The GIRL//PETER PARKER

06

Musicas para o capítulo 

American Money- BORNS

Ludens- Bring Me The Horizon

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A semana se passou e eu decidi colocar meu plano do furto em prática na segunda-feira. Ao anoitecer eu disse para Josh que eu iria encontrar a Lizie, e disse também para ele avisar á Sharoon e a Fred, mesmo se eles não se importassem. 

Eu sai do apartamento vestindo uma roupa neutra, cabelo amarrado com um boné, e nada de maquiagem para não chamar atenção. Fui para a parada e peguei um ônibus saindo de Astória, indo para o centro do Queens. Quando eu cheguei, desci do ônibus e comecei a andar até achar o lugar certo. Observei alguns pontos calmos, mas que ainda passavam pessoas, até que encontrei um beco bem longe dos estabelecimentos do centro. Havia uma caçamba de lixo e eu me escondi ali na espreita, esperando que alguém passasse. 

A noite caiu e ainda ninguém havia passado, até que depois de um tempo, eu passei a escutar passos apressados, logo um homem passou por mim, mas ele não me vira. Rapidamente eu o abordei de costas, mandei ele não virar para mim e apenas me passar as coisas dele. Quando eu terminei de saquear o homem, eu o empurrei e mandei correr sem olhar para trás. Ele me passara a carteira, o relógio, celular e o colar de ouro, era o bastante. Eu enfiei tudo dentro de uma bolsa.

Eu passei a andar pelo beco cumprido indo em direção a saída, mas na metade dele um vento gelado bateu me fazendo arrepiar. Eu parei e olhei para trás, o vento bateu novamente, o vento parecia sussurrar algo...

-Gi...- Eu escutei, eu procurei desesperadamente quem estava ali, mas não via ninguém.

"Giennah..." O sussurro voltara, mas dessa vez falando meu nome todo. Apesar de não ver ninguém, eu sentia algo, era energia.
Uma energia...
Desde quando eu sinto energias?
Então, repentinamente senti algo atrás de mim, algo sorrateiro, a pessoa estava ofegante, mas parecia estar tentando conter a respiração.
Me virei morrendo de medo, e com um reflexo coloquei a mão direita no pescoço do cara, mas quando eu vi quem era, não pude acreditar...

—Peter?- O encarei, respirei aliviada ...eu nunca vira ele em nenhum lugar que não fosse a escola. 

—Eai...-Respondeu envergonhado, apontou para minha mão ao redor do pescoço dele, mas não disse nada e eu retirei a mão, foi um reflexo involuntário. Eu nunca tive reflexos bons, pelo o contrário, eu sou muito desastrada as vezes.
Era estranho Peter estar ali naquela hora.

—O que faz aqui?-Perguntei fixando meu olhar no rosto dele.

—O que você faz aqui?-Retrucou o que me deixou confusa.

—Eu perguntei primeiro...- Falei tentando ser simpática.

—Só estava passando e te encontrei. -Respondeu, mas era a segunda vez que ele estava dando uma de sonso.

—Eu nunca vi você por esses lados- Eu disse.- Estranho...-Dei de ombros e voltei a caminhar.

—E o quê você está fazendo por aqui?-Perguntou me seguindo.

—Não é da sua conta- Falei brusca ainda andando.

—O quê você estava fazendo?-Ele insistiu descaradamente, eu ri sarcástica e o ignorei.

 A ventania continuava, mas os sussurros ficaram para trás, poderia ser coisa da minha cabeça. O final do beco estava cada vez mais próximo. 

—Eu vi o que você fez. - O garoto falou entre o silêncio que havia se estabelecido entre nós, meu estômago gelou e eu parei de andar. 

—Do que você está falando?!- Perguntei, ele parou de andar me olhando.  Ele usava uma camisa azul e um casaco de couro sintético. Também usava uma calça jeans azul, all star e um relógio preto no pulso direito, além da mochila que ele não abria mão nem fora da escola.

—Qual é, você sabe do que eu tô falando- Enfiou as mãos nos bolsos da calça.

—Estava na padaria- Menti descaradamente, ele deveria acreditar, afinal eu não fazia ideia de como ele tinha visto o assalto. 

—É mesmo?- Perguntou me colocando numa fria.—Devolva. -Falou calmo, mas autoritário. 

—Me deixa em paz -Pedi. Ele avançou para cima de mim, pegou no meu braço me empurrando com delicadeza contra à parede úmida de um dos prédios daquele beco. Me revistou apenas com uma mão, ele achou os pertences do homem na minha bolsa. Droga, pensei, não podia perder aquilo. 

—E eu não tava errado, não é?...- Olhou para os pertences do  homem que eu abordara uns minutos atrás.— Obrigado, era só isso que eu queria- Agradeceu debochado e se virou para ir embora. Mas eu não podia deixar ele ir, ele não tinha o direito de fazer isso comigo.
Avancei pelas costas dele, e chutei as partes íntimas do Parker. Ele deixou as coisas caírem,  peguei os pertences e sai correndo. Olhei para trás para ver se ele vinha atrás de mim, contudo, quando olhei para frente algo acertou minha cabeça em cheio e cai no chão desacordada. 

—Não acredito nisso, você não deu conta dela...-Disse uma voz desconhecida. 

—Como não? Ela chutou as minhas partes, cara! Imagina se fosse as suas...

—É...

—Não quero saber, leve-a para casa, e nada de testemunhas.

🕷🕷🕷