GIENNAH*
Eu senti o ar entrar bruscamente pelos meus pulmões, e meus olhos abriram logo em seguida. Eu tossi e respirei como se eu nunca tivesse respirado na vida. Quando abri os olhos, dei de cara com uma parede de metal, senti que estava deitada em algo gelado, e estava despida.
Repentinamente eu lembrei de tudo o que aconteceu e levei minha mão ao meu peito, a onde deveria ter um buraco, mas não tinha nada. Ao olhar para o lado, tinha um cadáver deitado. Era um necrotério, eu estava em uma maca, provavelmente dada como morta. Soltei um grito desesperada, comecei a dar murros no metal em cima de mim, para ver se alguém escutava, mas ninguém veio. Eu estava cercada de cadáveres, estava começando a entrar em pânico.
Eu passei a dar ponta pés na porta quadrada...
-Abre...-Desejei chutando a porta. O ar frio me envolvia, meu corpo eriçava desejando por uma coberta ou algo para vestir. O cheiro de formol estava me deixando com ânsia e com dor de cabeça, era pior do que cheiro de cadáver fresco.
-Abre!...-Continuei a chutar, mas não estava resolvendo. Eu parei e respirei tentando me acalmar, mas o cheiro do formol só me lembrava que eu tinha que sair dali. Coloquei as mãos no rosto tentando pensar em algo...
-Espera...-Falei para eu mesma pensando na ideia.- poderes...- Então foi quando eu me concentrei no lado de fora e num piscar de olhos, eu estava lá fora pisando no chão gelado, porém, foi no mesmo tempo em que uma enfermeira estava passando e me viu.
-Giennah?-Ela me chamou e eu só cai no chão desmaiada pelo pânico.
...
Depois de umas horas eu passei a abrir os olhos novamente, estava em um quarto, deitada numa cama em vez de uma maca gelada e também estava vestida. Escutava um som de gotas caindo, olhei para o lado direito da cama e era o soro, estavam me dando algum soro.
A porta fez barulho e alguém entrou ficando do meu lado. Eu olhei e era uma mulher ruiva, ela me tocava talvez para ver se eu estava febril.
-Consegue me escutar?-Ela perguntou cuidadosamente, meus olhos focaram ela direito e havia o nome dela no uniforme, Christine Palmer.
Eu assenti em resposta a pergunta dela. Logo em seguida ela me fez uns testes e parece que estava tudo bem.
-Você sabe o que aconteceu?-Perguntou novamente me analisando. Se eu contasse a verdade, ela não acreditaria em mim, seria capaz eles me tirarem daqui e me colocar num sanatório.
-N..não faço ideia.- Menti, minha voz estava rouca. Me ajeitei na cama e me sentei.
-Giennah, você pode me contar a verdade.- Ela me encarou, olhou nos meus olhos como se pudesse ver a minha alma e eu me senti intimidada.- Eu cuido dos heróis por aqui...-Sussurrou e em seguida me deu uma piscadela.
-Basicamente...-Comecei a contar.- Estava voando, fugindo, e minha tia muito furiosa acertou meu peito com uma lança cósmica, e foi o que eu lembro.
-Giennah...-Ela engoliu em seco.- Você deveria estar morta.-Contou tentando suavizar com a voz.
-Eu notei, estava em um gaveteiro em um necrotério. -Retruquei ríspida revirando os olhos.
-Aliás, me desculpe pelo erro. -Ela corou.- Talvez tenha sido um diagnostico precipitado, apesar que durante horas você não reagiu a nada.
-Eu entendo, já aconteceu isso uma outra vez..- Contei relembrando de quando fomos para a casa no lago e eu me afoguei, disseram que eu tinha morrido por uns instantes.- Mas preciso falar com a minha família...
-Certo, pode me passar o número e eu entrarei em contato com eles. -Falou ela, e eu passei o contato da Jenny. Ela deixou o quarto e eu fiquei sozinha por um tempo antes de ela voltar de novo.
-Giennah, esse número não existe. -Ela contou, estava com um telefone em mãos. Confusa eu passei o número de George.
-Também não existe. -Ela me entregou o telefone e eu disquei, realmente não existia. Eles mudaram de número e não me contaram? Resolvi então ligar para Peter, ele devia estar doido achando que eu tinha morrido mesmo. Porém, número inexistente.
-Estranho. -Disse.- Todos não existem...-Eu olhei para a Palmer preocupada.
-Talvez seja só o sinal...eu já volto. -Palmer saiu do quarto me deixando sozinha novamente. Tinha uma televisão no quarto, eu peguei o controle que estava na mesa ao lado da minha cama e a liguei, estava passando jornal. A matéria falava de um evento que estava acontecendo na cidade, eu nem prestei muita atenção, até que...
''Um assalto em Lower Manhattan causou pânico pela região. O grupo de assaltantes tentaram roubar um carro forte que estava cheio de dinheiro...'' Dizia a âncora do jornal em Lower Manhattan, em frente a uma cafeteria muito parecida com a que eu fora com a Lizie e Hazel quando fomos ver nossos vestidos de formatura, mas não fomos em Lower Manhattan. Até que as cenas passaram da âncora para um vídeo amador feito por alguém que tinha acompanhado o acontecimento.
''Contudo, logo o Homem-Aranha apareceu para resolver a situação...'' Continuou a repórter.
O carro estava em movimento quando o Homem-Aranha aterrissou no teto do carro. Mas... ele estava diferente. A imagem mudou para uma mais perto, mas o uniforme de Peter era outro. O uniforme estava preto com linhas vermelhas e com uma aranha em um circulo como se tivesse sido pichada a mão. Não era o meu Homem-Aranha. Mas, a coisa ficou mais bizarra...
''Mas o Homem-Aranha não estava sozinho.'' A filmagem mudou para uma garota loira que estava no meio da rua, então ela fez o carro parar de andar...
''A Starligh apareceu para ajudar também...'' Mas aquela garota era eu.
-Sou eu!- Eu exclamei atordoada. A diferença era que ela era loira, mil vezes mais linda do que eu, e tinha um nome super maneiro.
O que passou na reportagem foi tudo o que aconteceu no dia em que eu ajudei o Parker quando fomos comprar nossos vestidos, eu estava boquiaberta. Eu só podia ter batido a cabeça numa pedra...
Então Palmer voltou para o quarto.
-Eu sinto muito Giennah, mas você terá de ficar aqui até seus responsáveis aparecerem.- Avisou. - Que foi? Está com uma cara de quem viu um fantasma...-Ela me analisou, eu provavelmente estava mais pálida do que o cadáver que estava ao meu lado.
-E vi!
VOCÊ ESTÁ LENDO
The GIRL//PETER PARKER
Fanfiction"Respire; Seja quem você é; Luz ou trevas; Amor ou ódio; Heroína ou Vilã? Você decide...Giennah" Ela foi monitorada pela S.H.I.E.L.D desde o momento em que chegou no orfanato, mas por quê? Giennah Collins foi adotada por um casal conturbado...