||Ana Luísa Sanches Almeida||
Depois de chegar em casa, coloquei a Júlia pra dormir, já que a mesma veio o caminho todo reclamando de sono, e segui pro meu quarto.
Entrei no banheiro, trancando a porta e tirei toda a minha roupa, colocando no cesto, caminhei até o box, ligando o chuveiro e colocando na temperatura que eu queria.
Fiquei ali por longos minutos, deixando todo aquela tensão que tava no meu corpo ir aliviando na mesma proporção que a água batia na minha pela.
Quando senti que já tava um pouco melhor, me enrolei na toalha e saí do banheiro, vendo o Thomas sentado na ponta da cama, mexendo no celular. Ignorei completamente a existência dele e fui pro closet.
Peguei um pijama molinho e vesti, passando o meu Lily no corpo, pentiei o meu cabelo que tinha molhado no banho e em seguida o desodorante.
Sai do closet, voltando pro quarto, e fui pro meu lado na cama, me deitando. Peguei o controlo do ar que estava do meu lado da cama e liguei o mesmo, deixando o ar friozinho se instalar ali. Arrumei meus cabelos úmidos no travesseiro, colocando pra trás, e peguei meu celular, entrando no Instagram, começando a rolar o feed.
Ouvi o suspiro alto do Thomas e mais uma vez ignorei sua ação. Sabia que ele tava querendo conversar, e mais uma vez tentar se desculpar. Oque não era o meu caso, não tava nem um pouco afim de ouvir as desculpas dele. Não tava com cabeça muito menos com ânimo, depois de tudo oque eu tinha ouvido hoje no hospital.
O Thomas é um pai incrível pra Júlia. Nunca vou negar ou tentar esconder isso. Como homem, me respeita e me deu todo amor que eu jamais esperava receber no mundo. Mas como todo ser humano tem suas falhas, a dele foi vir falar oque não devia de cabeça quente.
E não, por mais que eu tente ter toda a maturidade do mundo, eu não vou conseguir engolir e tentar relevar oque ele disse.
Não é nem sobre o meu ego. Não é nem sobre eu ser a melhor mãe do mundo, por que tô bem longe de ser.
Mas vir dizer que eu não cuido da minha filha, e que eu finjo ter cuidado com ela, foi demais pra mim!
Por mais que eu tente, não consigo fingir que nada aconteceu. Não agora.
-A gente precisa se resolver, Analu. - ouvi sua voz baixa, completamente diferente do jeito que ele havia falado comigo no hospital
-Agora tu quer sentar e conversar? - tirei por um segundo a atenção da tela do celular e encarei ele - Agora tu quer resolver? Lá no hospital tu não tava falando desse jeito comigo. Já ta suavizando a voz? Engraçado como tu consegue bancar duas personalidades. - sorri sem ânimo
-Tu sabe que eu não sou aquilo, tu sabe que eu não sou mais aquele cara. Mudei justamente por você. Graças a você eu não sou mas aquele Thomas que com tudo queria falar alto ou explodir a qualquer momento. - falou ainda no tom suave
-Não foi isso oque eu vi hoje! Eu juro pra você, não vi nada disso em você hoje. - falei sem olhar pra ele
-Olha pra mim. - se levantou vindo pro meu lado da cama, segurando o meu rosto e eu neguei, me negando a olhar nos olhos dele, não ia deixar isso passar barato com o jogo sujo dele de me convencer - Agora você que tá jogando sujo comigo. Falar que eu não mudei e pura hipocrisia tua. - meu olhar vacilou, me levantando ao encontro dos olhos dele, vendo a tristeza e arrependimento nos mesmos - Fui um filha da puta contigo, eu sei. Não tem como mudar oque eu te falei. Não tem como apagar as burradas que eu já fiz contigo. Mas porra... A gente já errou tanto juntos, já evoluímos tanto. Caralho Analu, eu sou outra pessoa, completamente o oposto doque eu era antes, graças a você.
-Pelo visto meu trabalho não foi o suficiente, pra ti do nada, surtar por uma coisa que não dependia de mim, e vir jogar tudo na minha cara. - falei firme, olhando nos olhos dele, que umideceu os lábios e negou
-Já fiz muita merda contigo, parada que tu não merecia passar nunca. Você é uma mãe sensacional. Tu é uma mulher incrível, garotinha... - suas mãos deslizaram pelo meu rosto, enquanto seu tom de voz era como uma despedida
-Para com isso. O nosso problema não é o fim. - segurei na mão dele, que olhou nos meus olhos
Caralho, era incrível a forma de que apenas a nossa troca de olhares me deixava de um jeito completamente... Coisada!
-Não tenta resolver as coisas, se colocando no pior lugar do mundo. Eu tô muito puta contigo. - bati no peito dele, vendo o mesmo sorrindo de lado e prendendo minha mão ali - Ainda vou ficar assim muitas vezes na vida. Por que eu escolhi a tua complicação, quando eu te escolhi. Decidi lutar pela gente em todos os sentidos, até nos nossos problemas. Agora para de falar merda que não me merece antes que eu quebre a tua cara.
Soltei minha mão da dele que deu risada enquanto eu arrumava meu cabelo.
-Eu te amo pra caralho, sabia? - me olhou com aquele olhar intenso dele, que conseguia deixar até a minha alma despida
-Sabia. - falei simples
Thomas me analisou por um bom tempo, até sorrir de lado, como se fosse um mistério, umideceu os lábios e negou com a cabeça.
Suas mãos foram até o meu rosto, como se aquilo fosse a nossa salvação, nossas bocas se encontram apressadamente. Thomas segurou a minha cintura, enquanto eu passei minhas pernas uma de cada lado do seu colo. Passei minhas unhas pela nuca dele, sentido seu corte recém feito.
Como uma corrente elétrica, meu corpo todo tava eletrizado ao sentir o toque dele. Thomas passou a mão por dentro do meu short molinho, deixando um aperto firme na minha bunda, oque me fez gemer surpresa.
-Gostosa do caralho. - falou roçando nossas bocas, e em seguida descendo a boca pelo meu pescoço, deixando alguns beijos intercalados com mordidas pela região - Gostosa e minha.
Sorri ao sentir algo sendo indurecido por baixo de mim, comecei a rebolar sem pressa no colo dele, oque não duro muito, Thomas me jogou na cama, sem me dar tempo nem pra reclamar, ele veio por cima, atacando a minha boca.
Uma ótima forma de se reconciliar.
(Estamos oficialmente na reta final... apreciem bem, tá acabando.)
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Do Nosso Jeito
Romance"...Quer saber? Que se dane esse povo todo, nosso amor não precisa de plateia. Do nosso jeito torto, fica tudo certo, ô povo curioso, deixa a gente quieto, uôô... Fazer o quê, se até as nossas brigas são perfeitas?..." Dois corações, Duas pessoas qu...