||Ana Luísa Sanches Almeida||
Acordei no outro dia com a Júlia mexendo horrores. Resmunguei levando minha mão até a barriga, enquanto conversava baixinho com ela, que foi se acalmando aos poucos.
Rolei meus olhos pelo quarto, vendo um silêncio absurdo, concerteza o Thomas tinha ido pra loja.
Levantei pegando a camisa dele que tava no chão do quarto e vestindo, acabei soltando um sorriso de lado, lembrando da noite que ontem.
Eu tava muito decida, antes de ver ele no aeroporto, que não tava na hora da gente voltar. Não acho que amadurecemos o suficiente como casal, precisávamos de mais tempo.
Mais quando eu vi ele, eu esqueci disso.
E como se todo parasse, restando só nós dois ali, sozinhos no mundo. A sensação é de paz. A paz que eu tanto busque nesses quatro messes longe dele.
Não vou mentir que a conversa com a avó do Jefferson não me balanço, por que balançou muito! Foi um tiro certeiro! Ela nem expressou nas palavras que era sobre mim e ele, eu simplesmente tomei pra mim, como um recado pra nós dois.
Resolvi para de ouvir a minha consciência e agir com o coração. No momento, eu acho que foi a decisão certa. Uma segunda chance, todo mundo merece.
Segui pro banheiro, fiz tudo oque eu tinha pra fazer, e sai voltando pra cama. Peguei meu celular, vendo que tinha mensagem da minha mãe perguntando como que eu tava.
Respondi ela, dizendo que tava bem que mais tarde encontrava com ela, e bloquiei o celular, levantando da cama, saindo do quarto.
Senti o cheiro de café vindo da cozinha e segui pra lá, vendo a cena mais prazerosa do mundo, o Thomas na cozinha, fazendo café, sem camisa, de bermuda e havaiana branca.
-Bom dia homem de família. - brinquei entrando na cozinha, chamando a atenção dele pra mim, me aproximei do mesmo, ficando na pontinha dos pés, apoiando as mãos em suas costas, enquanto ele virou o rosto, encostando nossos lábios - Tá fazendo oque?
-Ovo mexido. - murmurou voltando o olhar pro fogão
-Pensei que tu tinha saído. - me afastei, indo pra mesa me sentar
-Liguei pro Ryan pra ficar de olho na loja principal. - desligou o fogão e caminhou na minha direção, se agachando na minha frente - Mais tarde dou uma passada lá. - segurou meu rosto, beijando minha barriga e em seguida minha boca - Dormiu bem?
-Dormi. - sorri vendo ele beijar minha bochecha - Mais agora eu tô com fome. - afastei meu rosto do seu, vendo ele fazer careta e eu rir - É sério cara.
-Já acorda esfomeada. - se levantou, indo até o fogão, colocando os ovos em um prato e voltando pra mesa, se sentando do meu lado em seguida - Vem cá, tu tá passando fome?
-É pela Júlia, para. - coloquei minha coxa por cima da dele, aproximando minha cadeira da sua - A médica falou pra me alimentar bem, não tô comendo só por mim. - peguei um pão de queijo, levando até a boca enquanto olhava pra ele
-Quando é tua consulta? - murmurou enquanto colocaca café pra nós dois
-Amanhã, de manhã. - peguei minha xícara da mão dele - Hoje à tarde mando mensagem pra médica, confirmando. - ele concordou - Minha mãe ficou preocupada por eu não ter aparecido lá ontem. Falei pra ela que tu me sequestrou.
-Te sequestrei e tu que abusou de mim ontem a noite. - falou dando de ombros, me fazendo dar uma gargalhada alta
-Bem que você gostou, viu? Vi sua carinha de satisfação. - passei minhas unhas pelo seu braço forte descoberto - Um puto gostoso, amo.
-Tarada do caralho. - negou com a cabeça e eu ri
-Tava com saudade de ficar assim com você. - falei suspirando, vendo ele ficar quieto sem me olhar - Perdi muito tempo pensando. Mais pra mim, foi necessário. Tinha muita coisa há nossa volta que tava errada, principalmente o nosso jeito de resolver as coisas. Nosso temperamento não ajudava muito, creio que nisso a gente deu uma amadurecida.
