Capítulo 114

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||Pérola Almeida Sanches||

-Relaxa, tá? Eu tô contigo nessa, mesmo que a resposta deles não seja positiva, vamos dar um jeito. - Guilherme falou me olhando de relance, enquanto manobrava o carro pelo condomínio da minha casa - A gente vai passar por mais essa, juntos. - sorriu de lado e levou sua mão ao encontro da minha, na minha perna, entrelaçando as nossas

Sorri fraco, deitando a cabeça no banco do carro e respirei fundo.

-Tu já falou com teus pais? - perguntei olhando pra ele

-Não, esperei tu falar com os teus primeiros. - me olhou - Vai ser menos b.o lá em casa. Dona Sophia vai fazer aquele chororô, mas passa. - eu soltei uma risada fraca - Eles sabem que é pelo nosso futuro, bebê. São nossos pais, querem o nosso melhor.

Olhei pro lado de fora, vendo o carro parando em frente a minha casa, senti um arrepio percorrendo por todo o meu corpo. Neguei com a cabeça e voltei o meu olhar pro Gui.

-Analu me falou a mesma coisa. Só que eu não consigo ver isso como uma coisa fácil de se falar, Gui. - falei encarando o rosto dele - Não estamos falando de férias, tamo falando de morar lá. A gente nem sabe quando volta.

-Ei, calma. - ele falou soltando um ar de riso, enquanto acariava minha mão com o polegar - Já te falei que tô aqui. Não quero te fazer pensar negativo, amor. Nem quero que tu fique com essas ideias na mente, princesa. - falou todo fofo e eu revirei os olhos - Já tô pensando até nos nossos filho falando em inglês, pedindo pra gente levar eles na Disney.

-Ai Guilherme, pelo amor de Deus. - soltei minha mão da dele, tirando o cinto e abrindo a porta do carro

Sai andando na frente e logo ouvi a outra porta do carro sendo aberta, seguidamente, os passos rápidos do Guilherme se aproximando.

-Ei gatinha, volta aqui. - falou rindo, segurando a minha cintura, me impedindo de voltar a caminhar

-Cortou o clima legal Guilherme, francamente. - falei olhando nos seus olhos, que me olhavam com toda a calma do mundo

Isso era uma das coisas que irritavam no Guilherme. Somos o oposto em tudo. Eu sou completamente pertubada, sem paciência, não penso antes de falar, brigo por tudo.

Já ele é o contrário. Tem paciência pra lidar comigo, é racional, pensa antes de falar, cuida de mim com toda calma do mundo, além de conseguir me acalmar como ninguém.

Somos o oposto um do outro, por mas que as vezes me irrite, não é um problema pra nós dois. Acho que por sermos tão diferentes, a nossa conexão é tão forte.

E aquilo né, os opostos se atraem.

-Calma meu amor, fica suave. - beijou minha bochecha e eu revirei os olhos mais uma vez - Tô ligado que tu não quer filho agora. Eu também não pô, a gente é jovem, cheios de sonhos e muita coisa pra viver. Mas isso não me impede de pensar um futuro contigo, bebê. Contigo eu quero tudo. - ele falava tudo com tanta confiança, que eu perdi até o raciocínio, soltei um sorrisinho de lado - Dois filhos, cachorro, papagaio e os caralho...

-Ai garoto, eu te odeio. - falei segurando o rosto dele com as duas mãos, deixando um selinho demorado nos lábios dele

Guilherme transformou o selinho em um beijo calmo, logo em seguida finalizei com alguns selinhos, me soltando dele.

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