Capítulo 80

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> Seatlle <

[Alex]

- Ah... Novidade boa? - Pergunto, tentando entender a situação.

- A voz dele era comum, como sempre. Não sei dizer. - Ryan responde, incerto. - Vamos comigo até a casa dele? Assim já contamos sobre a gente.

            Meu coração para só de pensar em contar que estamos namorando. Tenho medo da reação dos pais do Ryan.

- Relaxa, meu amor. - Ele diz, sorrindo para mim. - Eu já contei sobre a gente, mas acho que precisamos ser mais formais, né? - Ele me dá um beijinho na bochecha, e isso me acalma um pouco.

            Saímos da casa do Ryan e vamos até a casa dos pais dele. Quando chegamos lá, vejo que eles têm uma casa linda, enorme, provavelmente escolhida pela mãe dele. Assim que entramos, vemos alguns homens de terno e o pai dele no centro, vestindo uma roupa elegante, mas despojada.

- Olá, Ryan. - Ele fala firme, e os olhares se voltam para nós.

- Oi, pai. Boa tarde, senhores. - Ryan responde educadamente.

- Alex. - O pai dele me cumprimenta com um aceno de cabeça.

- Olá, senhor Richard. Olá, senhores. - Respondo, tentando parecer confiante.

- Sente-se, por favor. - O pai dele ordena. Sentamos à mesa, e ele começa a falar.

- Bom, Ryan, trouxe a perícia e eles analisaram todas as suas assinaturas. A assinatura no documento que passou a empresa para o desgraçado do David é tendenciosa.

- Então temos provas suficientes? - Ryan pergunta, ansioso.

- Ter, temos. - Um dos homens começa a falar. - O problema é que o David fez documentos muito difíceis de serem cancelados.

- Mas que merda! - Ryan exclama, dando um soco na mesa. Seguro a mão dele, tentando acalmá-lo.

- Por isso, vou dar a cartada final. - O pai dele diz. - Este documento. - Ele arrasta um papel na mesa, que é passado pelos homens até chegar ao Ryan.

             Ryan pega o papel e lê, e vejo seus olhos mudarem drasticamente.

- Eu não acredito! - Ele diz, olhando para mim.

- Isso mesmo, Ryan. Esse documento é autenticado e assinado pelo governo. Ele proíbe que a empresa seja passada para qualquer pessoa sem uma audiência. Uma audiência entre os diretores e uma audiência entre pessoas que analisarão seu estado mental.

             Fico chocado que exista um documento assim. Ryan se levanta e fuzila o pai com o olhar, mas ele mantém a compostura.

- E o senhor me deixou passar por tudo isso mesmo existindo esse documento? - Ryan pergunta, vermelho de raiva.

- Sim, eu queria ver se você ia se mostrar eficiente para pegar a empresa de volta. Mas como David jogou bem, eu precisei jogar melhor ainda. - O pai dele responde calmamente.

- MAS QUE PORRA, PAI? QUAL É O SEU PROBLEMA? VOCÊ SABE QUE A EMPRESA É MINHA VIDA. VOCÊ SABE QUE DAVID ESTÁ SENTADO NA MINHA CADEIRA, FAZENDO SABE-SE LÁ O QUÊ? - Ryan grita, dando mais socos na mesa. Levanto e ponho a mão no ombro dele.

- Ryan, vamos tomar um ar. - Digo, puxando-o até a varanda que está aberta no final da sala. Ryan está quente de raiva.

- Calma, meu amor. Respira fundo. - Digo, tentando acalmá-lo.

- QUE ÓDIO! - Ryan exclama, mordendo os dentes.

- Calma, amor. Olha só, pelo menos a empresa está a um passo de voltar a ser sua.

- Meu pai sempre me subestimando. Será que eu sou um fracasso mesmo? - Ele pergunta, a dor evidente em sua voz.