-Aos seus olhos que foi melhor assim, pra mim não. - seu tom de voz mudou, e ele continuou sem me olhar - A minha meta quando me envolvi contigo, era crescer do teu lado, a gente aprender um com o outro, mais junto. Nenhum casal normal vai pensar em se separar pra evoluir.
-Eu não tô falando isso. - afastei minha mão dele, pegando meu café - Oque eu tô querendo te falar e que tudo aconteceu de uma forma inevitável. Pelo jeito que eu falei, parece que eu gostei de ter ficado longe...
-Real, pareceu mermo. - me olhou, de cara fechada
Respirei fundo, coloquei a xícara de volta na mesa, passando a mão no rosto enquanto olhava pra ele.
-Olha aqui. - segurei a mão dele, e o mesmo negou - Olha pra mim, Thomas. - me olhou de canto - Eu não curti isso, eu não achei legal ficar longe, isso é claro desde o início. Se você sofreu, eu também sofri. E pra chegar até aqui hoje, abrir meu coração pra você, falar que eu te amo e não quero outro insuportável no mundo, a não ser esse teimoso do caralho que é você - ele riu de canto - E por que eu pensei muito, em nós dois. Ou melhor, nós três! Eu precisei ficar sozinha pra entender que o lugar que eu queria ficar era do seu lado. Mesmo que com todas as coisas dando errado pra nós dois, eu te escolhi. Porra cara, entende esse caralho de uma vez. - revirei os olhos e ele gargalhou - Até as nossas brigas são perfeitas. Eu nunca que queria ficar longe do homem da minha vida.
Ele negou rindo de lado e segurou a lateral do meu rosto, me puxando pra ele. Thomas encostou nossos lábios, dando início a um beijo lento e gostoso, enquanto nossas línguas dançavam juntas.
Isso era muito bom!
Me afastei dele após finalizarmos o beijo, e fiquei encarando os seus olhos verdes claro. Sou apaixonado em cada detalhe problemático dele.
-Eu também te amo pra caralho. - murmurou baixo, enquanto acariciava a minha bochecha, olhando nos meus olhos - Foi uma parada tensa, saber que a gente tava desse jeito por culpa minha. - neguei com a cabeça, evitando lembrar de tudo - Quando eu descobri que a Júlia tava vindo. - desceu o olhar pra minha barriga, com um sorriso nos lábios, oque era raro ter dele - Tive a certeza de que mesmo tudo dando errado, a gente ainda tinha chance de dar certo. - voltou o olhar pros meus olhos - Nesses messes sem tu foram os piores da minha vida. E o mais louco nisso, é de pensar que antes eu não suportava tua cara. - riu e eu revirei os olhos - Parada louca essa que o destino fez com a gente.
-O nosso amor só deu certo, por que foi feito errado. - falei sorrindo, e ele concordou
-Meu melhor erro, que virou acerto. - sorriu de lado, se aproximando novamente, me beijando, só que dessa vez com mais intensidade doque antes
Quando vi que o beijo tava tomando outro rumo, empurrei o peito dele rindo, vendo ele me olhar puto.
-Me deixa comer, cara. - murmurei me esquivando dele
Thomas puxou meu braço, me levando pro colo dele, beijando o meu pescoço. Me aconcheguei ali e comecei a comer enquanto ele fazia palhaçada, me fazendo rir.
Curtia demais esses momentos leve com ele, me trazia uma paz terrível.
Terminamos de tomar café e fui me arrumar pra encontrar com a minha mãe. Já eram quase 11hrs, queria almoçar com ela. Aproveitei que o Thomas ia passar na segunda loja dele, mais perto de Copacabana, peguei logo carona com ele pra casa da minha mãe.
A querida tava querendo mais saber sobre eu ter dormido no Thomas, doque se eu tava bem. Vê se pode...
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Do Nosso Jeito
Romantizm"...Quer saber? Que se dane esse povo todo, nosso amor não precisa de plateia. Do nosso jeito torto, fica tudo certo, ô povo curioso, deixa a gente quieto, uôô... Fazer o quê, se até as nossas brigas são perfeitas?..." Dois corações, Duas pessoas qu...