Capítulo ◇ 40

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- Hoje queria sair, porque fazia muito calor aqui. Por que não me permitiram? - perguntou Dulce,tratando de manter a voz calma.

- porque não quero que saias a coberta durante o dia - replicou ele.

- Mas por que? No "canção do vento" tinha que ficar embaixo para evitar tentar á tripulação. Mas tua tripulação foi à Costa, e não teria ninguém para ver-me se saísse a coberta - Ainda tem medo que de escape? - perguntou Dulce com maldade.

- Não, não escaparás,Dulce, de maneira que tire essa ideia da cabeça. Ainda que conseguisse chegar à costa,não teria aonde ir. Eu te encontraria.

- Então por que devo permanecer na cabine? Ao menos deixe-me a liberdade de andar pelo barco enquanto não há tripulação, com isso não posso fazer nenhum dano.

- Nem toda tripulação está na costa. E há muitos barcos na costa. Os portos estão cheios de homens. Prefiro que não te vejam a bordo do meu barco.

- Tem medo de que me resgatem e de que te emforquem por pirataria? - perguntou ela.

- Não é isso, pequena.- sorriu ele -. Algum traficante de escravos poderiam subir ao meu barco durante a noite e rapitar-te. Teu destino seria muito pior que agora.

- Duvido que pudesse ser pior - replicou ela, dando-lhe uma olhada depreciativa -. Muito bem,estão. Quanto tempo ficará nesse porto?

- Não muito. Um dia a mais, quiçá.

- E daqui sairá para Saint Martin?

- Sim

- Então uma vez que saímos, poderei...?

- Não! - Ele a interrompeu, antecipando a pergunta -. E demasiado tentadora, Dulce.

- Isso é ridículo. Não sou diferente de nenhuma outra mulher, e teus homens seguramente ja estão saciados neste momento.

- Sim, Seguramente estão saciados e satisfeitos de si mesmos. Mas se te permitisse sair a coberta todos os dias, teria dificuldade. É muito desejável, Dulce, e não quero que meus homens se tentem ao ver-te.

- Teus homens já me viram.

- Sim, e sabem que é minha. Recordarão de que Formosa, e dirão que o capitão é um homem afortunado. Mas se te vissem todos os dias, algum poderia arriscar sua vida por possuir-te.

- De que maneira?

- Não compartilho minhas mulheres,Dulce. Materei a qualquer homem que te toque - respondeu ele.

- Não é razoável, capitão. Não tenho nada que fazer no seu camarote. Seus livros não me interessam, Não nada a fazer, e este quarto e insuportávelmente quente. Ao menos não poderia sair durante a dia? Você poderia me vigiar.

Christopher suspirou e se apoiou no resbaldo de seu assento.

- Tenho que digirir o barco. Não posso concentrar-me em meu barco e preucupar-me por ti ao mesmo tempo. Se está aqui, sei que está segura. Ademais, o fato de que eu te olhe ou não, não te oculta da vista de minha tripulação. Quanto ao calor, só precisa abrir a Janela.

- A janela está trancada - replicou Dulce com frivoridade.

Christopher se pôs de pé, foi até a jenela, e a abriu facilmente.

- Creio que não é tão forte como pensa, pequena agora, agora lhe agradaria dar esse passeio.

Sem responder-lhe, Dulce se levantou e saiu da cabine. Não esperou Christopher, apenas começou a andar até chegar ao balaústre da coberta dianteira. Ali ficou, maravilhada pela beleza da lua cheia tropical brilhante horizonte, que alumiava a água negra. O mar estava sereno e uma brisa fresca bagunçava os cabelos de Dulce, tranqüilizando-a.


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💛𝐀 𝐩𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐩𝐢𝐫𝐚𝐭𝐚💛𝐓𝐞𝐦𝐚-𝐕𝐨𝐧𝐝𝐲    Onde histórias criam vida. Descubra agora