Capítulo 85

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> Seatlle <

[Madson]

              Estou na delegacia, numa sala com as algemas presas aos meus braços. Olho para o espelho lateral e vejo minha maquiagem toda borrada. Estou péssima. A porta se abre, e um homem negro, alto e careca entra, seguido de dois policiais. Ele senta-se na minha frente.

- Madson Clark. - Ele começa, analisando o papel à sua frente.

- Eu vou processar todos vocês. Vocês estão me prendendo injustamente! - Retruco, tentando manter a calma.

- Injustamente? Você acha que eu perderia tempo mandando meus homens irem atrás de você, sendo que tem tanta gente precisando de ajuda? - Ele fala sério. Merda, vai ser difícil dobrar esse cara.

            Ele vira o papel para mim e mostra a foto do homem do parque. Fico em choque, mas tento parecer tranquila.

- Esse homem, conhece? - Ele pergunta.

- Não. - Respondo, séria.

- Ah, não? Então deixa eu refrescar sua memória. - Ele pega um tablet e começa a passar um vídeo.

- Essa moça foi no parque que estava sendo construído. Ela passou cerca de dez minutos lá conversando com o homem que foi preso.

- E pela imagem péssima, você acha que eu sou suspeita? - Debocho.

- Quem faz as perguntas sou eu! Continuando, logo em seguida, outras câmeras de rua e de lanchonetes mostram você passando pela calçada e entrando no conversível azul. Que, por coincidência, apareceu no apartamento que, por coincidência, você estava lá.

- Isso não significa nada.

- Não me faça de idiota, senhorita Madson. Eu lido com os piores criminosos todos os dias. Você acha mesmo que vai conseguir me manipular? - Ele retruca, impaciente. Merda, ele não vai cair no papinho.

- Ele contou tudo. Contou que a senhora pagou ele para sabotar os fogos de artifício da atração do parque.

- Ele está mentindo. Eu nem conheço esse pé-rapado.

- Ok, ainda nesse assunto de pé-rapado, outra moça chamada Vivian esteve aqui esses dias. - Nessa hora, meu coração congela.

             Essa vagabunda abriu o bico? Merda, Madson, maldita hora que eu me meti com esse bando de fracassados.

- Ela disse que você a contratou para jogar remédio na bebida do senhor Ryan.

- Ela deve ter feito isso de propósito. Ryan é mulherengo e deve ter recusado ela. Aí ela resolveu jogar baixo.

- Hum, interessante. E o que a senhorita explica sobre isso? - Ele passa o dedo no tablet e coloca um áudio.

- Já está tudo pronto, já coloquei o remédio na bebida dele e já está fazendo efeito.

- Obrigado, Alex já chegou?

- Ninguém procurou por ele ainda, então acho que não. Essa é a hora.

             Ouço minha voz no áudio, exatamente tudo que eu falei com a Vivian no dia da festa.

- Vai mentir dizendo que essa voz não é sua? - Se mentir, a senhora vai estar se complicando ainda mais.

              Nessa hora, eu sinto meu sangue ferver e acabo explodindo.

- ISSO É MENTIRA, NÃO SOU EU, VOCÊS ESTÃO SENDO INJUSTOS!

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