> Seatlle <
[Erik]
Chego ao condomínio de Vivian e vejo que é um pouco pior do que eu esperava. O lugar é velho e mal conservado, com pichações nas paredes e lixo acumulado nos cantos. Um porteiro idoso, com cara de mal humorado, está sentado na portaria, parecendo desinteressado.
- Olá, boa tarde. - Cumprimento, tentando ser amigável.
- Boa tarde. - Ele responde seco e já abre o portão.
Ué? Ele não vai perguntar quem eu sou e onde eu vou? Que tipo de segurança é essa? Ignorando a falta de precaução, pergunto:
- O senhor sabe onde mora Vivian Smith?
- 210 bloco B. - Ele responde sem hesitar.
Fico chocado com a facilidade com que ele dá informações pessoais sem nenhuma responsabilidade. Viro as costas e sigo em direção ao apartamento. O bloco B é ainda mais deteriorado por dentro, com corredores escuros e cheiro de mofo.
Assim que chego na porta, respiro fundo e bato. Não demora muito até que a porta se abre e vejo a tal moça loira. Ela parece cansada e preocupada.- Pois não? - Pergunta, a voz carregada de cansaço.
- Vivian Smith? - Pergunto, tentando manter a voz firme.
- Ah... É... Eu vou pagar, eu sei. - Ela já se adianta, a preocupação estampada no rosto.
- Não, eu não vim cobrar nada, apenas conversar. - Digo rapidamente para acalmá-la.
- Não tenho nada para conversar. - Ela responde, tentando fechar a porta.
- Tem sim, é importante. - Insisto.
Ela respira fundo e abre a porta completamente. Quando entro, vejo um apartamento simples com móveis velhos e desgastados. O ambiente é pequeno, mal iluminado e pouco decorado.
- E então? - Pergunta, cruzando os braços defensivamente.
- O que você estava fazendo no iate na semana passada? - Pergunto direto ao ponto.
Vejo o olhar dela congelar, um misto de medo e culpa.
- Ah... Quem é você?
- Isso não importa. O que importa é que você estava lá sem ser convidada. O que você estava fazendo lá? - Pressiono.
- Por favor, senhor, eu... Eu... - Ela começa a gaguejar.
- Seja direta, por favor. - insisto. - Eu não estou aqui pra te machucar nem nada.
Ouço uma tosse no quarto e ela se apressa.
- Com licença. - Ela diz nervosa, correndo para o quarto.
Tem mais alguém aqui? Fico pensando comigo mesmo, intrigado. Ouço vozes baixas e depois de alguns minutos ela volta, parecendo ainda mais nervosa.
- Desculpe a demora, minha avó precisava de mim. - Ela explica.
- Sua avó? Ela está bem? - Pergunto, tentando parecer compreensivo.
O olhar dela cai.
- Ela... Ela está doente, muito doente.
- Sinto muito. - Mudo de assunto. - Agora você pode me contar o que estava fazendo lá? - Digo, tentando ser gentil.
- Eu... Eu estava sem saída. Madson me ofereceu muito dinheiro e eu... Eu precisava do dinheiro. - Ela confessa, a voz trêmula.
Nessa hora, meu coração congela. A Madson está por trás de tudo isso? Desgraçada!
- E ela te contratou por que? - Pergunto, tentando manter a calma.
- Ela não me disse a história toda. Só disse que eu precisava colocar um remédio na bebida de um tal de Ryan. - Ela explica.
Merda, penso comigo mesmo.
- E foi com esse dinheiro que você pagou um pouco da sua dívida? - Pergunto.
- Como... Como você sabe? - Ela pergunta, surpresa.
- Não é difícil imaginar que você esteja com uma dívida hospitalar alta por conta da sua avó. - Digo, olhando para ela com um olhar firme, mas não hostil.
Ela suspira, parecendo derrotada.
- Você tem noção do que fez? Tem noção de que acabou com um relacionamento e causou danos quase irreparáveis? - Questiono.
- Eu... Eu sinto muito. Eu estava desesperada, nunca recebi tanto dinheiro assim. Minha avó precisava! Por favor, não me entregue para a polícia. Minha avó precisa de mim. - Ela implora, as lágrimas começando a escorrer pelo rosto.
- Eu não vou entregá-la, mas você precisa nos ajudar a desfazer a besteira que fez. - Digo, firme.
- E como vou fazer isso? - Ela pergunta, desesperada.
- Este é meu contato. Vou entrar em contato com você e espero que esteja disposta. - Digo, entregando meu cartão.
- Eu vou. E desculpe pelo que fiz! - Ela diz, parecendo realmente arrependida.
- Você terá uma chance de se desculpar para quem realmente merece. - Digo, me aproximando da porta.
Saio do apartamento dela, aliviado que tudo foi como eu esperava.
******
Chego na casa do Ryan e ele está ansioso, andando de um lado para o outro. Assim que entro, ele praticamente salta em minha direção.
- Me conta tudo! - Ele exclama, os olhos arregalados.
- Bom, ela confessou tudo. Foi ela quem colocou remédio na sua bebida. - Começo.
- DESGRAÇADA! - Ryan grita, levantando-se abruptamente.
- E o pior, foi a mando da Madson. - Continuo
Vejo a fúria do Ryan aumentar.
- Eu vou...
- Não, você não vai nada! - Interrompo, segurando-o pelo braço.
- E a desgraçada disse mais o quê? - Ele pergunta, tentando se acalmar.
- Ela só aceitou fazer isso porque tem uma avó doente. Ela tem uma dívida hospitalar enorme e precisou do dinheiro que a Madson ofereceu para cobrir uma parte. - Explico.
- É pra eu ficar com dó? Ela acabou com a minha vida para se dar bem. - Ele diz, incrédulo, os olhos queimando de raiva.
- Não, mas acho que ela teve motivos. Ela não fez isso porque é uma pessoa ruim. - Tento argumentar.
- Nem me peça para ter dó dela. -Ele responde, firme.
- Não estou pedindo. Só acho que você pode tentar pensar antes de dar o próximo passo. - Digo, tentando acalmá-lo.
Ryan respira fundo, tentando controlar a raiva.
- O que você está pensando em fazer agora? - Pergunto ao ver ele passando a mão na barba.
- Eu.... Eu vou na casa do Alex. - Ele olha pra mim. - Se eu contar tudo isso, talvez ele volte a acreditar em mim.
- Bom, então eu te desejo boa sorte. - Pisco pra ele.
[CONTINUA]
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O Diabo Veste Terno
Storie d'amoreDepois de ser expulso de casa, Alex Brooks encontra uma nova oportunidade de vida quando é chamado pra fazer uma entrevista de emprego em uma empresa renomada em Seattle. Lá ele conhece o CEO Ryan Milles que exala arrogância. Seu chefe arrogante e m...