Quero acordar todos os dias e flagrar esses olhos avelã me observando. Pela manhã, eles parecem ainda mais lindos, assumindo um tom fascinante de verde claro na íris e rajados de dourado escuro em volta das pupilas.
— Oi, apimentada. Está se sentindo melhor? — pergunta com a voz baixa e ligeiramente rouca.
— Uhum — murmuro preguiçosamente e fecho os olhos, me aconchegando sob o cobertor.
— Não sei... sua pele está pálida. Deveríamos ir ao hospital por garantia.
Arregalo os olhos.
Luke está sério, o que me faz pensar que pretende mesmo me levar ao hospital.
— Para quê hospital se o doutor mais lindo, irresistível e charmoso do mundo está cuidando de mim? — mordo o lábio inferior.
Um sorriso malicioso surge no canto de sua boca.
— Quer dizer que você me acha irresistível? — Luke chega mais perto e começa a beijar minha bochecha, se demorando cerca de três segundos em cada beijo.
Fecho os olhos apreciando a sensação de ser tão amada.
— Depende da ocasião... — minha voz sai baixa, enquanto tento não ficar toda mole com esses beijos que se demoram em cada centímetro do meu rosto.
A essa altura, o corpo maravilhoso de Luke já está quase totalmente em cima do meu. Ele aproxima os lábios do meu ouvido.
— Cita uma — sussurra e beija abaixo da minha orelha.
Frio na barriga...
— Quando chega assim tão perto... você é... irresistível...
Luke toma uma pequena distância, só o suficiente para olhar em meus olhos. Os dele brilham.
Estendo os braços e laço o pescoço dele. Com as mãos em sua nuca, puxo ele para baixo lentamente.
Acompanho os olhos dele se fecharem à espera do meu beijo. Também acompanho o movimento de sua mão direita ao segurar minha cintura por dentro da blusa, subindo devagar, e já sei onde ela vai parar.
Sinto frio na barriga antecipadamente, pois conheço bem a sensação da mão de Luke em meu peito, e quero que ela chegue logo ao destino. Fecho os olhos e encosto os lábios nos dele. Meu corpo inteiro amolece ao contato macio de seus lábios.
Bem aí, no momento de maior expectativa, meu celular toca irritantemente.
O beijo é interrompido antes de acontecer de verdade. Mas Luke não se afasta.
— Só mais um minuto — ele pede, ainda sem abrir os olhos.
Como eu poderia negar?
— Desliga — digo.
Ele se levanta imediatamente para pegar meu celular, que está dentro da minha mochila, em cima da escrivaninha do outro lado do quarto.
A ausência do calor de seu corpo me causa uma irritação desmedida.
Ao me dar conta de que o quarto está mais claro do que deveria estar, me sento na cama.
— Que horas são? — pergunto.
Luke encerra o som irritante do meu despertador e solta um suspiro de frustração.
— Temos dez minutos para chegar na faculdade — seu tom de voz é de puro desgosto.
Pulo da cama.
Alterei o despertador anteontem para dormir mais meia hora no dia seguinte, porque o professor do primeiro horário havia avisado que se atrasaria. Depois esqueci de corrigir.
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O garoto dos olhos avelã
Teen FictionGraziella tem uma imaginação para lá de fértil, vive no mundo da lua e, por vezes, acaba se enfiando em situações embaraçosas. Sem planos de se apegar à nova cidade, ela sabe que a promessa de permanência do pai é daquelas que não se deve levar à sé...