Capítulo 95

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> Havaí <

[Alex]

- A cirurgia foi um sucesso. A bala foi removida e não houve danos internos significativos. Ele está estável agora, mas precisa de um tempo para se recuperar. - O médico explica.

             Sinto um peso enorme sair dos meus ombros mas eu ainda continuo preocupado.

- Posso vê-lo? - Pergunto querendo ver meu amor.

- Não podemos permitir agora, vamos esperar ele se recuperar um pouco. - O médico fala com firmeza nas palavras.

******

[Ryan]

             Acordo sem saber onde estou. Estou sonolento, como se tivesse dormido por três dias. Meus olhos percorrem pela sala branca e o cheiro de hospital invade meu nariz e então me lembro do que aconteceu. Abro os olhos lentamente e encontro médicos passando pelo corredor ao lado. A dor no meu braço é insuportável.

- ALEEEX! - Grito, a voz rouca e desesperada.

            Sinto uma dor aguda no braço e gemo de dor.

- MERDA! - Solto entre dentes.

            Um médico entra com calma, segurando uma prancheta.

- Senhor Ryan, por favor, se acalme. - Ele diz com uma voz calma, mas firme.

            Outra pontada de dor atravessa meu braço, e eu aperto o maxilar com força. Olho pro meu braço e vejo que está em uma tipóia.

- Que merda aconteceu? - Pergunto, tentando entender a situação.

- O senhor foi atingido por um tiro. Seu braço foi atingido, mas conseguimos retirar a bala sem deixar danos permanentes. - O médico explica, mantendo a calma.

            Ouço a porta se abrindo e então vejo Alex vindo até mim, os olhos vermelhos de tanto chorar.

- RYAN, AMOR! Ah, Finalmente você acordou. - Ele chega do meu lado e me abraça com força.

- Vou deixá-los conversar. Por favor, senhor Ryan, não faça esforço. - O médico diz, saindo do quarto.

- Amor, fiquei com tanto medo! - Alex chora, segurando minha mão.

- Tá tudo bem, meu amor. - Digo colocando a mão no rosto dele tentando tranquilizá-lo, mas minha mente está a mil.

            Olho para ele e noto um curativo na testa.

- O que aconteceu com a sua testa?Questiono, preocupado.

- Ah... Não foi nada. - Ele tenta disfarçar, mas vejo a dor nos olhos dele.

- NADA? MACHUCARAM VOCÊ, ALEX! - Grito, sentindo uma onda de ódio ao saber que alguém machucou meu Alex.

- Machucaram você também, amor, mas está tudo bem. Eu estou bem. - Alex tenta me tranquilizar, mas meu coração está apertado de preocupação.

- O que porra aconteceu, Alex? -
Questiono tentando entender.

- Alguém tentou te matar. No meio da sua apresentação , um homem parou do meu lado e eu vi ele sacar a arma. Foi quando eu empurrei e ele a arma disparou em você.

- Eu vou pegar quem fez isso com você! - Digo, sentindo outra onda de dor no braço.

            A porta se abre e um policial entra com dois celulares na mão.

- Com licença. - A voz dele é grave. - Esses celulares são de vocês? Foram encontrados no local.

            Que sortes nossos celulares não terem queimados, essa hora estaríamos sem ter como nos comunicar.

- Ah, obrigado. - Alex pega os dois celulares. - Aí meu Deus, minha mãe. - Alex murmura e começa a ligar para ela.

            Olho pra ele e vejo a preocupação nos seus olhos.

- Mãe?... Mãe, calma... Eu... Eu estou bem. - Ouço Alex falando ao telefone enquanto sai da sala.

            Aproveito para pegar meu celular. Vejo várias ligações perdidas do Erik e dos meus pais. Ligo para o Erik, que atende desesperado.

*Ligação on*

- RYAN? RYAN, É VOCÊ?

- Sou eu, Erik. - Tento tranquilizá-lo.

- QUE PORRA ACONTECEU, RYAN? ESTÁ PASSANDO NOS JORNAIS!

- Alguém tentou me matar! - Digo, sentindo uma raiva imensa.

- PUTA QUE PARIU! E O ALEX? COMO ELE ESTÁ?

- Ele está bem, só machucou o rosto, mas está bem.

            Mesmo do outro lado da linha, consigo sentir Erik nervoso.

- Fui atingido no braço, a bala entrou mas os médicos conseguiram tirar.

- EU NÃO ACREDITO NISSO, RYAN.

- David... - Murmuro.

- O QUE? EU NÃO OUVI.

- David, foi o David.

- QUE? COMO ASSIM? ELE ESTÁ AÍ? - Ele perguntou, surpreso.

- Só pode ter sido ele. Eu vi ele aqui, mas Alex disse que isso seria impossível.

- PUTA MERDA, ESSE CARA PASSOU DOS LIMITES! - Ouço a voz raivosa do Erik.

- Agora quem vai matar ele sou eu! - Digo com raiva.

- Vai matar quem? - Ouço a voz de Alex do meu lado. Nem percebi que ele entrou.

- Erik, preciso desligar.

- CUIDADO, RYAN, PELO AMOR DE DEUS.

- Pode deixar.

*Ligação off*

            Desligo o telefone e olho para Alex.

- Tenho certeza que foi o David. Nada vai me tirar da cabeça que esse desgraçado tentou contra minha vida.

- O quê? Ryan, isso não... - Alex começa a falar, mas eu o interrompo.

- Foi ele, amor. Eu vi o infeliz aqui. Ele está tentando acabar comigo!

            Alex coloca a mão na cabeça, claramente frustrado.

- Merda, isso só pode ser um pesadelo. - Ele murmura.

            Seguro a mão dele com firmeza, tentando passar confiança.

- Eu vou acabar com isso, Alex, nem que eu tenha que sofrer as consequências depois. - Digo, determinado.

- Como assim consequências? - Os olhos preocupados do Alex recam em mim.

- Agora é uma questão de honra, eu vou matar ele e se eu for preso, vai ser com gosto!

- O QUE? RYAN, NÃO! - Alex fala com medo. - Isso não vai acontecer, você não vai ser preso. A polícia vai prender ele.

            Eu não quero discutir com o Alex agora, quero focar na minha recuperação e quando eu estiver pronto, eu vou buscar o David nem que seja no inferno.

[CONTINUA]

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