Capítulo◇95

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- Não? Disseram-me que viveu a maior parte da sua vida furiosa.- sorriu quando ela o olhou com surpresa - sim, sua criada me falou de você e de seu pai. Sou só uma substituição do seu pai, Dulce? Viveu tanto tempo furiosa que precisa a alguém contra contra dirigir essa furia? 

- Basta,Christopher! - gemeu com voz quebrada -. Meu pai está morto!

No rosto de Christopher apareceu uma expressão preocupada.

- Eu... sinto-o, Dulce.

- Não me interessa sua lástima! - replicou ela, furiosa.

Christopher suspirou.

- Realmente teria que tratar de dominar sua teimosia, Dulce. Eu não a tolerarei muito tempo mais.

- Não? Que fará? Me atará e me amordaçara outra vez? Ou esta vez me pegará? Diverte-te me fazendo sofrer, não é verdade?

- Não, Só quero lhe dar prazer - replicou ele com suavidade -? Você só se provoca o sofrimento.

Dulce acercou uma das cadeiras revestidas de veludo à janela que dava a montanha e se sentou ali olhando as cores mutantes do céu. O sol se tinha posto muito tempo antes por trás da montanha, mas a massa escura da montanha se recortava contra os rosados, os púrpuras e os vermelhos do céu.

Uma breve brisa soprava pela janela aberta, e Dulce se envolveu um pouco melhor com o cobertor. Pouco tempo atrás, Christopher lhe havia trazido o jantar, mas ela o ignorou até que ele voltou a descer a escada para beber com Christopher.

Tinha passado uma semana desde o regresso à ilha, e ela seguia trancada neste quarto sem absolutamente nada que dizer. Christopher lhe tinha tirado a roupa que lhe permitiu usar para ir à costa, e tinha levado suas roupas e as dele no quarto.

Mantinha a porta fechada com a chave durante a noite. Deixava a chave embaixo do poste de seu lado da cama enquanto dormia. Tinha-lhe proposto que lhe tirasse dali quando ele a colocou nesse lugar, dizendo que era livre de levantar da cama com ele dormindo nela. Mas Christopher não podia... e ele sabia.

Depois do primeiro dia, Dulce se negou a falar com Christopher. Fazia três dias que não lhe tinha dirigido a palavra em absoluto. Nem sequer podia lutar contra ele quando lhe fazia amor, e isto surpreendia um pouco a Christopher, quando a tomava, ela evitava a responder-lhe até os últimos minutos; depois seu corpo se apropriava dela. Depois, ela voltava a esfriar-se.

Mas nos últimos dias, Dulce começava a esperar as visitas de Christopher. Estava faminta de companhia, e lhe perguntava que estava sucedendo quanto entrava no quarto. Mas ele lhe dizia pouco, e absolutamente nada sobre sua mãe.                        

Mas nessa noite,ela sucedeu dar um passo adiante.

Ele voltaria logo, de maneira que não teria muito tempo, levou-se e colocou a cadeira à  porta. Depois pegou o pesado baú espanhol e colocou também contra a porta, apoiando a cadeira contra ele. Depois fez o mesmo com a outra cadeira, e com a mesinha de noite, só desejava ter forças suficientes para mover a cama.

- Sentou-se  na cama e esperou. Não passou muito tempo até que ouviu girar a chave na fechadura, soltou da cama e se apoiou na tosca barricada. Christopher tratou de abrir a porta uma e outra vez, Mas lhe foi impossível.

- Dulce, abra essa porta... agora!

- Qualquer dia a abrirei!

Ele se lançou novamente contra a porta, e desta vez começou a abrir-se. Dulce fazia força por seu lado, sentindo que seus pés escorregam sobre o tapete. Mas ouviu Christopher afastar-se a e depois voltar com ajuda.

- Quantas vezes devo dizer-lhe, Christopher? É necessário pôr essa harpia em seu lugar - Disse Christian de mau humor.

- Christopher, não estou vestida! - gritou Dulce, perturbada. Tomou o cobertor, envolveu-se nele e o atou sobre seus peitos, para o caso de que conseguissem abrir a porta.

- Sugiro que se cubra com os cobertores,Dulce e se esconda - gritou Christopher.

Christian se pôs a rir. Dulce não se escondeu, e fez força contra a barricada novamente quando os dois começaram a lancar-se sobre a porta. Desta vez seus pés realmente escorregaram no tapete e este a ponto de cair de bruços quando a porta se abriu.

Christopher entrou e fechou a porta, e Dulce ouviu Christian rir voltando para seu quarto. Retrocedeu ao ver acercar-se Christopher e olhou como colocava os móveis em seu lugar.

- Bem, por que não fala? - perguntou Dulce .- ande quero ver quão furiosa está.

- Não estou furioso. Foi uma boa tentativa,Dulce. Ao menos recuperou sua energia. Começava a pensar que a tinha tornado dócil.

- Christopher, devo sair deste quarto. Não posso suportar mais!

- Sabe o que exijo por isso.

- Muito bem! Prometo não voltar á escapar se me disser quando me deixará ir.

- Não está em situação de  negociar pequena - replicou ele, sentando-se na cadeira que acabava de voltar a colocar em seu lugar.

- Mas, por que não quer me dizer quando me devolverá a Saint Martin?

- está ansiosa por rever o seu Pablo? - replicou ele com frieza.

- Não. Você... Pode me levar á qualquer ilha, Sempre que me permitam entrar. Não é necessário que seja a Saint Martin - Disse ela, tratando de apaziguá-lo.

- Então irá a Saint Martin. Que diferença há?

- Não disse que em sua vida não há lugar para mulheres. Não pode seguir tendo-me aqui se disse a verdade.

- Não a terei aqui para sempre, Dulce. É que ainda não decidi quanto tempo será?

- Não lhe peço uma data Christopher, só uma quantidade de tempo. Um mês, dois, três?

- Digamos um ano, talvez menos.

- Um ano! - Explodiu ela -. Não... É demasiado! Pensa não voltar ao mar em todo esse tempo?

- Provavelmente não. Poderia deixá-la só aqui de vez em quando, mas só se me der sua palavra de que não escapará.

Dulce lhe voltou as costas e rangeu os dentes. Um ano era tanto tempo! Como suportaria um ano com ele? Mas ele disse que sairia de vez em quando. Talvez ficasse ausente durante maior parte do ano. E como ela tinha descoberto que classe de homem era o Pablo, não podia voltar para ele. Realmente não tinha pressa para ir à nenhuma parte. Mas tinha que sair desse quarto.

- Considera o tempo que já passei contigo como parte desse ano.

- Se insiste.

- Muito bem,Christopher - Disse ela com tom desvalido.

- Dê-me sua palavra.

- Te dou toda minha palavra de que não escaparei com a condição de que me deixe livre dentro de um ano... Ou menos.

Ele riu, triunfante.

   
- Vêem Aqui,Dulce.

- Submeter-me não era parte do trato - replicou ela com agudeza. 

      
                            

💛𝐀 𝐩𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐩𝐢𝐫𝐚𝐭𝐚💛𝐓𝐞𝐦𝐚-𝐕𝐨𝐧𝐝𝐲    Onde histórias criam vida. Descubra agora