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Quando acordei, fui ao banheiro e dei de cara com Fred saindo dele, ele estava com pequenos pontos no queixo e com curativos nas mãos.

-Bom dia.-Eu desejei

-Bom dia.-Balbuciou de volta parecendo bravo, nem me olhou, apenas foi para a sala de estar. Eu dei um riso maldoso entrando no banheiro indo tomar banho.

Quando eu terminei de fazer o que queria no banheiro, eu sai já pronta e Josh entrou logo em seguida. Josh e eu estudamos na mesma escola desde os meus treze anos, apesar de ele ser um ano mais novo que eu, temos praticamente os mesmos amigos, a diferença é que ele é mais popular. Eu estou no último ano do colegial, como ainda é fevereiro, não acontecera nada de relevante ainda, apenas reencontrei minha melhor amiga, Lizie Carter, depois das férias de dezembro.


Depois que eu e Josh havíamos tomado café, nós saímos do apartamento, íamos a pé todos os dias para a escola. Quando estávamos caminhando eu lembrei de uma coisa que eu devia fazer com urgência. Bem, para ser sincera, as vezes eu tenho um trabalho, e digamos que ele não é o mais honesto. De vez em quando eu tenho que roubar algumas coisas, pequenas coisas, para o meu chefe que fica em Hell's Kitchen, Manhattan. Eu faço isso para conseguir uma grana, pois meus ''pais'' não me dão dinheiro nem para comprar absorvente. Tudo o que eu furto, tenho que entregar, mas também, não me interesso em ficar com nada. Eu faço isso desde o Orfanato. Aos meus doze anos, fui levada através de uma freira do orfanato para um homem de uma máfia. Ele tinha um plano de juntar crianças para poder cometer pequenos roubos para ele, eram crianças para ninguém desconfiar e também para não chamar atenção. Eu só passei a refletir sobre o que eu fazia pelos meus quatorze anos, foi quando eu notei o quão errado era o que aquela freira havia feito. Eu não quero mais fazer isso, estou cansada, isso não define quem eu sou de verdade além de uma ladra. Me arrependo muito, e por isso eu comecei a pensar em como eu poderia sair fora disso, mas não poderia simplesmente sumir, eles viriam atrás do Josh e dos pais dele, pois eles sabem onde moramos. Na minha mente eu já sabia o que iria fazer, iria cometer o último furto, entregar as coisas e tentar me demitir, se caso não der certo, eu definitivamente não pensara num plano B.

Andei até a escola juntamente com Josh, mas estava totalmente preocupada com o que eu tinha que fazer. Ao chegar lá já encontrei alguns colegas, o que me distraiu. Conversei com Mary Jane Watson que era ruiva, dos olhos verdes e alta, era do mesmo ano que eu só que de outra sala. Falei com Judit Finnigan, do oitavo ano, era doida pelo Josh, e também cumprimentei algumas outras pessoas. Depois entrei na escola, andando pelo corredor principal que não mudara nada durante os anos, e poucas pessoas vagavam por ele naquela hora. Do mesmo tanto que lá em casa é conturbado, é o mesmo tanto que minha vida acadêmica é tranquila, yin e yang, o perfeito equilíbrio.

Meus pensamentos se dissiparam quando vi Peter Parker, o novato do ano, que estava saindo às escondidas do depósito do Zelador. Além de não poder entrar ali sem a permissão, não havia nada de interessante lá, fora coisas de limpezas e não sei mais o que. 

Antes do Peter sair do depósito, ele olhou desconfiado por todos os cantos,  não sabendo disfarçar. Pelo o que eu tinha percebido o menino era meio estabanado, mas era muito interessante. Como tinham poucas pessoas pelo corredor, ele rapidamente saiu do local e fora para o corredor. Eu avancei os passos para chegar até ele, percebi que um tecido vermelho ficou preso no zíper da mochila dele. Cheguei mais perto e o cutuquei.

-Não sei o que você estava fazendo, mas tem alguma coisa presa no zíper da sua mochila.-Eu sussurrei para ele, mandei uma piscadela e sai rapidamente. Olhei para traz e lá estava ele arrumando o tecido vermelho preso no zíper.

The GIRL//PETER PARKEROnde histórias criam vida. Descubra agora