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Então eu decidi ver o que estava acontecendo. Sai do meu quarto, desci as escadas que estralaram com meus passos, tentando ir devagar para não acordar o pessoal que dormia.

Cheguei no andar de baixo e senti uma brisa gelada circulando pelo cômodo. Andei até o vestíbulo e dei de cara com porta principal escancarada. Pelo o que eu me lembrava, Jenny tinha deixado a porta bem trancada e eles conferiram mais de uma vez antes de dormir.

Sai para fora de casa e fechei a porta atrás de mim. A Energia que eu sentia tinha me despertado uma enorme curiosidade de saber o que era aquilo.

Eu apenas continuei seguindo a minha intuição, e quando eu vi para onde ela me levara, eu já estava na Marina de barcos. Entrei pelo píer de madeira e caminhei até a ponta, e eu vi a água.
De repente algo começou a emitir uma luz vermelha na água, algo brilhoso.

Me agachei para ver melhor, passei a mão na água para ver se o brilho cessava, contudo, senti uma forte puxão vindo da água em meu braço. Tentei tirar o braço da água, mas algo continuava a me puxar. Até que a última investida fora forte demais e eu acabei caindo no lago.





🕷🕷🕷


''É um sonho...Giennah, acorde!''- disse para mim mesma. Senti que flutuava, estava coberta por líquido e sentia uma pressão em cima de mim. Abri os olhos e só via a escuridão. Não era um sonho, eu continuava no lago. Tentei nadar para a superfície, mas não conseguia, a pressão me fazia estagnar no mesmo lugar. Entrei em pânico, era como se eu tivesse sido engolida pelo vazio, e foi quando eu deixei o ar fugir. Senti meu nariz arder com a entrada da água até ela tomar meu pulmão por completo.


🕷🕷🕷

—Giennah...-Alguém sussurrou perto de mim ainda na água. Abri os olhos, tudo continuava escuro. As vozes começaram a chamar meu nome sem parar. Dava impressão que algumas delas me chamavam de longe, e outras pareciam estar do meu lado.

—Giennah...

—O que você quer?- Eu perguntei já irritada.

As vozes cessaram, a luz vermelha voltou a brilhar chegando perto de mim como uma bolinha pequena.
Levei meu dedo afim de toca-la. Quando a toquei, a bolinha explodiu em meu rosto, num piscar de olhos a explosão sugou tudo para dentro de si, até mesmo eu.

Estava confusa, acho que fiquei louca isso não poderia estar acontecendo.

Fechei os olhos, meu corpo estava em queda, havia uma ventania forte que vinha de todos os lados que me jogavam para direções opostas. Até finalmente caí de cara em algo duro, e toda a água que fora sugada junto, caiu em cima de mim. Abri os olhos me erguendo, eu tinha caído em um chão, além de que eu estava toda encharcada de água.

Olhei para cima e vi algo, mas eu não tinha certeza se tudo aquilo era real. O lugar era mais ou menos dessa forma: Tinha algo que parecia um céu preto e cinza escuro. Podia ver montanhas escuras de longe. Uma tempestade feia parecia se formar no céu. Havia lava entre as montanhas e cinzas, provavelmente eram vulcões. Mas até então, parece normal, não é? Você vai mudar de ideia agora: Havia círculos coloridos que flutuavam espalhados pelo lugar, como se fosse um buraco negro, talvez tele transportes, variavam de tamanho. Continha umas espécies de pontes espalhadas, voavam e eram coloridas, eu não conseguia ver o fim de algumas. Conseguia ver, literalmente, átomos enormes que voavam. Também tinha estalactites gigantescas, algumas flutuavam, outras estavam presas em uma caverna atrás de mim. O chão era irregular, havia alguns buracos com algo verde vibrante dentro, parecia uma gosma. Tinham arcos que cruzavam com outros arcos e bolas, aquilo era uma bagunça! Era uma loucura! Ao mesmo tempo que o céu parecia que ia cair uma tempestade tenebrosa, as coisas que flutuavam pelo lugar emanavam cores brilhantes e chamativas.

Eu passei a mão pelo meu rosto, peguei no meu cabelo e quando eu o vi, soltei um grito. Meu cabelo tinha mudado de cor, ele estava preto. Consequentemente olhei para minhas mãos que estavam com luvas brancas até meus cotovelos. Do cotovelo para cima, eu usava um traje cromado, colado e que marcava bastante a minha silhueta. Olhando para a parte de baixo, eu usava uma bota da mesma cor do traje. Passei a mão no pescoço e tinha algo amarrado dele, passei a mão por trás de mim e senti um tecido, era uma capa com capuz branco.

No reflexo cromado do traje na parte da minha coxa, eu vi algo brilhante nos meus olhos, ergui a perna para ver melhor, e eram meus olhos!

-Que porra é isso?!- Eu exclamei aterrorizada ao ver que minha íris tinha deixado de ser castanho claro, e tinha passado para vermelho brilhante. Eu nunca vira ninguém com essa cor de olho, além das pessoas que usam lentes de contato.

O que estava acontecendo?!

🕷🕷🕷


Tentei correr para algum lugar tentando achar a saída, mas era impossível. Eu estava na entrada de uma caverna em cima de uma montanha bem alta.

—Quem está ai?!-De repente, uma voz feminina ecoou pelo lugar.

—O-oi- Respondi, vai que ela pudesse me ajudar...

—Eu tô procurando a saída...você sabe me informar pra onde é?- O silêncio voltou a tomar posse do lugar.

—Como você conseguiu passar para este mundo?-A mulher perguntou, para este mundo? Se não estou na Terra, a onde eu estava?

—Desculpa...eu não sei como vim parar aqui, só quero ir embora.

—Qual o seu nome?-Perguntou

—Giennah-Respondi

—Impossível...-Ela falou seguida de uma gargalhada.

—Você me conhece?-Perguntei e o silêncio voltou. Olhei para a caverna, a mulher parecia estar lá. Vi de relance sua silhueta, e parecia estar de vestido. Ela riu debochada.

—É você mesma- Disse por fim. Então de repente, um círculo grande se formou ao meu lado e eu sentir uma mão me empurrar para dentro dele.

—Cl...-A mulher gritou furiosa um nome, mas antes que eu pudesse escutar, o círculo se fechou.

The GIRL//PETER PARKEROnde histórias criam vida. Descubra agora