51 - Desejar

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Quero acordar todos os dias e flagrar esses olhos avelã me observando. Pela manhã, eles parecem ainda mais lindos, assumindo um tom fascinante de verde claro na íris e rajados de dourado escuro em volta das pupilas.

— Oi, apimentada. Está se sentindo melhor? — pergunta com a voz baixa e ligeiramente rouca.

— Uhum — murmuro preguiçosamente e fecho os olhos, me aconchegando sob o cobertor.

— Não sei... sua pele está pálida. Deveríamos ir ao hospital por garantia.

Arregalo os olhos.

Luke está sério, o que me faz pensar que pretende mesmo me levar ao hospital.

— Para quê hospital se o doutor mais lindo, irresistível e charmoso do mundo está cuidando de mim? — mordo o lábio inferior.

Um sorriso malicioso surge no canto de sua boca.

— Quer dizer que você me acha irresistível? — Luke chega mais perto e começa a beijar minha bochecha, se demorando cerca de três segundos em cada beijo.

Fecho os olhos apreciando a sensação de ser tão amada.

— Depende da ocasião... — minha voz sai baixa, enquanto tento não ficar toda mole com esses beijos que se demoram em cada centímetro do meu rosto.

A essa altura, o corpo maravilhoso de Luke já está quase totalmente em cima do meu. Ele aproxima os lábios do meu ouvido.

— Cita uma — sussurra e beija abaixo da minha orelha.

Frio na barriga...

— Quando chega assim tão perto... você é... irresistível...

Luke toma uma pequena distância, só o suficiente para olhar em meus olhos. Os dele brilham.

Estendo os braços e laço o pescoço dele. Com as mãos em sua nuca, puxo ele para baixo lentamente.

Acompanho os olhos dele se fecharem à espera do meu beijo. Também acompanho o movimento de sua mão direita ao segurar minha cintura por dentro da blusa, subindo devagar, e já sei onde ela vai parar.

Sinto frio na barriga antecipadamente, pois conheço bem a sensação da mão de Luke em meu peito, e quero que ela chegue logo ao destino. Fecho os olhos e encosto os lábios nos dele. Meu corpo inteiro amolece ao contato macio de seus lábios.

Bem aí, no momento de maior expectativa, meu celular toca irritantemente.

O beijo é interrompido antes de acontecer de verdade. Mas Luke não se afasta.

— Só mais um minuto — ele pede, ainda sem abrir os olhos.

Como eu poderia negar?

— Desliga — digo.

Ele se levanta imediatamente para pegar meu celular, que está dentro da minha mochila, em cima da escrivaninha do outro lado do quarto.

A ausência do calor de seu corpo me causa uma irritação desmedida.

Ao me dar conta de que o quarto está mais claro do que deveria estar, me sento na cama.

— Que horas são? — pergunto.

Luke encerra o som irritante do meu despertador e solta um suspiro de frustração.

— Temos dez minutos para chegar na faculdade — seu tom de voz é de puro desgosto.

Pulo da cama.

Alterei o despertador anteontem para dormir mais meia hora no dia seguinte, porque o professor do primeiro horário havia avisado que se atrasaria. Depois esqueci de corrigir.

O garoto dos olhos avelãOnde histórias criam vida. Descubra agora