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No quarto da Lizie, depois do jantar, eu fiquei pensativa. 

-Fala...-Lizie falou e eu senti algo me atingir bem no rosto, era uma almofada.- No que você tá pensando?-Lizie perguntou deitada na cama dela, e eu estava sentada na cadeira de rodinha que ficava na escrivaninha dela. 

-No Peter.- Respondi levando a mão a boca e mordendo as unhas.

-Hummm...-Lizie comprimiu os olhos e deitou de barriga para baixo com o rosto virado na minha direção. 

-Não tem nada de hummm, Lizie. Você não achou estranho o Peter vir aqui?- Questionei duvidosa.

-Não, ele estava fazendo o trabalho dele, foi coincidência.- Respondeu Lizie não dando importância. 

-Ele nunca comentou que era entregador de pizza, até por que sabemos que ele trabalha no Clarim, não é? 

-É um ponto.-Lizie analisou.- Mas ele não contou porque não temos intimidade com ele.  

-É...-Cruzei os braços.  Encerramos o assunto, assistimos um filme e quando acabou eu fui para meu novo quarto. Coloquei meu pijama e deitei para dormir. 



Ainda dormindo, o frio começou a me incomodar. Mas era estranho, quando eu dormi o aquecedor estava ligado. Uma brisa ricocheteou pelo meu corpo e na mesma hora abri os olhos. Fiquei sem ar, não estava na minha cama, eu não estava no meu quarto.

"É um sonho" pensei. Estava deitada sob uma grama rala, o chão era cheio de desníveis com algumas pedras. Estava à noite, me sentei olhando ao redor até olhar para o céu e me deparar com um tapete de estrelas, nunca tinha visto nada parecido. 

Onde eu estava?  


Me levantei quando escutei o som das ondas do mar se quebrarem na praia. 

Caminhei até a borda do precipício avistando o mar, a luz da lua refletindo da água, e a brisa fria arrepiando meu corpo. 

Como vim parar aqui? 

Estava muito assustada, mas sabia que era possível de algo assim acontecer já que eu não sabia o que esperar de mim mesma.

-Giennah...

 Pulei de susto quando escutei chamarem meu nome por perto de mim. Virei para trás procurando quem me chamara, e me deparei com um homem.

—Olá...-O homem me saudou com um sorriso malicioso. Era esguio, o rosto quadrado, cabelo curto, era pálido e se vestia formalmente com um terno preto.

—Quem é você?-Perguntei.

—Será que você merece saber?-Ponderou irônico, colocou as mãos nos bolsos da calça.

—Eu não sou humano, sou um demônio- Os olhos dele brilharam como fogo.—Sou seu irmão.

—Eu só tenho um irmão- Engoli em seco, meu coração estava acelerado.

The GIRL//PETER PARKEROnde histórias criam vida. Descubra agora