- O QUE? RYAN, NÃO FALA ISSO! VOCÊ SOFREU UM GOLPE. - Digo, chocado em ouvir isso dele. Pego o rosto dele e faço ele olhar para mim. - Amor, olha só, você não é um fracasso. Você cuida da empresa maravilhosamente bem. Não deixe comentários assim entrarem na sua cabeça.

Antes que ele possa falar mais alguma coisa, o pai dele aparece no jardim e eu me afasto.

- Conseguiu entender o motivo? - O pai dele pergunta firme.

- O senhor me deixou sofrer, tudo isso porque o senhor me subestima. - Ryan responde.

- Eu não subestimo você, Ryan. Pelo contrário, você é extremamente responsável, mas eu não poderia deixar você achar que ia ser fácil. Você precisava entender o que estava acontecendo.

            Ryan não responde, apenas balança a cabeça, incapaz de entender por que o pai fez isso.

- A empresa já é sua de novo, Ryan. E eu espero que você tome mais cuidado. Não quero ver você passando por isso novamente. - O pai dele diz e começa a sair.

            Antes de ir embora, ele olha para nós e abre um sorriso.

- Até que vocês fazem um casal bonito. Sabe, se um dia me falassem que Ryan ia namorar um garoto como você, eu não acreditaria.

- Um garoto como eu? - Pergunto, sorrindo sem entender o que ele quis dizer.

- Inteligente. Você não é fútil, é responsável e, claro, você é um garoto muito bonito. - Ele elogia. O comentário me choca.

- Ah... Obrigado, senhor Richard. - Respondo, sorrindo.

            O pai de Ryan se aproxima do filho.

- Olha, filho, tudo o que faço é para o seu bem. Eu amo você. Você é meu bem mais precioso, e não, você não é um fracasso. - Ele sorri e passa a mão no ombro do Ryan.

            Fico ali, olhando para Ryan, sem saber o que dizer, mas sei que o olhar dele está brilhando. Acho que ele precisava ouvir essas palavras.

- Olha só, já ganhei pontos com a maioria. - Digo, sorrindo de forma debochada. - Agora só falta a sogrinha. - Faço um bico.

            Sem falar nada, Ryan me olha e me dá um beijo apaixonado. Tento acompanhar, mas ele parece querer me devorar. Depois de terminar de me beijar, ele se ajeita.

- Preciso ligar para o Erik e contar as novidades. - Ele diz.

            Nesse momento, a mãe do Ryan aparece com aquele sorriso bobo dela.

- Ah, oi, benzinho. - Ela diz.

- Oi, mãe. - Ryan responde com poucas palavras. - Vou ligar, já já voltamos para casa.

            Volto para a sala com a mãe dele, e ela chama uma funcionária.

- Por favor, querida, sirva o bolo de laranja com mel.

- Uau, isso parece ser maravilhoso. - Digo, animado.

- Fiquei sabendo que vocês estão namorando. Eu aprovo muito isso. - Ela diz, sorrindo.

            A funcionária aparece com dois pedaços de bolo e me dá um.

- Obrigado. - Agradeço. - Ah... É... Sim, eu amo o Ryan. - Respondo, meio sem jeito.

- Bem que meu filho precisava de alguém como você, sabe. Alguém que realmente goste dele. A Madson não gostava dele, só queria estar com ele por status. - Ela comenta.

            Passo alguns minutos conversando com ela e é suficiente para entender o porquê Ryan não conversa muito com a mãe. Ela é bem fútil e tem comentários vazios.
            Ryan volta para a sala e me chama para ir embora. Agradeço pelo bolo e saímos de lá. Chegamos em casa, e Ryan começa a me beijar. Isso mostra que nosso dia vai ser de comemoração, mas dessa vez uma comemoração mais íntima.
            Ele me leva até o quarto, e a intensidade dos nossos beijos aumenta. Sinto o amor dele em cada toque, em cada suspiro.

- Eu te amo, Alex. - Ele sussurra no meu ouvido.

- Eu também te amo, Ryan. - Respondo totalmente entregue pra ele.

[CONTINUA]

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