Capítulo 131

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||Kamila Fernandes||

Cheguei do hospital, depois de ver a Júlia e a Analu, com a cabeça explodindo. Assim que entrei em casa, fui direito pra cozinha, atrás de algum remédio que melhorasse.

-A garota é a cara da Analu, né preta? - Ryan entrou na cozinha e eu respirei fundo, virada de costas pra ele, tomando a água junto com o comprimido

-É. - falei seca, guardando o copo na pia

A frase que ele tinha soltado no hospital, tinha formado um triples gigantesco na minha mente.

"Ainda bem que não tenho nenhum pirralho pra dividir."

A insegurança, que já estava instalada dentro de mim, só aumentou ao ouvir aquilo.

Não sabia qual seria a reação dele ao saber do bebê, mas também não podia esconder isso pra sempre. Tenho ciência doque eu quero, e pela minha imaturidade aflorada do meu período de adolescência, meu subconsciente só me mandava fugir disso tudo.

Principalmente dele.

Evitar todo esse transtorno, e criar o meu filho longe de tudo e todos.

Eu não sou mas nenhuma criança, nem muito menos a adolescente imatura, que só tinha a si mesmo como abrigo.

Porra, o Ryan esteve comigo em uma puta fase ruim da minha vida. Foi o homem que me deu a mão, que lutou por nós dois, quando eu não tinha mais força pra nada, lutou por mim. Foi a pessoa que me serviu seus braços como abrigo, e seu cafuné como a porra de um calmante.

Eu não posso fugir dele, não posso esconder o filho que também é dele.

Não tenho como ter uma noção básica de como seria a reação dele ao saber da gravidez. A gente nunca parou pra conversar sobre ter filhos, oque me assusta ainda mas, chego a pensar dele ser contra o bebê.

Não consigo pensar positivo, nunca consigo.

A minha decisão é seguir com a gravidez. Sempre fui apaixonada por crianças, sempre tive o sonho de ter a minha. Lógico, que eu não planejava pra nem tão cedo, tinha muitas coisas em mente pra fazer antes de ter o meu filho, mas veio antes do esperado, e por mim, já tá sendo muito amado.

-Tô te sentindo estranha tem uns dias, neguinha. - ouvi os passos lento dele se aproximando, seguido do mesmo colocando meu cabelo solto pro lado, aproximando um pouco o rosto do meu ombro, apoiando o queixo naquela região - Aconteceu alguma coisa? É a tua mãe denovo?

-Não é nada. - engoli em seco, sentindo um frio na barriga - Relaxa, tá tudo certo.

-Pô amor, eu te conheço, posso parecer um otário as vezes, mas sei quando tu não tá bem. - beijou meu pescoço, me fazendo fechar os olhos, engolindo a vontade de chorar chegando - Conta pro teu homem oque tá acontecendo.

-Já falei que tá tudo bem, amor. - olhei pra ele, sentindo meu coração se quebrando em mil pedaços só de pensar na reação dele

Respirei fundo e dei um sorriso forçado, tentando passar por ele, que não deixou, segurando a minha cintura, me prendendo ali.

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