Capítulo 33

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||Maya Pinheiro Castro||

Estacionei o carro próximo a orla e olhei pro lado, vendo a Ana Luísa tirando o cinto.

Fiz o mesmo e desci do carro, travando e dando a volta.

-Segura pião. - brinquei jogando a chave pra Ana Luísa que sorriu fraco, pegando a chave

Caminhei junto com ela até um quiosque que tinha ali perto, e a gente sentou.

-Valeu por ter vindo, não tava com a mínima noção pra dirigir. - me olhou - Mesmo a gente não sendo muito próximas, tu se importou em vir.

-Relaxa gata, tudo certo. - sorri fraco - Nunca tive nada contra você, muito pelo contrário, sempre te admirei muito. Tinhamos mais questão de afinidade, entende? Você tinha mais com a Mia, e menos comigo.

-Você sempre era mais na sua, não curtia tá com a turma toda... - falou e eu assenti, olhando pro mar

-Sempre fui diferente da Mia, até mais doque você possa imaginar. - olhei pra ela - Somos trigêmeos, mais eu tenho uma personalidade totalmente diferente da dela, do Ryan... Me vejo mais próxima ao Ryan, doque e da Mia. - suspirei - A Mia é sei la, diferente.

-Ela é o centro, eu entendo. - falou e eu concordei mais uma vez - Eu sei, eu conheço bem ela! Conheci tão bem, que a amizade acabou cegando a minha razão. - riu frustada - Eu pensei que eu tinha uma amiga, sabe? Uma pessoa pra poder contar! Fora o Apolo, eu só tinha ela de mais próxima.

-A Mia não liga pra ninguém a não ser ela mesma, Analu. Ela se acha superior as outras pessoas! Usam elas como degrau. Soberba, maior que todo mundo... A Mia mudou, mais doque o esperado! Já me magoou muito com as atitudes dela, a próxima vítima, vai ser o Apolo. - falei vendo ela fechar o semblante - Desculpa...

-Relaxa, eu tô bem! - respirou fundo - Só preciso processar tudo isso direito! É muita coisa de uma vez só.

-Você sempre me pareceu muito fechada. - falei meio receiosa, e ela me olhou curiosa - Sempre te vi cuidando muito da Pérola, se preocupando com tudo oque acontecia ao redor dela... Não só com ela, com o Ph também! - ela assentiu com um sorriso fraco no rosto - Você se doa muito, Analu. Você se fecha, com medo se magoar! Cuida dos outros com todo amor, e de você, quem cuida?

-Eu ué. Sou o suficiente pra mim mesma. - deu de ombros

-Não é, Ana Luísa. - neguei - A gente vive no mundo, em um conjunto! Você cuida, e recebe cuidados. Você dá amor, e recebe amor! Se não for assim, você se esgota. Ninguém vive sozinho. Você é uma mulher do caralho. Tu é Ana Luísa Sanches mona, você se basta sim! Mais você não é inabalável, gatinha.

Ela esfregou as duas mãos no rosto, respirando fundo, e me olhou, fazendo bico. Estendi minha mão, chamando, e ela colocou a mão sobre a minha.

-Eu já me senti igualzinha a você, do jeito que você tá sentindo agora, eu senti também! A sua dor, é por ter sido desapontada, vai passar com o tempo. - acariciei a mão dela - A minha não vai! A pessoa do meu sangue, em quem eu deveria confiar cegamente, me traiu da pior forma...

-O lance do teu ex, né? - ela questionou e eu concordei, sentindo um nó se formar na minha garganta - Poxa Maya, eu não... - cortei ela

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