Capítulo◇113

146 13 6
                                    

Dulce desceu para jantar nessa noite com o coração atribulado, sua mãe tinha falado com Casey pela tarde, e tinha dado sua resposta a Dulce. Casey confiava que se lhe desse tempo suficiente para pensar nisso, Christopher veria que o casamento era o único caminho. Dulce só desejava poder compartilhar parte da confiança de Casey. Mas agora teria que dizer a Christopher que sua mãe não tinha conseguido fazer Casey mudar de idéia.

Dulce comia com deliberada lentidão, o tempo parecia voar e, logo, chegou o temido momento. Blanca levou Casey para seu quarto e fez um sinal a Madeleine de que subisse porque sabia que Dulce e Christopher precisavam de privacidade.

Christopher tinha estado cordial durante todo o dia, e Dulce sabia que esperava que ela lhe dissesse que Casey tinha cedido. Se poria furioso novamente?

Dulce se levantou da mesa sem esperá-lo, e foi para o sofá. Além da perspectiva de discutir com Christopher, essa noite se sentia incômoda, e lhe doía as costas.

A torrente de chuva tinha continuado por todo o dia e ainda seguia golpeando sobre a casa, viam-se relâmpagos nas janelas altas, e de vez em quando um trovão rompia o silêncio no grande salão.

Dulce olhava o fogo concentrando-se nas chamas dançarinas. Christopher estava sentado no sofá em frente a ela e lhe tomou a mão. 

- Sua mãe falou com Casey? - perguntou a Dulce.

- Sim.

- E? - Dulce respirou profundamente.

- Não mudou de idéia, Christopher. Por alguma razão, confia que quem mudará de idéia será você.

- Então isto é um desafio - disse Christopher com calma. Dulce sabia que era uma ordem. E ele agregou -. Já é uma mulher, Dulce. Tem idade para fazer o que lhe pareça.

- Se meu padrasto nos tivesse proibido de viver juntos, faria o que você me pede, porque Fernando não me queria. Mas Casey é meu verdadeiro pai e me quer. Não o faz para aborrecer-lhe, Christopher, porque é seu amigo, apesar do que você possa pensar. Pensa que faz o correto, e eu não me oporei a seus desejos.

- Esta é a sua vontade? - perguntou Christopher, ferido.

- Detesto dormir só em sua cama, Christopher. Desejo-lhe ali comigo, quando lhe disse ontem que acreditava estar apaixonada por você, teria que ter sido mais explícita. Amo-o com todo meu coração, Christopher. É minha vida  - disse Dulce, e se interrompeu. Depois prosseguiu - Dê um tempo a meu pai, Christopher. Quando ver que você não cede, talvez ele cederá.

Christopher não respondeu, mas a surpreendeu tomando-a em seus braços e recostando-se com ela no sofá. Sem falar, reteve-a abraçada longo tempo até que ouviram que terminava a tormenta a altas horas da noite.

O mês de agosto estava avançado; era a época do ano em que freqüentes furacões assolavam o Caribe. Mayte teria seu filho no fim do mês. O último mês, sem ser feliz, tinha sido calmo. Christopher não tinha voltado a discutir com Casey, e se o via alegre, surpreendentemente, até tinha assistido à celebração do duplo casamento de Aléia e Kaino.

Christopher estava ocupado durante o dia porque tinha decidido limpar uma grande área do bosque para plantar cana de açúcar. Como a maioria de seus homens desejavam estabelecer-se e constituir uma família, estavam interessados em ajudar a limpar a zona e a semear para depois participar nos benefícios. Também teria que construir uma pequena refinaria, mas isto se faria depois da semeadura.

As quatro últimas semanas tinham sido muito lentas para Dulce. O peso do bebê a cansava, e invejava Mayte que não teria que esperar tanto. Mas também sentia falta de Christopher.

💛𝐀 𝐩𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐩𝐢𝐫𝐚𝐭𝐚💛𝐓𝐞𝐦𝐚-𝐕𝐨𝐧𝐝𝐲    Onde histórias criam vida. Descubra agora