Do Nosso Jeito

Capítulo 73

||Apolo Garcia Campos||

Chega uma hora na vida, que você não sabe quem é quem, nem em quem confiar. Tem que pagar de cego pra altas paradas, fingir que não tá nem vendo, nem se importando...

Quando tu chegar a ver uma pessoa que brinca com qualquer coisa, como eu era, chegar o nível de ficar quieto, só observando de longe, é por que de verdade do bagulho tá sério!

Tem um tempo já, que eu tô de orelha em pé com a Mia, só palmeando ela de longe... Thomas chegou no meu ouvido, a uns dias ai, me falando sobre umas paradas que ela tinha falado pra ele, dando em cima dele.

Não é de hoje...

Como sempre, paguei de doido, fingi que era câo mesmo sabendo que não era! Pra o Thomas chegar até à mim, falar que a mina que ta comigo anda dando ideia nele, a tempos, é por que é verdade.

Conheço o meu irmão, pô. Sei que aquele moleque lá nunca foi com a cara da Mia. De início, pensei até que era implicância, como foi com a Ana Luísa.

Ana Luísa...

Tem horas que eu paro e penso "Caralho, como eu deixei uma amizade tão foda, de anos, se desgastar assim?".

Porra cara, eu não culpo ela por ter se afastado, nem por ter falado nada doque ela falou pra mim, a nega realmente tava na razão, eu só não dei ouvidos.

Naquele momento, eu realmente tava cego pra caralho, deixei a paixão de momento subir pra cabeça, parei de atenção pra quem mais merecia!

Porra, eu me arrependo demais!

Não desisti dela, muito pelo contrário. Prometi desde criança em seguir do lado dela, não importa a questão nem o momento que a gente tá vivendo agora.

Se ela precisar de mim, ela sabe que eu vou tá lá por ela. Assim como eu sei que mesmo com raiva, ela também vai tá la por mim.

Só quero arrumar um b.o primeiro, pra depois me meter em outro.

Ana Luísa é uma menina foda! Diferente de muitas que eu já conheci. E olha, já rodei demais esse mudão... Ali você pode bater no peito e chamar de irmã, sem receio de ser traído. Ela mata e morre por quem ela ama! Compra briga que nem é dela.

Minha princesinha...

Vi ela dançando com a Pérola e me aproximei do bar, aonde o Thomas bebia sozinho.

-Irmão, trás uma dose de red label pra mim ai. - falei com o garçom, que fez um joinha pra mim e se afastou - Vai dançar com a tua mulher não, meu parceiro? - olhei pro Thomas, que olhava pra frente, cuidando dela de longe

-Vai cuidar da tua, que tu ganha mais. - murmurou sério, sem me olhar

Ri negando e o garçom chegou, peguei meu copo e arrastei um banco do lado do ciumento lá, e me sentei.

-Pô tô ligado que essa parada de namoro é foda. Principalmente pra vocês dois, que tão vivendo tudo agora. Gera umas imaturidades a parte de cada um. - falei olhando pra ele, mais o mesmo só me olhou de relance - Mais vai por mim, parceiro, por mais que vocês briguem, queiram se matar na maioria das vezes, por que eu te entendo real, conviver com Ana Luísa Almeida não é fácil. - ri de lado, lembrando das nossas tretas - Ela vai fazer de tudo pra te ver feliz, mesmo que na maioria delas, tu não mereça.