Especial: Norminah

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Dinah Pov.


Era para ser um dia normal no tribunal, mas foi tedioso como sempre; eu só assinava papéis, dava multas, e carimbava. Eu imaginava que o ramo judicial seria mais interessante. Como, perseguição policial, acordo entre sequestradores. Mas a vida não é uma novela. Tudo o mais tedioso possível, e sem emoção!

Desde que abri meu consultório a vida tinha ficado mansa, eu não precisava trabalhar, afinal meus pais insistiam em manter minha conta bancária cheia. Não que eu esteja reclamando, afinal para suportar as idas ao shopping de Normani eu teria que ter uma fonte sem fundo, literalmente, pois nossas contas não eram nada baratas.

Normani e eu passamos a morar juntas um ano depois que Camila e Lauren se casaram. Eu não vivia sem minha mulata e vivemos indo a festas e boates juntas. Ainda parecemos adolescentes, só que adolescentes podre de ricas. Podre de ricas e gostosas.

Ela abriu uma galeria de arte, e vários artistas importantes e os mais novos no ramo usavam o espaço para exposição. Um quadro vendido valia uma fortuna e até discuti com ela como uma pessoa pode gastar milhões em algo inanimado. O que resultou em nossa casa virando uma pequena extensão da galeria, havia pinturas de Michelangelo, Van Gogh na nossa sala. "É bom para as visitas" ela falou uma vez, mesmo somente Lauren e Camila que frequentassem mais assiduamente nossa casa.

E falar nessas duas, quem diria que Camila seria a primeira a ter um filho; uma filha no caso, linda e esperta. Eu adorava Louise e a forma como ela era curiosa; que Lauren não me mate, mas eu andei dando dicas para ela. Melhor já saber do que aprender de uma forma errada. Ela já arrasava coraçõezinhos já no maternal. Eu até pensei em ter um rapazinho para fazer par com ela, mas minha vida no momento não permite; e não sei se Normani iria querer abrir mão da carreira agora. Quem sabe num futuro próximo.

— Allyson! Eu estou resfriada não é? Eu vou morrer? — Falei invadindo o consultório de Ally.

— Não Jane, eu não vou forjar outro atestado para você. Se não quiser trabalhar só não vá.

— Mani irá ficar no meu pé, preciso de provas concretas. — falei me sentando, e pegando as folhas que ela usava para dar atestado médico. — Cinco dias acho que está bom... ou melhor, uma semana! Um mês seria excelente.

— Dinah! Isso não é brincadeira. — falou puxando o bloco das minhas mãos.

— E você está chata. A quanto tempo não transa? O seu último príncipe não deu certo?

— Cansei dele, muito cuidadoso... quero alguém mais...

— Quente. — falei sorrindo maliciosamente. Ally não parava em um relacionamento; ela descobriu que a vida de solteira tinha suas vantagens e eu não sou ninguém para impedi-la. — Mas sério, eu preciso desse atestado.

— Fez besteira de novo e quer se acertar com a Mani? Céus Dinah! — Exclamou a pequena escrevendo sem vontade um atestado para mim.

Pensar em qualquer coisa sobre a noite passada faz minha barriga doer – até mesmo sobre o que aconteceu mais cedo, quando eu estava me divertindo. Tomando litros de Smirnoff Ice, e dançando ao som de um DJ qualquer ao redor do jardim com Siope. Estava bem quente para os padrões de setembro – era quase meia-noite quando a festa foi do jardim para dentro da casa dele.
Minha ligação para Normani veio umas boas horas depois daquilo. Não posso acreditar que resolvi que uma ligação bêbada no meio da noite era o jeito perfeito e dizer a ela como me sinto. Graças a Deus ela não atendeu o telefone. Não que eu tenha mudado de ideia sobre querer que ela saiba. Só acho que é importante estar sóbria quando eu disser isso.

Sweet HarmonyOnde histórias criam vida. Descubra agora