disse que resolvia com a senhora depois.
-Andreia pirou de vez? Eu tenho prazo a cumprir! Eu tenho trabalho pra fazer! Não tenho tempo pra esperar a boa vontade dela, em começar a estrutura da obra. - falei já estressada
-Falando de mim, senhora Pinheiro? - ouvi a voz da cínica e me virei pra encarar ela - Acho melhor falar pra mim mesmo, Fabia não tem nada haver com isso.
-Até aonde eu sei, tende em se deixar recados com os respectivos secretários, não é? - falei sorrindo falsa - Cadê a planta da obra que eu te pedi?
-Já falei pra Fabia, e vou falar pra você a mesma coisa Maya. Eu precisei me ausentar por um tempo, aconteceu umas coisas lá em casa, não tive cabeça pra planejar nada... Acho que você me entende, né? Sempre procuro trabalhar com a mente calma. - tentou me convencer
-Acho que você sabe, tanto quanto eu, que o dono da obra sempre dá um prazo pra a estrutura ser entregue. Não tenho meu nome na praça, em tão pouco tempo, atoa! Dou a minha vida pelo meu trabalho. Passo noites sem dormir pra honrar meus compromissos. Acho que um bom funcionário que se preze, faz isso né?! Acho que você me entende. - sorri falsa - Não quero saber dos seus problemas pessoais, por que eles não convencem ninguém além de você mesma! Eu quero a planta da obra na minha sala, em meia hora. Dê seus pulos.
-Acho bom você colocar na sua cabeça, que você não é ninguém aqui dentro, pra mandar em nada! - se aproximou, tentando me intimidar - Deveria pensar mais no que fala ou faz. Por que telhado de vidro, pode quebrar a qualquer momento! Não pense que você vai continuar nessa fase boa pra sempre, querida.
-Me ameaçando, Andreia? - cruzei os braços e dei uma gargalhada irônica - Melhore, por favor! Não sou ninguém, assim como você disse, mas não estou pisando em ninguém, só pelo fato de querer cumprir o meu trabalho aqui dentro! Assim como você deveria fazer, mais não faz. Procura ir sempre pelo lado do fácil, né Andreia? - estreitei os olhos, vendo ela engolir em seco - Conquistar o chefe com decote generoso, uma boa lábia... Fácil demais! Quero ver ralar dia e noite, igual uma filha da puta, pra chegar a onde eu tô hoje. Nem vinte dois anos ainda, e formada a um ano e meio, fazendo o melhor trabalho dessa empresa! - me aproximei ainda mais dela, ficando cara a cara com a mesma - Sempre fiz o meu, sem pisar em ninguém, mais também não vou aceitar que pisem em mim! Respeito dado, respeito recebido. O recado foi dado. Qualquer mísero erro na planta, você vai ser cobrada, seu nome tão almejado, vai ficar sujo! Agora se você me dá licença, eu preciso trabalhar.
Joguei meu cabelo pra trás, dando as costas de uma vez, seguindo pra minha sala. Abri a porta, entrando, e fechei a mesma, soltando todo ar preso que eu mal sabia que tinha prendido.
Deixei minha bolsa de lado e me sentei em frente ao computador, ligando o mesmo em seguida, dando início a mais um dia de luta.
[...]
Alguém bateu na porta enquanto eu estava me organizando pra sair pra almoçar, e eu mandei entrar, sem muita cerimônia.
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Do Nosso Jeito
Romance"...Quer saber? Que se dane esse povo todo, nosso amor não precisa de plateia. Do nosso jeito torto, fica tudo certo, ô povo curioso, deixa a gente quieto, uôô... Fazer o quê, se até as nossas brigas são perfeitas?..." Dois corações, Duas pessoas qu...