O Diabo Veste Terno

Capítulo 87

> Seatlle <

[David]

              É, Ryan. Então quer dizer que você vai viajar pro Havaí? Ainda vai levar o namoradinho? Isso vai ser interessante. Tenho ideias de fazer essa palestra ser inesquecível.

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[Alex]

               Finalmente chegou o dia da viagem. Ryan está vindo me buscar e estou pegando minhas malas.

- Filho, boa sorte. Se cuide e, qualquer coisa, me ligue. - Minha mãe fala em um tom preocupado.

- Tá bom, mãe. Pode deixar. - Sorrio para ela, tentando deixá-la mais calma.

             Ouço a buzina do carro e então me despeço da minha mãe. Entro no carro do Ryan e ele dá tchau para minha mãe, que está na porta.

- Se cuidem! - Ela acena.

             Ryan acelera.

- Preparado, amor? - Ele pergunta.

- Sim, nervoso, mas sim - Sorrio de nervoso.

- Eu queria levar você no meu jatinho, mas a organização deu as passagens na classe executiva.

- Ah... Isso já é incrível, amor. Não precisa se incomodar.

- Ah, mas no meu jato seríamos só eu e você, né? Imagina fazer amor com você no céu. - Ele me olha com malícia.

              Dou um tapinha no ombro dele e rio com o comentário.
             Chegamos ao aeroporto e vamos direto para a fila, que não é muito grande, para fazer nosso check-in. Damos as passagens, o passaporte, e não demora muito até que somos liberados para entrar no avião. Aqui dentro, tudo é lindo. Esse avião é muito maior que o normal. Não são poltronas, são quase umas cabines. Dá para ir deitado.

- Gostou, amor? - Ele sorri para mim.

- Isso é surreal. - Estou encantado com o avião.

- Esse é nosso lugar. - Ryan aponta.

             Entramos na nossa espécie de cabine e nos acomodamos. Ryan tira uma foto nossa e logo me agarra pela cintura.

- É tão bom estar com você. - Ele passa o dedo na minha bochecha.

- Eu digo o mesmo. Isso parece um sonho. - Passo a mão na barba dele.

            Ouvimos o som do piloto falando  algumas coisas sobre o voo e então ele começa a decolar. Sinto um frio na barriga, mas Ryan me abraça, me deixando menos nervoso.    Observamos o céu, que é lindo. Ryan aponta para as nuvens, me fazendo rir com os comentários bobos que ele faz.  Nunca vi Ryan tão sorridente assim. Nem parece aquele homem que conheci quando consegui a vaga de assistente.
             Sete horas depois, finalmente entramos em terras havaianas. O avião pousa e então saímos dele. Em terra firme, já me sinto mais seguro. O sol começa a esquentar minha pele, me fazendo fechar os olhos.

- Você fica ainda mais bonito com o sol na sua pele.

              Esse homem é incrível mesmo, olha só esse elogio... Pegamos um táxi até o hotel de luxo onde vamos ficar. Dei uma pesquisada e nem se eu fosse assistente de três CEOs, teria dinheiro para pagar tudo aquilo. No caminho, vemos coisas lindas: as pessoas locais, as árvores, as músicas, tudo é tão diferente.
              Minutos depois, chegamos ao hotel e um homem moreno se aproxima de nós.

- Vim ajudá-los com as malas. - Ele sorri.

- Obrigado, moço. - Digo sorrindo.

              Aviso minha mãe que chegamos e então vamos para o nosso quarto, que fica no penúltimo andar. Assim que entramos, fico pasmo com o mar na nossa frente. Parece coisa de outro mundo, vendo daqui de cima. Sinto os braços do Ryan enrolarem na minha cintura.

- Gostou, amor?

- Ryan, eu amei. - Falo encantado.

- Ama mais do que eu? - Ele brinca.

- Que ciumento. - Me viro de frente para ele. - Eu amo você, muito mais!

              Dou um beijo na boca dele. Antes que as coisas fiquem quentes, batem na porta e vejo que é o mesmo homem que pegou nossas malas.

- Bom, daqui a pouco nós temos o almoço. Os senhores vão desfrutar das melhores comidas da região.

- Ah, que maravilha, nós iremos sim.

               Fecho a porta e então Ryan começa a se trocar. Confesso que eu veria ele sem roupa o dia todo.

- Gostou? - Ele me olha safado, passando a mão nos gominhos da barriga.

- Ryan, não me provoca! - Mordo os lábios.

               Começo a me trocar também e descemos para o almoço. O restaurante do hotel não está lotado, mas tem bastante gente. Sentamos na mesa e analisamos o cardápio. Até que sinto alguém parar do meu lado. Abaixo o cardápio e vejo um homem que parece um quadro de tão lindo. Ele é loiro, olhos azuis, pele bronzeada, cabelos até o ombro, loiros.

- Boa tarde, senhores. Me chamo Adam. Posso anotar os pedidos?

              Ele está com uma roupa muito diferente dos garçons de Seattle, uma roupa bem mais confortável para aguentar o clima daqui. Ryan faz os pedidos e Adam anota tudo. Ele nos deixa ali e vai buscar nossas comidas. Um tempo depois, ele volta com as comidas e começamos a comer.

- A comida aqui é realmente deliciosa. - Ryan comenta, saboreando cada pedaço.

- É incrível, nunca provei algo assim. - Concordo.

- Os temperos são tão diferentes dos que estamos acostumados. - Ryan observa, enquanto continua a comer.

- Sim, é uma explosão de sabores. - Digo, encantado.

                 Depois de almoçarmos, Ryan quer ir pegar umas ondas. Bom, eu jamais vou entrar no mar. Então digo para ele que vou só ficar na areia. Pegamos nossas coisas e vamos para a praia. A areia quentinha, o sol maravilhoso, era tudo que eu precisava.

- Vou na água, amor. Tem certeza que não quer vir comigo?

- Não, amor. Tô bem aqui. - Tento não parecer nervoso.

               Vejo ele correndo até o mar e algumas mulheres olhando para ele. Bom, no lugar delas, eu também olharia. Ainda bem que ele é meu! Estou tomando um sol quando uma sombra faz ele desaparecer.

[CONTINUA]