||Kamila Fernandes||
Cheguei do hospital, depois de ver a Júlia e a Analu, com a cabeça explodindo. Assim que entrei em casa, fui direito pra cozinha, atrás de algum remédio que melhorasse.
-A garota é a cara da Analu, né preta? - Ryan entrou na cozinha e eu respirei fundo, virada de costas pra ele, tomando a água junto com o comprimido
-É. - falei seca, guardando o copo na pia
A frase que ele tinha soltado no hospital, tinha formado um triples gigantesco na minha mente.
"Ainda bem que não tenho nenhum pirralho pra dividir."
A insegurança, que já estava instalada dentro de mim, só aumentou ao ouvir aquilo.
Não sabia qual seria a reação dele ao saber do bebê, mas também não podia esconder isso pra sempre. Tenho ciência doque eu quero, e pela minha imaturidade aflorada do meu período de adolescência, meu subconsciente só me mandava fugir disso tudo.
Principalmente dele.
Evitar todo esse transtorno, e criar o meu filho longe de tudo e todos.
Eu não sou mas nenhuma criança, nem muito menos a adolescente imatura, que só tinha a si mesmo como abrigo.
Porra, o Ryan esteve comigo em uma puta fase ruim da minha vida. Foi o homem que me deu a mão, que lutou por nós dois, quando eu não tinha mais força pra nada, lutou por mim. Foi a pessoa que me serviu seus braços como abrigo, e seu cafuné como a porra de um calmante.
Eu não posso fugir dele, não posso esconder o filho que também é dele.
Não tenho como ter uma noção básica de como seria a reação dele ao saber da gravidez. A gente nunca parou pra conversar sobre ter filhos, oque me assusta ainda mas, chego a pensar dele ser contra o bebê.
Não consigo pensar positivo, nunca consigo.
A minha decisão é seguir com a gravidez. Sempre fui apaixonada por crianças, sempre tive o sonho de ter a minha. Lógico, que eu não planejava pra nem tão cedo, tinha muitas coisas em mente pra fazer antes de ter o meu filho, mas veio antes do esperado, e por mim, já tá sendo muito amado.
-Tô te sentindo estranha tem uns dias, neguinha. - ouvi os passos lento dele se aproximando, seguido do mesmo colocando meu cabelo solto pro lado, aproximando um pouco o rosto do meu ombro, apoiando o queixo naquela região - Aconteceu alguma coisa? É a tua mãe denovo?
-Não é nada. - engoli em seco, sentindo um frio na barriga - Relaxa, tá tudo certo.
-Pô amor, eu te conheço, posso parecer um otário as vezes, mas sei quando tu não tá bem. - beijou meu pescoço, me fazendo fechar os olhos, engolindo a vontade de chorar chegando - Conta pro teu homem oque tá acontecendo.
-Já falei que tá tudo bem, amor. - olhei pra ele, sentindo meu coração se quebrando em mil pedaços só de pensar na reação dele
Respirei fundo e dei um sorriso forçado, tentando passar por ele, que não deixou, segurando a minha cintura, me prendendo ali.
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Do Nosso Jeito
Romansa"...Quer saber? Que se dane esse povo todo, nosso amor não precisa de plateia. Do nosso jeito torto, fica tudo certo, ô povo curioso, deixa a gente quieto, uôô... Fazer o quê, se até as nossas brigas são perfeitas?..." Dois corações, Duas pessoas qu...