Capítulo 26

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||Ana Luísa Sanches Almeida||

Puxei meu shorts um pouco pra baixo e me sentei no sofá, colocando minha garrafinha de água na mesa de centro.

-Pode falar. - cruzei as mãos, encarando o Apolo

-Tu que me chamou, e eu que tenho que começar? - revirei os olhos - Calma pô, tem paciência não, mermã? - respirei fundo, desviando o olhar - Ana Luísa, tu tem que parar de ser assim, cara!

-De ser assim como, Apolo? - alterei o tom de voz - Impulsiva? Brigona? Chata? Porra, eu não vou mudar meu jeito por tua causa não! Tu cresceu comigo assim, sabe que eu sempre fui assim, e eu vou morrer assim, foda-se, goste você ou não.

-Não tô falando disso pô, tô falando de sentar e conversar. - falou ainda paciente

-Sentar e conversar? - dei risada, irônica - Tu fez oque naquela noite? Brigou com todo mundo, me jogando de um lado pro outro como um brinquedo, pra ver quem me levava pra casa primeiro!

-Quem te levou foi outro, não fui eu. - apontou

-Meu melhor amigo era você, não ele! - encarei ele indignada - Eu fui pra botafogo já sabendo que ele não podia ficar, fui por que você insistiu! Banca o sofredor de alzheimer não, por que eu não me importo de refrescar sua memória.

-Ana Luísa pensa, eu só queria ficar mais um pouco com a galera, tu tava encomodada ali com o pessoal, principalmente com o Thomas. - cortei ele

-Tava tão encomodada com ele, que acabei vindo com ele, por que VOCÊ. - apontei pra ele, dando ênfase - Não quis me trazer!

-Não trouxe por que? Já expliquei porra, me deixa terminar de falar nesse caralho! - abriu os braços bolado, me fazendo revirar os olhos - Eu quis ficar lá com a galera, por isso pedi pra alguém se disponibilizar pra te trazer pra casa. Em nenhum momento te tratei como brinquedo, pô.

-Ata Apolo, ata, eu que tô maluca!- ri irônica, cruzando os braços - Por que tu não podia vir e depois voltar? Pra tá pegando a Mia, né caralho?! Vai pra porra, cara! Nunca te empedi de ficar com ninguém, inclusive fui eu quem te ajudou a ficar com ela. Mais é foda né, quando as pessoas não reconhecem as ações dos outros. - levantei do sofá, já sem paciência

-Pelo amor de Deus, Ana Luísa! - levantou, falando alto - Errei porra, eu sei disso, tô ciente dos meus atos! Não tem como voltar atrás, não tem como apagar oque aconteceu. - olhei pra ele, puta da vida - Não vamo ficar brigando por besteira, pô, já passou!

-Já passou pra VOCÊ, pra mim não! - falei no mesmo tom - Fazer as coisas e pedir desculpas é muito fácil.

-Oque eu tinha pra te falar, eu já falei, fica a teu critério me desculpar ou não! Tenho oque fazer mais não, filha. - se sentou fechando a cara

Fechei as mãos, sentindo a raiva tomar conta e respirei fundo, fechando os olhos.

Caminhei devagar até o sofá, de frente pra ele, e me sentei.

-Desculpado! - falei seca e ele me olhou sorrindo

-Pô, fica assim comigo não, tu sabe que eu te amo. - levantou, vindo pro meu lado - Antes de qualquer mulher, tu vem muito antes! Ninguém tem vez quando o assunto é tu não, Analu. - me abraçou de lado, e eu nem me movi, continuei olhando pra frente - Tu sempre foi minha prioridade, meu abuso.

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