Capítulo◇89

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- Pablo! - gritou Dulce, afastando-o dela. O rosto dele se tornou furioso, quase cruel.

- Não posso suportar a ideia de não ter sido o primeiro a possuí-la! - disse Pablo acaloradamente. Depois seu rosto se amaciou e continuou pedindo - por favor, Dulce, serei bom, a farei esquecer esse Christopher.

Dulce estava alterada pela conduta de Pablo mais também furiosa de que ele pensasse que podia saltar para sua cama sem que antes se casassem.

- Então pensa em violar-me? - perguntou com voz dura.

- Claro que não - replicou ele.

- Então saia do meu quarto, Pablo. É tarde e estou cansada.

- perdoe-me, Dulce. Tiveste um dia esgotante, e eu só pensava em mim mesmo. Ela permitiu que voltasse a beijá-la, desta vez com suavidade, e depois ele saiu do quarto.

Por mais que tentasse, Dulce não conseguia dormir. A desagradável cena com Pablo voltava a ela desagradando-a cada vez mais, só porque já não sou virgem, pensava, ele se achava com direito a supor que dormia comigo antes de casarmos.

Tinha ouvido sua mãe ir para o quarto alguns minutos antes. Dulce estava muito contente que sua mãe estivesse ali. Não dependia do conde de laly agora, e como diria sua mãe, Não teria que se casar com ele caso não o desejasse.

Tinha passado uma hora desde que Dulce deitada, mas não podia dormir. Fazia demasiado calor no quarto e teve vontade de tirar a anágua e dormir nua. Apesar das grandes janelas estavam abertas, a brisa corria entres as árvores e não chegava a casa.

Dulce saiu à ampla sacada. Toda a casa estava apoiada sobre curtos pilares, e completamente rodeada pela sacada.

Espessas nuvens cobriam o céu e ocultavam a lua cheia. Dulce pensava que cedo choveria. Talvez então a casa estaria mais fresca.

Caminhou um pouco pela sacada, olhando a luz da cidade na distância, mas se deteve ao ouvir vozes. Deu a volta, e viu que estava parada em frente a sala, e que se encontrava quase a frente das portas abertas. Muito pouca luz à sacada, porque só tinha uma vela acesa nessa espaçosa sala.

- Realmente é um homem, afortunado, Pablo - dizia Dom Miguel Bastida -. Ss eu tivesse menos dez anos, trataria de tirar-lhe Dulce Savinôn. Mas sou demasiado velho para fazer feliz a uma moça tão jovem e bonita. Sua mãe, por outro lado, seria uma esposa adequada para mim. É assombroso que se veja viúva tão jovem, apesar de já ter uma filha maior. Mas talvez até Blanca me encontrará demasiado velho para satisfazê-la.

- Tolices, Miguel, você está tão bem como sempre - replicou Pablo -. Por que não fica um pouco mais e trata de conquistar à Formosa viúva? É uma boa oportunidade.

- Que? Está tratando de livrar-se da sogra antes do casamento? - riu Dom Miguel.

- Não haverá casamento - disse Pablo com amargura.

Dulce conteve o ar, acercou-se um pouco mais à parede e permaneceu imóvel junto as portas abertas, ouvindo a conversa com tanta clareza como se estivesse dentro da sala.

- Oxalá só estivesse caçoando - disse Pablo com pena e fúria na voz - Você tem estado na cidade. Ouviu falar de Dulce.Quando o " Canção do vento" entrou no Porto e a tripulação difundiu a história, em seguida começaram a chamar Dulce de " a prostituta do pirata", porque ninguém fez uma tentativa de trocá-la por um resgate. Agora já não posso casar-me com ela.

- Realmente és um tonto se renuncia a ela só pelo que diz as pessoas.

- Você não vive aqui,Miguel - replicou Pablo -. Está é uma ilha pequena é não poderia tolerar contínuos falatórios sobre minha esposa. Me trariam dificuldades intermináveis.

- Então deixará que essa pérola se escape de entre seus dedos? se eu tivesse...

- Claro que penso em conservar a perola - interrompeu Pablo, só que ainda não sei muito bem como.

- Pensa conservá-la como amante? - perguntou dom Miguel, surpreso.

- desde logo. Como você disse seria um tonto se renunciasse a ela.

- Mas, como se propõe a conseguir isto? Eu tinha a impressão de que Dulce punete esperava ser sua esposa. Sua mãe também o espera.

💛𝐀 𝐩𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐩𝐢𝐫𝐚𝐭𝐚💛𝐓𝐞𝐦𝐚-𝐕𝐨𝐧𝐝𝐲    Onde histórias criam vida. Descubra agora