Capítulo 2

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> Seatlle <

[Alex]

            A luz do sol invadiu o quarto, anunciando um novo dia. Ao abrir os olhos, lembrei-me de onde estava: na casa de Lisa. Desci as escadas e preparei um café da manhã simples, tentando afastar os pensamentos sombrios que me assombravam desde a expulsão de casa.
            Enquanto o café passava, peguei o celular e comecei a procurar por oportunidades de emprego. Foi quando me deparei com uma vaga em uma loja de tênis em Seattle, para etiquetador das caixas de tênis. Sem hesitar, decidi tentar. Me troco e pego um Uber até a loja que não é tão longe assim da casa da Lisa. O dia está bem nublado e já consigo ouvir trovões.
Chegando à loja, fui recebido com cordialidade pela atendente.

- Olá, como posso ajudá-lo? - Pergunta ela.

- Oi, eu vi a vaga de etiquetador das caixas de tênis e estou interessado em aplicar. - Respondi.

- Ah, ótimo! Vou chamar o gerente. Por favor, aguarde um momento aqui. - Disse a atendente, sorrindo gentilmente.

           A loja é linda, luzes amarelas, música tranquila, se eu conseguir essa vaga, vai ser muito bom. Minutos depois, o gerente apareceu e me cumprimenta.

- Então você está interessado na vaga de etiquetador? Venha comigo, vamos fazer uma breve experiência para ver como você se sai. - Disse ele.

            Vamos até um setor onde estão várias caixas jogas no chão.

- Você vai precisar etiquetar e colocá-las nas prateleiras, tudo bem?

- Tudo sim. - Sorrio mas por dentro estou tremendo.

            Começo a arrumar as caixas com pele pediu, são muitas coisas, parece que nunca vai acabar.
            Durante a experiência, meu coração batia tão forte que parecia prestes a saltar do peito. Infelizmente, minha ansiedade acabou me traindo. Deixei os sapatos caírem no chão, em um deslize que revelava minha falta de habilidade para a tarefa.
Ao final do dia, o atendente me conduziu até a recepção.

- Sinto muito, Alex, mas infelizmente você não passou no teste. Não demonstrou a precisão necessária para o cargo. Espero que encontre outra oportunidade em breve. - Lamentou ele.

- Ah... - Não acho palavras. - Obrigado pela oportunidade senhor. - Digo saindo.

            Com um nó na garganta e lágrimas nos olhos, voltei para a casa de Lisa, carregando o peso do fracasso e a incerteza do futuro.
            Cheguei em casa e eu estou me sentindo horrível, não fui capaz nem de arrumar as caixas, droga droga droga.
O dia se arrastou enquanto eu procurava desesperadamente por emprego, mas todas as vagas exigiam experiência que eu não tinha. A chuva lá fora começou a cair, adicionando  um peso extra à minha desolação.   Decidi preparar o jantar para quando Lisa chegasse. Enquanto cortava os legumes, ouço a porta se abrir e Lisa entrar, tirando os saltos do trabalho e os jogando no meio da sala antes de se juntar a mim à mesa.

- Ufa, que dia cansativo. - Ela suspirou. - O assistente foi demitido e sobrou para mim.

- Ah sério? O que aconteceu? - Sento junto com ela.

- O assistente não aguentou a pressão de ser o assistente pessoal do CEO.

- Posso imaginar. - Bufo.

- Sim, o CEO dessa empresa é um cu mesmo, o que ele tem de bonito, tem de chato.

            Servi o jantar e a ouvi explicar mais sobre o que aconteceu. Lisa me contou que a assistente fez de tudo para ser demitida, já que não queria perder seus direitos.
            Durante o jantar, Lisa pegou o celular e notei seu olhar se arregalar.

- O que foi, Lisa? - Perguntei curioso.

- Ei, olha só isso. - Ela disse, mostrando-me a tela do celular. - Uma vaga de emprego na nossa empresa está disponível.

           Meu coração deu um salto de esperança.

- E o que precisa pra preencher a vaga? - Pergunto.

- Humm, deixa eu ver. - Lisa volta a ler o anúncio. - Aqui diz "uma entrevista será feita pra que o novo cargo de assistente pessoal do senhor Ryan Milles seja ocupado." Isso seria perfeito para você, Alex. - Ela comentou.

            Meus olhos se iluminaram com a oportunidade, pego o meu celular e entro no mesmo anúncio, faço a inscrição e agora é só esperar pra ver se eu sou chamado pra entrevista.

- Mas eu já vou te dizer logo Alex. - Lisa me alerta. - Ele é extremamente arrogante e chato, se você quer mesmo essa vaga, você vai precisar ser forte pra aguentar.

- Eu vou conseguir, vou dar o meu melhor.

             O jantar terminou com um misto de esperança e apreensão no ar, enquanto eu me preparava para enfrentar o que quer que viesse pela frente em minha jornada em busca de um novo começo.
            Vamos deitar e colocamos um filme pra assistir, enquanto o filme rola, meus pensamentos voltam no fato de que eu estou mais perto do que nunca em arrumar meu primeiro emprego, espero que dê certo. Também não deixo de pensar na minha mãe, será que ela tá preocupada comigo? Até agora não mandou mensagem, não ligou...

- Alex. - Lisa me chama. - Tá tudo bem? Não tá gostando do filme?

- Ah tô sim... - Volto pra realidade. - Eu... Eu só tava pensando na minha mãe.

- Ela não te ligou ainda né. - Lisa põe a mão no meu ombro.

- Ainda não, espero que ela não tenha deixado de gostar de mim.

- Ah Alex, não pense desse jeito, talvez ela esteja esperando essa poeira abaixar.

- É, pode ser.... - Respiro fundo. - Mas vamos prestar a atenção no filme. - Digo voltando a assistir o filme.

             A noite continua assim, com a chuva caindo sem parar lá fora. O filme acaba e nós colocamos outro chamado Donzela.

- Que filme é esse? - Pergunto.

- Estão dizendo que é bom, vamos ver se é mesmo. - Lisa seleciona o filme e ele logo começa.

            O filme vai passando e eu realmente acabei gostando, como sempre a Millie Bobby Brown entrega tudo. O filme acaba e eu já estou pronto pra dormir, hoje quero descansar mais do que a noite anterior.

[CONTINUA]






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